R.B.
"Radical na mudança da histórica neutralidade diplomática do Brasil"
São Paulo, 24 de setembro de 2014 (QUARTA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve subiu, tentando uma recuperação após 5 pregões consecutivos de queda, seguindo a leve redução das tensões externas e as "apostas" de que Dilma será derrotada no segundo turno das eleições presidenciais e (2) o DÓLAR pode cair, influenciado pela decisão do BC de aumentar o volume de vendas diárias da moeda norte-americana para assim tentar segurar a inflação.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –0,5%, após um pregão marcado pela forte volatilidade, já que na mínima recuou –1,3% e na máxima subiu 0,9%, diante de especulações em relação às pesquisas eleitorais e da instabilidade das principais bolsas mundiais e (2) o DÓLAR subiu 0,6% à R$ 2,41, novamente testando os limites do BC, para desta vez fechar o dia acima do "teto informal" dos R$ 2,40, já que continuou seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e influenciado pela deterioração de fatores macroeconômicos brasileiros.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão permaneceu fechado por conta de feriado local e China subiu 0,5%, beneficiada pela divulgação de dados melhores do que o esperado sobre o setor industrial chinês, (2) da EUROPA, nos menores patamares das últimas 6 semanas, Inglaterra –1,4%, França-1,9 % e Alemanha –1,6%, desta vez com destaques de queda para as ações das empresas do setor de saúde, como Pfizer (-3,6%) e Smith & Nephew (-2,8%), que estão preocupadas com as novas regras de impostos dos EUA e também prejudicadas pelo recuo do índice de gerentes de compras francês, de 49,5pts em AGO/14 para 49,1pts em SET/14 e (3) dos EUA, em baixa pelo terceiro pregão consecutivo, S&P –0,6%, DJ –0,7% e NASDAQ –0,4%, enquanto investidores digeriam sinais de desaceleração do crescimento global e o aumento das tensões geopolíticas depois que Obama ordenou ataques aéreos na Síria contra combatentes do Estado Islâmico.
Preocupado com a pressão inflacionária depois que a cotação do dólar superou os R$ 2,40, impulsionada pelo cenário externo e pelas incertezas da eleição presidencial, ontem o BC anunciou que decidiu praticamente dobrar sua intervenção diária no mercado cambial para segurar a desvalorização do real.
Ajudando os caloteiros e anunciada pela administração petista como a saída para fechar as contas do Tesouro Nacional neste ano, a receita extra com pagamentos de tributos em atraso somou R$ 7,1bi em AGO/14, patamar bem abaixo do esperado pelo "brilhante" Mantega (R$ 20bi), o demissionário ministro da fazenda de Dilma.
- "Pagando o pato" pela irresponsabilidade do governo Dilma, segundo Mantega, ministro da fazenda, o consumidor deverá bancar os R$ 4bi que o governo tirou da previsão de gastos com subsídios ao setor elétrico.
Se afastando e se tornando um critico do governo Dilma, de quem já foi conselheiro, Delfim Netto, economista e ex-ministro da Fazenda, ressaltou ontem que afirmar que um BC independente "rouba a comida da boca do pobre" é uma ignomínia, já que no modelo proposto sua diretoria é escolhida pelo presidente que lhe fixa os objetivos e aprovada pelo Senado, ao qual presta contas regularmente.
Enxergando uma oportunidades na crise da água no Brasil para fazer novos negócios no país, a multinacional norte-americana General Electric quer ampliar as vendas de suas estações de água de reuso, como a que construiu em Campinas ao custo de R$ 177mi e que é capaz de transformar 365 litros de esgoto por segundo em água 99% pura.
Com um lobby profissional e muito dinheiro destinado às campanhas políticas, principalmente de petistas, o governo Dilma voltou atrás e desistiu de ampliar a cobrança de impostos para cervejas, refrigerantes e demais bebidas frias neste ano, em mais um aceno ao setor privado em reta final de eleição.
"Colhendo frutos" da política externa do governo Dilma, que privilegia questões ideológicas ao fazer negócios, nos 8 primeiro meses deste ano o comércio do Brasil com a Argentina já recuou –23% na comparação com o mesmo período 2013 e agora a balança comercial brasileira com o referido país vizinho está deficitária em US$ -40mi.
Crítica:
Enquanto em SP as torneiras estão cada dia mais secas, ao ponto do governo do Estado apelar mais uma vez para o uso do volume morto, e na ONU a presidenta Dilma se recusa a assinar um tratado propondo o fim dos desmatamentos até 2030, no Parque Nacional da Serra da Canastra, que fica no sudoeste de MG, a nascente do rio São Francisco secou pela primeira vez na história.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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