R.B. 22/JAN/14 "Fartos e fáceis"


R.B.

"Fartos e fáceis"

 

São Paulo, 22 de janeiro de 2015 (QUINTA-FEIRA)


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA pode seguir em alta, beneficiada pela recuperação dos preços das commodities, ainda acompanhando o desempenho positivo das principais bolsas mundiais e também impulsionada por mais um sinal de austeridade dado ontem pelo Copom brasileiro e (2) o DÓLAR deve voltar a cair, com "boas chances" de fechar o dia abaixo dos R$ 2,60, influenciado pela elevação da taxa básica de juros, que por sua vez incentiva o fluxo positivo de recursos externos para "investimentos" na maior taxa real de juros do mundo.

 

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 2,8%, registrando assim a maior alta diária desde 7/JAN/15, acompanhando o desempenho positivo das principais bolsas mundiais, com bom volume de negócios (R$ 6,4bi) e com destaque de alta para as ações da Petrobrás (5,4%) e (2) o DÓLAR caiu –0,3% à R$ 2,60, para fechar o dia no menor patamar desde 9/DEZ/14, segundo a trajetória internacional da moeda norte-americana e também influenciado pelos leilões de venda do BC.

 

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão –0,5%, prejudicada pelo recuo das ações das exportadoras e China 4,8%, ainda beneficiadas pela melhora das expectativas positivas para a economia do país, (2) da EUROPA, Inglaterra 1,6%, França 0,9% e Alemanha 0,4%, novamente impulsionadas pela crescente convicção dos investidores de que o BC Europeu adotará um programa de "quantitative easing" em sua reunião que termina hoje e que uma iniciativa desse tipo não deve reduzir os esforços de reformas nos países da zona do euro e (3) dos EUA, em alta pelo terceiro dia consecutivo, S&P 0,5%, DJ 0,2% e NASDAQ 0,3%, beneficiadas pela valorização das commodities e pelas expectativas de que as empresas que compõem o S&P apresentem um aumento médio dos lucros.

 

Dando sequencia ao estelionato eleitoral de Dilma, ontem, pela terceira vez consecutiva e conforme esperava cerca de 90% do "mercado", o Copom brasileiro, preocupado em conter a inflação, elevou a taxa básica de juros da economia tupiniquim, desta vez em 0,50%, de 11,75% para 12,25%, o que representa o maior patamar desde SET/11.

 

Mostrando a serenidade e principalmente a autonomia que faltava ao seu antecessor, ontem, diretamente de Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial, Joaquim Levy, ministro brasileiro da Fazenda, afirmou a investidores estrangeiros que a economia brasileira terá desempenho estável em 2015, reforçou que haverá ajuste fiscal no Brasil e ressaltou que sua equipe trabalha para recuperar a credibilidade.

 

-    Segundo Alejandro Werner, diretor para o Hemisfério Ocidental do FMI, os países da América do Sul sofrem com o declínio anual dos investimentos desde 2010, e a previsão é que esses números tenham novamente redução neste ano.

 

Ilustrando mais uma vez a enorme incompetência gerencial do governo Dilma, segundo dados oficiais divulgados pela Aneel, usinas com potência equivalente a 11% da capacidade de oferta de energia elétrica do país e que já deveriam estar prontas estão com obras paralisadas ou até não iniciadas.

 

Ainda apresentando resultado positivo, o que deve se reverter neste ano diante do aumento da taxa básica de juros e do desempenho ruim da economia, em 2014 o volume de financiamentos imobiliários com recursos da poupança cresceu 1,6% na comparação com 2013.

 

Confirmando que o Brasil está à beira de um apagão, na terça-feira, apenas 1 dia depois do corte de energia que atingiu 11 Estados e o Distrito Federal, o Operador Nacional do Sistema Elétrico importou uma carga adicional de energia da Argentina para atender a demanda no horário de pico, o que não acontecia desde 2010.

 

-    Prejudicando ainda mais as geradoras, que estão com dificuldade de caixa, divergências internas no governo Dilma levarão a um novo adiamento do socorro de R$ 2,5bi ao setor elétrico.

 

Seguindo o que ocorre faz muito tempo, em 2014 a Vale manteve o posto de principal empresa exportadora do Brasil, apesar de uma forte queda no faturamento, seguida por Petrobras e pela Bunge, porem a principal mudança ocorreu no quarto lugar deste ranking, que agora é ocupado pela JBS, que por cerca de 50 anos foi apenas um pequeno abatedouro e que durante o governo do PT, financiada por recursos "fartos e fáceis" do BNDES, comprou inúmeras empresas e assim se tornou a maior produtora global de carnes.

 

-    A Petrobras subiu 5,4%, após divulgar nota dizendo que está realizando as análises necessárias para o fechamento e divulgação das demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014.


Política:
 
Cada dia mais irritada com o tratamento do Planalto ao PMDB, a cúpula do partido avalia como "desastrosa" a iniciativa do governo de articular uma base aliada "alternativa" no Congresso liderada pelos ministros Gilberto Kassab, das Cidades, e Cid Gomes, da Educação, membros respectivamente do PSD e do Pros.
 
Arrumando mais uma boquinha para um companheiro desempregado, ontem Haddad, prefeito de SP, telefonou para Alexandre Padilha, ex-ministro e candidato derrotado do PT ao governo de SP, para convida-lo para assumir a Secretaria Municipal de Relações Governamentais, no lugar de Paulo Frateschi.
 
Foi Lula quem costurou com o prefeito Haddad, de SP, as mudanças em seu secretariado, e os dois objetivos principais são (1) amarrar o PMDB para a eleição de 2016 e (2) neutralizar o estrago que Marta Suplicy pode provocar se deixar o PT e se lançar candidata por outra legenda.
 
-    O programa que o PRB leva hoje à noite à TV antecipa a disputa da Prefeitura de SP em 2016, já que Celso Russomanno dirá que foi atacado injustamente na campanha de 2012, enquanto recortes de jornais mostrarão críticas feitas por Haddad.


Crítica:
 
-    Por fornecer nomes e detalhes da participação de políticos e empresários no escândalo da Petrobras e devolver vários bens e dinheiro à União, o doleiro Alberto Youssef receberá do Judiciário uma pena máxima de 5 anos de prisão em regime fechado.

-    Acusadas de formar um "clube" para dividir obras da Petrobras, as empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato reagem e apontam a própria empresa como a responsável por ditar as regras dos acertos que levaram aos desvios bilionários na estatal.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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