R.B.
"Naturalmente tenso"
São Paulo, 3 de outubro de 2014 (SEXTA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve cair, com os investidores desanimados com o desempenho dos candidatos de oposição, que caíram nas pesquisas e não se destacaram de forma contundente no último debate antes do primeiro turno das eleições presidenciais brasileiras e (2) o DÓLAR pode subir, com "boas chances" de testar a "resistência" dos R$ 2,50, acompanhando a esperada piora do "humor" na Bovespa.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 1,2%, recuperando uma pequena parte das perdas acumuladas na semana, com os investidores aguardando a divulgação de novas pesquisas eleitorais e o resultado do último debate entre os presidenciáveis e (2) o DÓLAR caiu –0,1% à R$ 2,48, acompanhando a leve melhora do "humor" na Bovespa e pressionado pelos leilões de venda do BC.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão –2,6% e Coréia –0,8%, preocupadas cada dia mais com a possibilidade de fim dos estímulos do Fed (BC norte-americano) à economia dos EUA e com os protestos em Hong Kong, (2) da EUROPA, Inglaterra –1,7%, França –2,8% e Alemanha –2,0%, com os investidores desapontados com o pronunciamento de Mario Draghi, presidente do BC Europeu, que frustrou as expectativas de anúncio de mais estímulos econômicos à zona do euro e (3) dos EUA, próximas da estabilidade, após um pregão marcado pela volatilidade, S&P 0,0%, DJ –0,1% e NASDAQ 0,1%, sustentadas pelas small caps e pelas ações do setor de energia, diante da leve recuperação dos preços do petróleo.
Diante da desaceleração no consumo da população brasileira, da complexidade tributária e do alto custo de produção e logística, segundo os empresários tiveram efeito nulo os incentivos dados pelo governo nos últimos anos para estimular a indústria manufatureira, como desonerações, refinanciamentos de dívidas e linhas especiais de crédito.
Ajudando a piorar a produtividade dos trabalhadores brasileiros, que já é uma das mais baixas do mundo, como fruto de uma ação do Ministério Público do Trabalho no Paraná, a BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, foi condenada a pagar multa de R$ 10mi por supostamente "sobrecarregar de trabalho" os funcionários da sua fábrica em Toledo.
Passadas as eleições presidenciais, que só devem se definir no segundo turno, a economia brasileira terá que sofrer alguns ajustes, já que uma enorme quantidade de decisões importantes que estão sendo postergadas, como (1) um reajuste da gasolina, (2) um aumento no preço da energia, (3) o anúncio de que será impossível cumprir a meta de economizar 1,9% do PIB para pagar os juros da dívida e (4) o racionamento de água em SP.
Caso vença as eleições, Dilma, se quiser fazer as pazes com o "mercado", terá que no mínimo (1) escolher um presidente do BC com credibilidade para trazer a inflação para perto do centro da meta, (2) nomear um ministro da Fazenda com personalidade para enfrentar seu caráter despótico e (3) estabelecer uma meta para o superávit primário do Tesouro bastante elevada e com o compromisso de ser obtida sem as "maracutaias" utilizadas no primeiro mandato.
- Esperando um cenário operacional no país cada vez mais difícil, ontem, após o fechamento do pregão, a agência de classificação de risco Moody's reduziu sua "nota" para o sistema bancário brasileiro de "estável" para "negativa".
Alfredo Sequeira Filho
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