R.B.
"Um grande nome"
São Paulo, 15 de agosto de 2014 (SEXTA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em alta, acompanhando o desempenho ascendente das principais bolsas mundiais e também influenciada pelos sinais claros de que Marina Silva será a substituta de Eduardo Campos e (2) o DÓLAR pode cair, influenciado pelos leilões de venda do BC e pelo aumento das expectativas de adoção de novas medidas de estímulo às economias da Europa.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 0,4%, recuperando parte das perdas do pregão anterior, diante da conclusão de que a entrada de Marina Silva na corrida presidencial levará o pleito para o segundo turno, e acompanhando o bom desempenho das bolsas dos EUA e da Europa, mesmo com as fortes perdas nas ações da Vale (1,-2%) e (2) o DÓLAR caiu –0,2% à R$ 2,27, acompanhando a redução das tensões internas e também seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão –0,5% e China –0,8%, com destaques de queda para as ações do setor de tecnologia, como Lenovo (-1,4%) e Tencent (-2,4%), diante da divulgação de dados econômicos negativos da economia chinesa, (2) da EUROPA, Inglaterra 0,4%, França 0,2% e Alemanha 0,3%, "aliviadas" declarações consideradas conciliatórias de Putin, o presidente da Rússia, que afirmou que seu país vai se defender mas não ao custo de confrontos com o exterior e (3) dos EUA, S&P 0,4%, DJ 0,4% e NASDAQ 0,4%, com destaque de alta para as ações do setor de saúde e também beneficiadas por comentários conciliatórios da Rússia.
Principalmente por conta da péssima qualidade e da baixa competitividade dos produtos nacionais, segundo dados oficiais da Confederação Nacional da Indústria, a participação dos produtos importados no consumo nacional subiu de 20,6% para 21,8% na comparação entre o segundo trimestre deste ano e o mesmo período de 2013.
Diante da divulgação de dados mostrando que a economia da zona do euro ficou estagnada no segundo trimestre, cresceu a pressão para que o Banco Central Europeu tome medidas para impulsionar o crescimento, o que certamente terá efeitos no Brasil, seja via impacto no câmbio, seja via comércio exterior.
Mostrando mais um efeito negativo da Copa do mundo de futebol, em JUN/14, por conta da redução dos dias úteis, as vendas do comércio varejista brasileiro registraram queda de -0,7% na comparação com MAI/14, patamar bem abaixo das previsões dos analistas (0,4%).
Pressionados por questões políticas e ideológicas, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, respectivamente a primeira e terceira maior instituição financeira do país, seguiram expandindo os empréstimos em ritmo anual de 28% e 12,5% em JUN/14 na comparação com JUN/13 e assim impediram uma forte desaceleração no crédito no primeiro semestre de 2014, período marcado pelo crescente pessimismo em relação à economia e prejudicado pelo menor número de dias úteis devido à Copa.
Finalmente vendo uma luz no final do túnel, a venda de petróleo e a valorização do câmbio levaram a Óleo e Gás Participações, ex-OGX, a registrar um lucro de R$ 303,4mi no segundo trimestre de 2014, ante prejuízo de R$ -4,7bi em igual período de 2013, quando a empresa estava no auge da crise.
- O Banco do Brasil subiu 3,6%, após anunciar que seu lucro líquido recorrente, que exclui ganhos e perdas extraordinários, alcançou R$ 3,0bi no segundo trimestre deste ano, patamar 14% superior ao registrado em igual período do ano passado.
- A Vale caiu –2,1%, prejudicada pelo recuo do preço do minério de ferro da China, já que cerca de metade das suas exportações dessa commodity tem como destino o país asiático.
- A Sabesp subiu 0,6% e, após o fechamento do pregão a empresa anunciou que no segundo trimestre deste ano seu lucro liquido caiu –16,4% na comparação com o mesmo período de 2013, resultado melhor do que a previsão dos analistas (-42%).
- A JBS caiu –1,1% e, após o fechamento do pregão anunciou que no segundo trimestre deste ano seu lucro líquido caiu -25% ante o resultado obtido um ano antes, para R$ 254,3mi, impactado pelo resultado financeiro negativo.
Política:
Apesar do PSB ter informado, em nota oficial, que a decisão sobre quem irá disputar a presidência do Brasil pelo partido será tomada quando a legenda julgar oportuno, Tudo indica que será Marina Silva a substituta de Eduardo Campos já que, (1) Renata Campos e Antonio Campos, respectivamente a viúva e o irmão do ex-governador de Pernambuco, declararam que é o desejo da família e (2) o governador de Pernambuco, João Lyra Neto, disse que o partido deve continuar com candidato próprio na disputa presidencial e que Marina Silva é "um grande nome".
Mostrando que, ao menos em SP, será difícil a vida do PT nas eleições deste ano, segundo a última pesquisa divulgada com intenções de voto para governador tucano Alckmin subiu de 54% para 55%, Paulo Skaf, do PMDB, manteve os mesmos 16% do levantamento anterior e o petista Alexandre Padilha, que apesar de desconhecido tem a maior rejeição de todos (28%), oscilou de 4% para 5%.
Dando força aos tucanos, segundo uma pesquisa divulgada ontem Marconi Perillo, o candidato à reeleição ao governo de Goiás pelo PSDB, lidera a corrida eleitoral com 41% das intenções de voto, seguido do ex-governador Íris Rezende, do PMDB, com 28% e por Vanderlan Cardoso, do PSB, com 6%.
No RJ, onde a disputa está bem acirrada, o deputado Anthony Garotinho, do PR, subiu de 24% para 26%, o senador Marcelo Crivella, do PRB, caiu de 24% para 18%, o governador Luiz Fernando Pezão, do PMDB, subiu de 14% para 16% e o senador Lindbergh Farias, do PT, manteve os 12% da pesquisa anterior.
Com 45% dos eleitores sem candidato definido, já que 31% se declararam indecisos e 14% pretendem votar em branco, em MG o ex-ministro Fernando Pimentel, do PT, lidera com apenas 29% das intenções de voto, seguido do ex-ministro Pimenta da Veiga, do PSDB, que tem 16%, e de Tarcísio Delgado, do PSB, que tem 6%.
Em uma disputa já polarizada, que deve ser definida apenas no segundo turno, no Paraná o atual governador Beto Richa, do PSDB, tem 39% das intenções de voto, contra 33% do o ex-governador Roberto Requião, do PMDB
Crítica:
Criados na cultura do consumo, a maioria dos adolescentes brasileiros crescem com a ideia de que, para ser feliz, é necessário ter celulares de última geração, roupas da moda e carros caros e, segundo uma pesquisa do Ibope, os jovens entre 16 e 24 anos tiveram queda no nível de conhecimento financeiro em 2014.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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