R.B.
"O PT colocou suas fichas no lugar certo"
São Paulo, 1 de dezembro de 2014 (SEGUNDA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em queda, para fechar em território negativo pelo quarto pregão consecutivo, acompanhando as perdas das demais bolsas mundiais e reduzindo a valorização ainda acumulada no ano (6,1%), porem deve-se ressaltar que o patamar atual é interessante para compras, principalmente para aqueles que acreditam na competência da nova equipe econômica de Dilma e (2) o DÓLAR pode cair, devolvendo uma parte da forte alta acumulada no pregão anterior, influenciado pelo anuncio do BC de que irá manter o programa de intervenções diárias no mercado de câmbio no início de 2015.
Sexta-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –0,1%, devolvendo os ganhos da abertura, quando na máxima chegou a avançar 1,3%, pressionada especialmente pela quinta queda seguida das ações da Petrobras (-4,8%) e (2) o DÓLAR subiu 2,0% à R$ 2,57, acompanhando a piora do ''humor'' na bolsa brasileira e com os comprados vencendo a ''briga'' para a formação da cotação de fechamento do mês (Ptax), também diante da interpretação de que o BC teria sinalizado que a intervenção diária no mercado pode ser reduzida ou terminar em 2015.
Também sexta-feira, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 1,2%, com destaques de alta para as exportadoras, beneficiadas pela valorização do dólar frente a moeda local (o iene), e para as companhias aéreas e transportadoras, impulsionadas pelo recuo do petróleo, e China 2,0%, com os bancos liderando a valorização, diante de expectativas de que as autoridades do país lançarão em breve um sistema de seguro de depósito, (2) da EUROPA, sem uma direção única, Inglaterra –0,1%, França 0,2% e Alemanha 0,1%, influenciadas pelo recuo do petróleo e por dados econômicos fracos da zona do euro e (3) dos EUA, em uma sessão mais curta por conta do feriado no dia anterior, S&P –0,2%, DJ 0,0% e NASDAQ 0,1%, próximas da estabilidade já que as perdas no setor de energia foram contrabalançadas pelos ganhos na área de consumo.
Dando sequencia à sua estratégia para se reaproximar e também acalmar o ''mercado'', a presidenta Dilma decidiu que vai participar amanhã da abertura de conferência organizada pelo banco de investimentos JP Morgan, em SP, no qual tentará estimular investimentos nacionais e estrangeiros no setor produtivo para retomar o crescimento da economia brasileira.
Coberta de razão, a economista Teresa Ter-Minassian, que no fim dos anos 1990 conduziu as duras negociações do FMI com o Brasil, afirmou que o governo Dilma precisará promover uma "operação verdade" para esclarecer qual é a situação real das contas públicas brasileiras, ressaltando que o país também precisará passar por reformas e por corte de gastos, inclusive em programas sociais, para elevar sua competitividade.
Após afirmar que a implementação completa da mudança anunciada na última semana na política econômica pode fazer o Brasil voltar a crescer mais à frente, Meirelles, ex-presidente do BC de Lula, ressaltou que a escolha de Joaquim Levy como Ministro da Fazenda é oportuna pois ele é especialista em política fiscal, bem formado, com ideias corretas, participação importante no ajuste brasileiro de 2003 e tem perfil adequado ao presente momento deste governo.
Para reforçar o caixa do governo e melhorar as contas publicas, além da volta da Cide, que é a antiga contribuição que regula preço dos combustíveis, a nova equipe econômica da presidenta Dilma avalia outros propostas de aumento de tributos, como elevar a alíquota de PIS/Cofins sobre produtos importados e o aumento da tributação sobre cosméticos, medidas que podem render, apenas em 2015, R$ 5bi.
Dando mais uma indicação de que se aproxima a hora de voltar às compras na bolsa brasileira, ocorreu este ano a maior fuga de pessoas físicas do mercado de ações dos últimos 16 anos, já que atualmente a parcela dos pequenos investidores na BM&FBovespa está em 13,9%, o que representa quase a metade dos 26,7% auferidos no auge da crise global, em 2008.
Enquanto o percentual de pessoas físicas na Bolsa cai, a parcela de estrangeiros se mantém em constante crescimento, já que esse tipo de investidor, representado por grandes fundos, era de 43,7% em 2013 e atualmente já representa 51,1% dos aplicadores na BM&FBovespa.
- O déficit do setor público chegou a 5% do PIB nos 12 meses encerrados em OUT/14, o que representa o pior resultado desde 2003.
- Atualmente o Brasil tem mais de 3,5 milhões de empresas inadimplentes, o que segundo a Serasa Experian equivale à cerca de metade das 7 milhões de empresas operacionais no país.
- Após dois trimestres consecutivos em queda, a economia do país cresceu apenas 0,1% do segundo para o terceiro trimestre deste ano e saiu, em tese, da chamada recessão técnica.
- ''Apostando'' que vai seguir crescendo acima do PIB, o setor de bebidas, segundo um estudo do BNDES, com base nas perspectivas de investimentos já sinalizadas ao banco, deverá investir cerca de R$ 32bi entre 2015 e 2018.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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