R.B. 27/JAN/15 "Faz charme"


R.B.

"Faz charme"

 

São Paulo, 27 de janeiro de 2015 (TERÇA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve subir, tentando iniciar um movimento de recuperação das perdas já acumuladas no ano (-2,9%), acompanhando o desempenho positivo das principais bolsas mundiais e também a valorização das commodities e (2) o DÓLAR pode cair, influenciado pelo aumento do fluxo positivo de recursos externos diante do elevado patamar de juros da economia brasileira e pelo rebaixamento da "nota" da Rússia.

 

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu -0,4%, mesmo diante do desempenho positivo das bolsas dos EUA e da Europa, já que novamente pressionada pelo recuo das ações da Vale (-4,6%), que desta vez teve sua ''nota'' rebaixada pela S&P e (2) o DÓLAR subiu 0,2% à R$ 2,59, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana, diante do rebaixamento da ''nota'' da Rússia pela S&P e da eleição parlamentar realizada Grécia e vencida pelo partido de oposição.

 

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão –0,2%, com destaques de queda para as exportadoras, como Tokyo Electron (-2,4%) e Mazda Motor (-4,1%), e China 0,9%, com destaques de alta para as ações do setor financeiro, (2) da EUROPA, apesar das dúvidas geradas pela vitória do partido de oposição na Grécia, Inglaterra 0,3%, França 0,7% e Alemanha 1,4%, ainda beneficiadas pelo otimismo com o programa de estímulos econômicos de mais de 1 trilhão de euros anunciado na semana passada pelo BC Europeu e desta vez também impulsionadas pela melhora na confiança das empresas alemãs em JAN/15 e (3) dos EUA, revertendo as perdas da abertura, S&P 0,3%, DJ 0,1% e NASDAQ 0,3%, seguindo o desempenho positivo das bolsas da Europa, com destaques de alta para as ações das empresas do setor de energia, como Chevron (1,9%) e Exxon Mobil (1,0%), após o secretário-geral da Opep, Abdulla al-Badri, dizer que os preços do petróleo podem ter atingido um piso e poderiam subir muito em breve.

 

Contrariando as previsões dos "especialistas" do governo Dilma e influenciado pelos recentes anúncios de aumento de impostos, o "mercado" mais uma vez elevou, agora de 6,67% para 6,99%, suas expectativas para inflação medida pelo IPCA neste ano, e reduziu, de 0,38% para 0,13%, suas "apostas" para o desempenho do PIB brasileiro em 2015.

 

Pressionado por suas bases de apoio, com principalmente as centrais sindicais, o governo Dilma já admite reservadamente que vai rever parte das mudanças nas regras do seguro-desemprego que, apesar de ser classificado como algo ultrapassado pelo ministro Joaquim Levy, endureceram o acesso ao benefício trabalhista.

 

Prejudicando principalmente as prefeituras, que ficam com 65% deste imposto arrecadado, em 2014 a forte queda no preço do minério de ferro derrubou a arrecadação com os royalties do setor, que foi -28% menor do que em 2013 e assim atingiu o menor patamar desde 2011.

 

Apresentando dados negativos da economia brasileira, (1) nas 3 primeiras semanas de JAN/15 as vendas de veículos caíram –20% na comparação com o mesmo período de 2014 e (2) as 10 maiores cidades da região de Ribeirão Preto tiveram no ano passado o pior desempenho na criação de empregos com carteira assinada desde 2003.

 

Ao que tudo indica os dias de vida fácil para os mercados emergentes, como o Brasil, estão chegando ao fim, já que as colunas de sustentação do boom das commodities e da captação barata ruíram, obrigando estes países criem reputações próprias para promover um crescimento sustentável e de longo prazo.

 

Enquanto o governo brasileiro "faz charme" para se aproximar e aceitar uma visita oficial aos EUA, ontem Obama anunciou que seu país fará investimentos de U$4bi na Índia, numa tentativa de elevar uma relação comercial que ele considerou "definida por um potencial muito inexplorado" até agora.

 

-    A Vale caiu –4,6%, acompanhando o recuo do preço do minério de ferro que atingiu o menor valor desde MAI/09.

-    A Petrobrás caiu –0,9%, porem, após o fechamento do pregão de ontem, (1) a empresa anunciou uma descoberta de petróleo no Ceará, (2) foi confirmado que o balanço não auditado da empresa sairá nesta terça-feira, (3) a empresa divulgou que atingiu em 2014, pelo sexto ano seguido, recorde no refino de petróleo e (4) a Opep anunciou que os preços do petróleo podem ter atingido um piso nos níveis atuais.


Política:
 
Com o objetivo de garantir logo a derrota do PT e do governo na disputa pela presidência da Câmara, os partidos de oposição que sustentam o nome de Júlio Delgado, do PSB de MG, para o comando da Casa articulam um desembarque em bloco da candidatura pessebista em favor da eleição de Eduardo Cunha, do PMDB do RJ, já no primeiro turno.
 
Apesar de ter uma enorme dificuldade de fazer politica e de se relacionar com a base aliada,  presidenta Dilma, desautorizando seus ministros, decidiu que ela passará a centralizar as negociações entre o governo e o Congresso, acreditando que assim conseguirá evitar novas crises com os parlamentares em 2015.

 

-    Coordenadores da campanha de Arlindo Chinaglia, do PT de SP, à presidência da Câmara articulam um almoço amanhã com líderes e ministros da base aliada em apoio ao petista, porem os chefes da Esplanada ainda hesitam em comparecer.

 

Ainda com moral, Joaquim Levy, ministro da Fazenda, será o primeiro ministro a falar depois de Dilma na reunião que correrá hoje à tarde na Esplanada, após ele será a vez de Nelson Barbosa, do Planejamento, e Tereza Campello, do Desenvolvimento Social.

 

Já pensando em se reeleger em 2016, Haddad, prefeito de SP, depois de atrair o PMDB para seu arco de aliados e flertar com o PSD, tenta agora se aproximar do PDT, que por sua vez deve receber a filiação do vereador Netinho de Paula, que se desentendeu com a cúpula do PC do B nas eleições do ano passado.

 

A ex-senadora Marina Silva afirmou ontem, em evento do Rede Sustentabilidade no RJ, que, até a segunda quinzena de MAR/15, o seu partido vai entrar com um novo pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral, ressaltando que quer recolher mais 100 mil assinaturas com o objetivo validar ao menos 42 mil das 32 mil que precisa para às chegar às quase 500 mil necessárias para conseguir o registro.


Crítica:
 
Mostrando que está difícil passar a "batata quente", executivos sondados pelo governo Dilma para integrar o Conselho de Administração da Petrobras, como Nildemar Secches (ex-presidente da Perdigão e presidente do Conselho de Administração da BRFoods), Rodolfo Landim (ex-BR Distribuidora e EBX), Antonio Maciel (ex-Ford e atual Caoa Hyundai) e Josué Gomes (Coteminas), avisaram nas últimas semanas que só podem vir a assumir cargos no colegiado após a publicação de balanço financeiro reconhecendo os desvios por corrupção na estatal.
 
Para tentar afastar as suspeitas de assassinato, segundo investigações comandadas por membros do governo Dilma, o piloto e o copiloto do jato que transportava o ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República Eduardo Campos, do PSB, não tinham formação adequada para guiar a aeronave.

PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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