R.B.
"Ficar calada"
São Paulo, 17 de julho de 2014 (QUINTA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve subir, influenciada por boas notícias corporativas de empresas brasileira, acompanhando a melhora do ‘’humor’’ nas principais bolsas mundiais e ainda ‘’apostando’’ na queda de Dilma nas pesquisas de intenção de voto e (2) o DÓLAR pode cair, pressionado pelos leilões de venda do BC e acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu -0,5%, realizando lucros após uma sequência de 4 altas, com bom volume de negócios e destaques de queda para as ações de bancos, como Itaú (-2,6%) e Bradesco (-3,8%), após o Morgan Stanley ter cortado sua recomendação a esses papéis e (2) o DÓLAR subiu 0,1% à R$ 2,22, revertendo a queda da abertura, em meio a especulações do mercado de que Janet Yellen, a presidente do Fed (‘’BC’’ dos EUA), poderia apertar antes do esperado a política monetária naquele país.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão -0,1% e China 0,1%, sem um rumo comum, com os investidores digerindo os dados econômicos da China, especialmente o desempenho do PIB do país, e os ‘’temores’’ de redução dos estímulos nos EUA, (2) da EUROPA, Inglaterra 1,1%, França 1,5% e Alemanha 1,4%, animadas por dados econômicos positivos da região, como (l) a redução da taxa de desemprego no Reino Unido, (ll) o superávit de R$ 3,7bi de euros da balança comercial da Itália e (ll) o aumento das exportações da zona do euro e (3) dos EUA, com o índice Dow Jones registrando seu 15º fechamento em nível recorde neste ano, S&P 0,4%, DJ 0,4% e NASDAQ 0,2%, já que os investidores reagiram positivamente a informes de resultados de empresas e ao noticiário sobre fusões e aquisições.
Após o fechamento do pregão de ontem, conforme esperado por mais de 90% do ‘’mercado’’, o Copom anunciou que, pela segunda vez consecutiva, decidiu manter a taxa Selic em 11% ao ano, inclusive repetindo o comunicado da decisão anterior, já que a referida autoridade monetária, por conta das incertezas com as pressões inflacionárias e com o desempenho da economia, não indicou quais serão seus próximos passos.
Perdendo mais uma ótima oportunidade para ‘’ficar calada’’, ontem a presidenta Dilma afirmou que considera uma "muito modesta recuperação" das economias dos países desenvolvidos e se mostrou preocupada com o impacto desse cenário no contexto internacional e destacou a "notável redução da pobreza e da desigualdade" nos países do BRIC, que são Brasil, Rússia, Índia e China.
Finalmente apresentando um sinal positivo da economia brasileira, em MAI/14, que foi o mês anterior ao início da Copa do Mundo, o comércio varejista, superando as expectativas do ‘’mercado’’ (-0,1%) e após 3 quedas consecutivas, voltou a crescer e registrou alta de 0,5% frente a ABR/14.
- Diante da elevação dos juros e do aumento da restrição ao crédito, em JUN/14 o volume de financiamentos de veículos no Brasil caiu -13% na comparação com JUN/13.
- Hoje será divulgada a prévia do PIB brasileiro em MAI/14 e as projeções dos principais analistas apontam para uma ligeira alta de 0,1% na comparação mensal, porem existem alguns analistas que esperam uma contração.
Se preparando para ser a primeira correntista, obviamente com a conta negativa, do recém criado Banco dos BRIC, Argentina Cristina Kirchner, presidente da Argentina, afirmou que recebeu "amplo apoio por parte de todos os países a respeito da situação dos fundos abutres e da tentativa de destruir a reestruturação da dívida do seu país".
- A Vale subiu 1,8%, beneficiada pelo anuncio de um crescimento um pouco acima do esperado da China no segundo trimestre deste ano, já que o referido país asiático é o principal destino das exportações da companhia brasileira.
- A ALL caiu -4,6%, após divulgar seu resultado no segundo trimestre, em que sua geração de caixa ficou praticamente estável, com as operações ferroviárias afetadas por cenário de difícil demanda, o que prejudicou os volumes transportados
- A Petrobrás subiu 0,3% e ontem, após o fechamento do pregão, a empresa anunciou que está em negociação com a Cemig para vender sua fatia de 40% na distribuidora de gás natural Gasmig.
Política:
Facilitando a vida dos empresários, ontem o Senado aprovou, por unanimidade de 56 votos, projeto que universaliza o acesso do setor de serviços ao Supersimples, regime simplificado de tributação para micro e pequenas empresas e que foi editado com o objetivo de simplificar e desburocratizar o ambiente para essas companhias.
Mostrando mais uma vez como é baixo o nível dos políticos brasileiros, pelo menos 1.841 candidatos a governador, senador e deputado tiveram suas candidaturas para as eleições deste ano questionadas pelas Procuradorias Regionais Eleitorais em 25 Estados e no Distrito Federal, porem este número certamente vai aumentar, já que SP é o único Estado que ainda não concluiu o referido processo de impugnação.
Finalmente mostrando suas diferencias ideológicas, ontem Aécio Neves, candidato do PSDB à presidência, afirmou que não aceitará as regras do governo cubano para pagamento de profissionais do programa Mais Médicos, instituído pelo governo federal em 2013 e que tem 80% de profissionais provenientes de Cuba.
Crítica:
Obviamente gerando mais tensão geopolítica, ontem os EUA e a União Europeia aprovaram a ampliação do pacote de sanções contra a Rússia, principalmente nos setores bancários, de defesa e de energia, alegando que Moscou vem apoiando rebeldes separatistas no leste da Ucrânia.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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