R.B.
"Fará ajustes naquilo que considera que não está desajustado"
São Paulo, 2 de janeiro de 2015 (SEXTA-FEIRA)
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve subir, podendo fechar este ano que se inicia próxima dos 70.000pts caso (a) a nova equipe econômica consiga implementar as medidas necessárias para recuperar a credibilidade do país, (b) as commodities revertam sua trajetória de queda e (c) as principais economias mundiais sigam em recuperação e (2) o DÓLAR pode subir, para fechar o ano próximo dos R$ 3,00, influenciado pela provável elevação da taxa de juros nos EUA e pela consequente redução do fluxo positivo de recursos externos ao Brasil.
Terça-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –1,2%, para fechar 2014 acumulando uma baixa de -2,9%, resultado "menos pior" que o de 2013 (-15,5%), porem muito aquém do desempenho das principais bolsas mundiais, como a dos EUA que está no maior patamar da história, diante (a) da forte queda das commodities no ano, como a soja (-39,8%), o minério de ferro (-49,8%) e o petróleo (-44,8%), (b) da péssima condução da política econômica e (c) da reeleição da presidenta Dilma e (2) o DÓLAR caiu –1,8% à R$ 2,66, devolvendo parte da forte alta registrada no pregão anterior (1,2%) e também no ano (12,7%), alta esta que acompanhou a trajetória internacional da moeda norte-americana e que foi causada pelas expectativas de elevação da taxa de juros nos EUA.
Também terça-feira, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão –1,6%, devolvendo uma parte dos ganhos acumulados no ano (7,1%), desta vez com destaques de queda para as exportadoras e China –0,1%, também realizando uma parte da forte alta acumulada no ano (52,9%), prejudicada pelas baixas em papéis de empresas menores, que contrabalançaram os ganhos no setor bancário, (2) da EUROPA, Inglaterra –1,3% (-2,7% no ano), França –1,7% (-0,5% no ano) e Alemanha –1,2% (2,6% no ano), prejudicadas por preocupações com a instabilidade política na Grécia, pelos preços baixos do petróleo e pelo anúncio de deflação na Espanha e (3) dos EUA, realizando lucros recentes, S&P –1,0%, DJ –0,9% e NASDAQ –0,9%, apesar de acumularem ganhos no ano, respectivamente de 11,4%, 7,5% e 13,4%, impulsionados pela recuperação da economia do país, pela melhora nos resultados corporativos e pelas taxas de juros baixas.
Já empossado, Joaquim Levy, novo Ministro da Fazenda do governo Dilma, afirmou que o governo vai cumprir os compromissos firmados pela presidenta em seu discurso de posse de aumentar o crescimento do país, gerar mais empregos e melhorar qualidade de vida da população, porem ressaltou que será preciso ter "coragem" para combater a inflação e fazer ajustes nas contas públicas.
Apresentando mais uma medida do seu "pacote de maldades", a presidenta Dilma mandou avisar que vetará nos próximos dias a correção de 6,5% da tabela de Imposto de Renda, índice que foi aprovado pelo Congresso Nacional no dia 17/DEZ/14, e que editará uma nova medida provisória com uma correção perto de 4,5%, para efeito ainda neste ano.
Como fruto da péssima condução da economia brasileira durante os 4 primeiros anos do governo Dilma, o Brasil, que já foi a sexta maior economia do mundo, provavelmente cresceu menos de 0,5% em 2014 e assim deverá perder em 2015 o posto de sétima maior economia do mundo para a Índia, que em 2014 cresceu mais de 6%.
Segundo Claudio Bergamo, presidente da Hypermarcas, que por sua vez comprou 23 empresas nos últimos 3 anos, para entrar nos eixos o Brasil precisa de (1) estabilidade macroeconômica, (2) boa gestão das finanças públicas, (3) desenvolvimento de marcos regulatórios, (4) reformas política, previdenciária, fiscal e trabalhista e (5) infraestrutura social.
Indicando que a taxa de desemprego deve subir bastante no Brasil em 2015, para este ano que se inicia se e espera para a economia brasileira um cenário de inflação em alta, crescimento fraco, dificuldade de caixa e um ajuste fiscal "firme", com corte de gasto e menos dinheiro para investir, no setor privado ou no público.
Confirmando a urgência por trás de uma série de inesperados estímulos econômicos adotados por Pequim nos últimos 2 meses, em DEZ/14 a atividade no setor industrial da China encolheu pela primeira vez em 7 meses, o que reforça a necessidade de mais medidas de afrouxamento monetário e de aceleração de reformas no mercado para estimular a demanda.
Como fruto da desvalorização das commodities e também péssima gestão econômica do governo Dilma, nos 4 anos do primeiro mandato da presidenta o dólar subiu 59,5%, o que fez os fundos cambiais, que seguem a moeda norte-americana, se tornarem as aplicações de maior rentabilidade no referido período.
Ajudando a elevar os juros e obviamente também os lucros do setor, o fortalecimento dos bancos públicos, as fusões e o fechamento de instituições de médio porte levaram a um aumento da concentração do sistema bancário brasileiro nos últimos 8 anos, com isto atualmente os 4 maiores bancos do Brasil (de um total de 132) concentram 71% do volume de credito concedido no país.
- A Petrobrás caiu –37% em 2014, mesmo apresentado aumento na produção de petróleo, prejudicada por (1) intervenções políticas do governo, que para segurar a inflação e ajudar no desempenho do PIB segura reajustes dos combustíveis e exige investimentos além do necessário e com conteúdo nacional, (2) forte queda internacional do petróleo (-44,8% em 2014) e (3) denuncias de corrupção e desvios de recursos envolvendo a diretoria da empresa.
- A Vale caiu –36,5% em 2014, pressionada pela desaceleração do ritmo de crescimento na China e pela forte redução do preço do minério de ferro (-49,8%) no ano.
- A Estácio caiu -8,7% e a Kroton recuou -5,1%, diante da inclusão de medidas que dificultam o credito estudantil no pacote de medidas divulgadas pelo governo.
Apesar de receber um abraço da presidenta, Lula teve participação bastante discreta na segunda posse de Dilma, já que o ex-presidente, apoiado por dirigentes petistas, ficou bastante contrariado com o encolhimento da sigla no novo ministério.
O Palácio do Planalto e o PT esperavam que Marta Suplicy se retratasse do ataque que fez nas redes sociais ao ex-ministro Alexandre Padilha e a Juca Ferreira, nomeado para seu lugar no Ministério da Cultura, porem a senadora, que também é ex-prefeita de SP e ex-ministra, replicou as criticas no Twitter e enviou o teor por e-mail para as redações dos principais meios de comunicação do país.
Após a batalha pelos ministérios, os principais partidos da base aliada, mantendo a velha política, agora brigam pelos postos no segundo e terceiro escalões, com isto a a bancada do PMDB na Câmara já fez chegar ao vice-presidente Temer que não vai entregar fidelidade no Congresso se os deputados não forem contemplados com cargos de direção em empresas, autarquias e agências reguladoras.
O governador reeleito de SP e postulante à presidência do Brasil em 2014, o tucano Alckmin fez de seu discurso de posse uma espécie de prévia do tom que deverá adotar nos próximos 4 anos em relação ao PT, ressaltando que SP tem rejeitado nas últimas eleições "a ilusão do populismo fácil".
Crítica:
Mostrando todo o seu invejável pragmatismo político, Obama, presidente dos EUA, mandou seu vice, Joe Biden, para a posse de Dilma, o que foi um claro esforço da maior economia e também maior potencia militar do mundo de se reaproximar do Brasil, após as relações entre os 2 países ficarem abaladas por "revelações" sobre espionagem, que em 2012 causaram o cancelamento de uma visita de Estado da presidenta brasileira a Washington.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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