R.B.
"Alienação mental"
São Paulo, 5 de dezembro de 2014 (SEXTA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve subir, tentando recuperar as perdas agora acumuladas em 2014 (-0,3%), seguindo a melhora do "humor" nas principais bolsas mundiais e a leve recuperação dos preços das commodities e (2) o DÓLAR pode cair, ainda se mantendo abaixo dos R$ 2,60, influenciado pela esperada recuperação da Bovespa e pelos leilões de venda do BC.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –1,7%, revertendo uma abertura positiva, na qual chegou a avançar 0,4%, prejudicada pela forte queda das ações da Petrobrás (-3,9%), que teve sua "nota" rebaixada pela agencia de risco Moody's, e também influenciada negativamente pela realização de lucros nas bolsas da Europa e dos EUA e (2) o DÓLAR subiu 1,3% à R$ 2,59, acompanhando a piora do "humor" na Bovespa e influenciado por "rumores" de que o BC pode desacelerar o ritmo do aperto monetário, enfraquecendo as expectativas de que juros mais altos no Brasil poderiam atrair mais recursos externos.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 0,9% e China 4,0%, beneficiadas pelos sinais positivos da economia dos EUA divulgados no dia anterior e por pesquisas apontando que o partido governista, do primeiro-ministro Shinzo Abe, deve conseguir uma vitória folgada nas próximas eleições parlamentares japonesas, (2) da EUROPA, Inglaterra –0,6%, França –1,6% e Alemanha –1,2%, com destaques de queda para as ações dos bancos, prejudicados pelo anúncio do BC Europeu de que vai esperar o início do ano que vem para decidir se mais medidas são necessárias para estimular a economia da zona do euro e (3) dos EUA, realizando lucros após o S&P e o DJ fecharem no maior patamar da história por 2 dias seguidos, S&P –0,1%, DJ –0,1% e NASDAQ –0,1%, influenciadas negativamente pelo mesmo motivo que derrubou as bolsas europeias e também pelo recuo do petróleo, que fez com que as ações da Chevron sofressem a pior desvalorização do dia (-1,3%).
"Caindo na real" e comprovando mais uma vez o estelionato eleitoral que foi a reeleição de Dilma, ontem o governo federal enviou ao Congresso Nacional um documento reduzindo sua projeção oficial para o crescimento do PIB no próximo ano, de 2% para 0,8%, patamar bem próximo das "apostas do mercado" (0,77%).
Terminando sua participação no governo Dilma apresentando a mesma "alienação mental" com que começou no governo Lula, Mantega, que foi o ministro da Fazenda que mais tempo permaneceu no cargo na história da republica brasileira, afirmou ontem que que termina sua gestão com a convicção de entregar o país com a economia mais firme e sólida do que a recebeu e com a menor taxa de desemprego da história, obviamente desconsiderando as "maracutaias" que o governo faz nas estatísticas.
Mostrando um certo otimismo, Luis Stuhlberger, gestor de um dos maiores fundos de investimentos multimercados do mundo e considerado um dos "oráculos" do mercado financeiro, afirmou ontem que a escolha de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda minimiza o risco de que o Brasil perca o grau de investimento, porem ressaltou que o Congresso e o Judiciário são obstáculos para uma política de austeridade.
Dando dois novos sinais negativos da economia brasileira, (1) a produção de veículos no Brasil entre JAN/14 e NOV/14 caiu -15,5% em relação ao mesmo período de 2013 e (2) em 2014 o faturamento da indústria eletroeletrônica tupiniquim deve ter queda real, descontada a inflação, de -3% na comparação com 2013.
Ainda beneficiada pela enorme falta de educação financeira dos brasileiros, em NOV/14 a caderneta de poupança, que quase perdendo da inflação (6,40%) atualmente rende apenas 7,02% ao ano, registrou um saldo positivo de R$ 2,5bi, porem, diante da desaceleração da economia brasileira, este resultado é o menor para um mês de novembro desde 2011.
- A Petrobrás caiu –3,9%, após a Moody's rebaixar sua "nota" para a empresa ressaltando o crescente risco de liquidez, devido às investigações sobre alegações de corrupção dentro da estatal.
- A Vale recuou -1,6%, após ter sua "nota" cortada pelo Bank of America Merrill Lynch.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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