R.B. 28/AGO/14 "Lealdade tucana"


R.B.

"Lealdade tucana"

 

São Paulo, 28 de agosto de 2014 (QUINTA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve cair, seguindo as perdas das principais bolsas mundiais, realizando lucros após 3 pregões consecutivos de alta e após atingir o maior patamar em 19 meses e (2) o DÓLAR pode cair, testando o "suporte" dos R$ 2,25 e influenciado pelo fluxo positivo de recursos externos oriundos de captações, exportações e "investimentos".

 

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 1,9%, para fechar o dia no maior patamar desde 24/JAN/13 (aos 60.950pts), mais uma vez com bom volume de negócios (R$ 10,8bi) e também com os investidores "animados" com o aumento substancial das chances, que agora já ultrapassam os 50%, de derrota de Dilma nas eleições presidenciais e (2) o DÓLAR caiu –0,5% à R$ 2,25, influenciado pelos leilões de venda do BC, seguindo a melhora do humor na Bovespa e acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana.

 

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 0,1% e China 0,1%, sustentadas pela divulgação de dados positivos da economia norte-americana no dia anterior, (2) da EUROPA, próximas da estabilidade, Inglaterra 0,1%, França 0,1% e Alemanha –0,1%, com os investidores apenas ajustando suas carteiras à espera de possíveis medidas adicionais de estímulo econômico à zona do euro, que por sua vez surgiram após Mario Draghi, presidente do BC Europeu, dizer que, se necessário, poderá agir e (3) dos EUA, próximas da estabilidade, apesar do S&P ter fechando novamente no maior patamar da história, S&P 0,1%, DJ 0,1% e NASDAQ –0,1%, divididas entre o bom desempenho das varejistas, como a Best Buy (6,3%), a Tiffany & Co (1,2%) e a Express (12,7%), que divulgaram receitas trimestrais que superaram as expectativas e elevaram suas projeções de lucro para o ano, e o baixo volume de negócios, causado pela folga do feriado prolongado do Dia do Trabalho.

 

O primeiro pacote do governo de incentivos ao crédito, anunciado em JUL/14, já resultou na liberação de R$ 20bi para uso dos bancos até a semana passada, porem, conforme já esperava qualquer economista, até os formados na "faculdade Tabajara", a maior parte dos recursos não se transformou em empréstimos e está aplicado em títulos públicos, já que, com medo do futuro da economia, consumidores e empresas estão cautelosos e resistentes a aumentar seu endividamento.

 

Mostrando para a "genial" equipe econômica de Dilma que não é apenas com mais credito que se estimula uma economia, (1) em JUL/14 a inadimplência das empresas brasileiras foi 12,9% maior que em JUN/14 e 11,4% superior a JUL/13, (2) a quantidade de empresas com dívidas em atraso cresceu 7,11% em JUL/14 na comparação com o mesmo período do ano passado e (3) registrando a oitava baixa consecutiva, em AGO/14 o Índice de Confiança da Indústria diminuiu -1,2% na comparação com JUL/14 e –15,4% na comparação com AGO/13, atingindo assim o menor patamar desde ABR/09.

 

Diante das boas taxas de retorno e da expectativa de que, por conta do baixo desempenho da economia, a taxa básica de juros não deve subir  mais, em JUL/14 o Tesouro Direto, que é o programa do governo que permite a venda de títulos públicos a pessoas físicas, teve um aumento de 6.333 investidores, o que representa a maior expansão desde JAN/12.

 

Como os ministérios pararam suas atividades corriqueiras para se concentrar na tentativa de reeleição da presidenta Dilma, em JUL/14 a dívida pública federal caiu -1,35% na comparação com JUN/14 e assim fechou o mês em R$ 2,17tri.

 

Daniel Amaral, gerente de Economia da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, afirmou ontem que a expansão do agronegócio brasileiro expôs as dificuldades e as fragilidades do país em infraestrutura, já que atualmente 65% do transporte de grãos é feito em rodovias, realidade muito diferente da norte-americana, em que as estradas correspondem apenas a 20% do total.

 

-    A Petrobras subiu 4,6%, para fechar o dia no maior patamar desde 24/SET/12 (R$ 22,84), diante da avaliação de que a eventual derrota da presidenta Dilma nas eleições presidenciais seria muito positiva para a estatal.

-    A Oi avançou 6,7%, após a companhia ter assinado contrato com o banco BTG Pactual para fazer uma oferta e adquirir a participação da Telecom Itália na TIM.

-    A Vale caiu -1,4%, acompanhando mais um dia de baixa nos preços do minério de ferro negociados no mercado chinês, que é o principal destino das exportações da mineradora brasileira.


Política:

 

Usando toda a maquina publica, e obviamente também dinheiro publico, contra sua principal adversária, Dilma, com cada dia mais medo de perder as eleições para Marina, reuniu a cúpula do segundo escalão do seu governo, que é formado por cerca de 100 pessoas, para montar uma operação de mobilização nos Estados e nas redes sociais, ambiente mais simpático à candidata do PSB.

 

Ontem, "no paredão do Jornal Nacional", Marina segurou o rojão e ao mesmo tempo, apesar de provocada pelos apresentadores, conseguiu mostrar para a população que a nova política aceita as diferenças e consegue trabalhar com o contraditório, mas sobretudo respeita a democracia e a justiça.

 

Prejudicado pelo fraco desempenho do candidato do seu partido ao governo do seu estado e pela entrada de Marina Silva na disputa, Aécio, que antes liderava com folga em Minas Gerais, está agora em empate técnico com a presidenta Dilma nas pesquisas feitas apenas neste que é o segundo colégio eleitoral do país, com 10,7% dos votos nacionais.

 

Segundo Rodrigo Janot, o procurador-geral da República, o ex-governador José Roberto Arruda, que teve seu registro de candidatura indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral, não pode mais seguir com sua campanha.

 

Num afago aos prefeitos a pouco mais de um mês das eleições, a presidenta Dilma barrou a intenção do Congresso de viabilizar a criação de novos municípios no país, já que vetou integralmente o projeto de lei que estabelecia regras para a criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios, o que abriria caminho para que pelo menos 200 novas cidades fossem criadas.

 

Pregando austeridade e outros temas que agradam bastante seu eleitorado, porem não lhe trazem novos votos, ontem Aécio, o candidato do PSDB à Presidência, afirmou que, se eleito, vai cortar um terço dos mais de 22 mil cargos comissionados mantidos pelo governo federal.

 

Com o objetivo de reduzir sua rejeição entre os ruralistas, a presidenciável Marina Silva, do PSB, reservou suas agendas de hoje e amanhã para (1) se reunir com os produtores de cana para criticar a política de Dilma para o etanol e (2) jantar com empresários rurais para defender o programa federal Agricultura de Baixo Carbono.

 

Mostrando sua "lealdade tucana", um dia depois de o Ibope mostrar que Aécio está 10% atrás de Marina, Alckmin, governador de SP, deixou de acompanhar seu correligionário em duas agendas em SP e preferiu visitar evangélicos com Pastor Everaldo, candidato à presidente pelo PSC.


Crítica: 
 

Dando mais um importante passo para acabar com o trafico de drogas, ontem os uruguaios que querem plantar sua própria maconha para fumar começaram a se cadastrar para pedir ao governo a autorização de cultivo, já que pela lei atual cada casa pode plantar até seis pés da erva.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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