R.B.
"Para terminar da pior forma possível"
São Paulo, 20 de janeiro de 2015 (TERÇA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve voltar a cair, apesar do movimento ascendente das principais bolsas mundiais, diante da enorme quantidade de noticias e eventos negativos anunciados e ocorridos ontem no Brasil e (2) o DÓLAR pode seguir em alta, rumo aos R$ 2,70, acompanhando a esperada piora do "humor" na Bovespa e o aumento do fluxo negativo de recursos.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu -2,6%, após um pregão com boa volatilidade e bom volume de negócios (R$ 5,9bi) para um dia de feriado em NY, pressionada no final da tarde pelo noticiário sobre apagão e redução da oferta de energia pelo Brasil, o que derrubou as ações do setor elétrico, como CPFL (-7,3%), Light (-6,6%) e Cemig (-6,4%) e (2) o DÓLAR subiu 1,1% à R$ 2,65, revertendo as perdas da abertura, quando na mínima chegou a recuar -0,2%, acompanhando o mesmo motivo que levou à piora do ''humor'' na Bovespa e seguindo a tendência global de ganhos da moeda norte-americana ante outras divisas de países emergentes e exportadores de commodities.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, novamente sem uma tendência única, Japão 0,9%, recuperando parte das perdas da semana passada (-3,4%), com destaques de alta para as exportadoras, diante da recuperação do dólar ante a moeda local (o iene) e China -7,7%, a maior queda em 6 anos, prejudicada pela notícia de que o governo local suspendeu as atividades de 3 das maiores corretoras do país para coibir a arriscada prática de negociação com margens, (2) da EUROPA, Inglaterra 0,5%, França 0,3% e Alemanha 0,7%, com os investidores ''apostando'' que na reunião do BC Europeu, que acontece na quinta-feira desta semana, a autoridade monetária reforce seu plano de estímulos à zona do euro, lançando um programa de compra de títulos soberanos e (3) dos EUA, S&P, DJ e NASDAQ permaneceram fechadas por conta do feriado em homenagem ao líder Martin Luther King.
"Para terminar da pior forma possível" o péssimo dia de ontem, que teve apagão e aumento de impostos, durante a madrugada o FMI reduziu, de 1,4% para 0,3%, suas "apostas" para o crescimento da economia brasileira em 2015, ressaltando que o país será prejudicado por ser exportador de commodities.
Ontem, após se reunir com a presidenta Dilma, Joaquim Levy, novo ministro da Fazenda, anunciou, conforme já se esperava, uma série de aumentos de impostos, que deve incrementar o caixa do governo em R$ 20bi neste ano, como (1) a volta da Cide, que é o tributo regulador do preço de combustíveis, (2) o aumento, de 1,5% para 3%, do IOF sobre empréstimos e financiamentos a pessoas físicas, (3) a elevação do IPI do setor de cosméticos e (4) o reajuste, de 9,25% para 11,75%, da alíquota do PIS/Cofins sobre importação.
Indicando que vem mais noticia ruim por aí, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sinalizou ontem que a presidenta Dilma vetará o reajuste de 6,5% na tabela do Imposto de Renda aprovado pelo Congresso e deve retomar a proposta inicial de 4,5%, insuficiente para compensar a inflação do ano passado, que foi de 6,41%.
Já ficando parecido com sua chefa, a presidenta Dilma, ontem Joaquim Levy cancelou, menos de 1 hora antes do evento, uma reunião com mais de 20 executivos das maiores empresas do Brasil que ocorreria na sede da Fiesp, em SP, o que obviamente causou um enorme desconforto entre o empresariado.
Principal parceiro comercial do Brasil, a China no ano passado registrou um crescimento de 7,4% em sua economia, o que representa o pior desempenho em mais de duas décadas, confirma sua rota de desaceleração e mostra as dificuldades do governo para adaptar a economia para um modelo mais voltado ao consumo interno do que para as exportações.
O sistema tupiniquim de produção de energia está no limite, batendo pino, operando com usinas termoelétricas que deveriam ter uso limitado, principalmente por falta de planejamento e por atrasos grotescos na construção de hidroelétricas, que quando ficam prontas não estão ligadas à rede de distribuição.
Apesar de Eduardo Braga, o novo ministro de Minas e Energia de Dilma, que aliás já foi apelidado de Rolando Lero, "garantir" que não ocorrerão novos apagões como o de ontem, os principais especialistas do setor elétrico brasileiro dizem que o problema que atingiu 10 Estados brasileiros e o Distrito Federal deve se repetir nas próximas semanas, pois o aumento do consumo de energia devido ao forte calor deve continuar sobrecarregando o sistema, que está com o nível dos reservatórios em estado crítico.
- Confirmando o inicio do estouro da bolha imobiliária tupiniquim, no ano passado as vendas de imóveis novos na cidade de SP caíram –40% na comparação com 2013 e os estoques destes imóveis na cidade atingiram seu maior patamar desde 2004.
Confirmando quais são as prioridades do Brasil, hoje Joaquim Levy, ministro da Fazenda, chega na a Suíça para participar do Fórum Econômico Mundial, em Davos, onde representará o Brasil, já que a presidenta Dilma não vai participar do fórum para estar presente na posse do terceiro mandato do atual presidente e agora ditador boliviano, Evo Morales, marcada para amanhã.
- Conforme já se esperava, centrais sindicais e governo federal não chegaram a um acordo, em reunião feita ontem, sobre as regras mais rígidas para concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários anunciadas no final do ano passado.
Fazendo um "troca troca de parentes", algo que é cada vez mais comum para disfarçar o nepotismo no funcionalismos publico brasileiro, o peemedebista Eduardo Paes, prefeito do RJ, nomeou o enteado do governador Luiz Fernando Pezão, também do PMDB do RJ, para um cargo em comissão no município que tem o salário inicial de cerca de R$ 10 mil por mês.
- Faltando apenas 2 semanas para a eleição para a presidência da Câmara, parlamentares do PMDB e também da oposição relataram que o governo federal tem oferecido cargos em troca do apoio ao petista Arlindo Chinaglia na disputa.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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