R.B. 5/ABR/14 ‘’Por que o Brasil não é levado à sério’’


R.B.

"Por que o Brasil não é levado à sério"

 

São Paulo, 5 de abril de 2014 (SEXTA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve subir, para zerar as perdas ainda acumuladas no ano (-0,2%), acompanhando a melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais e beneficiada pela divulgação de medias de estímulos monetários na China e (2) o DÓLAR pode cair, retornando à sua ''trajetória natural'' após 2 pregões consecutivos de alta, influenciado pelos leilões de venda do BC e pela esperada melhora do ''humor'' na Bovespa.

 

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –0,6%, revertendo uma abertura positiva, com os investidores realizando lucros recentes e acompanhando as perdas das bolsas dos EUA, e (2) o DÓLAR subiu 0,3% à R$ 2,28, com o desempenho motivado pela expectativa por dados positivos de emprego que serão divulgados nos EUA e que podem aumentar as chances de o Fed (BC local) começar a subir os juros naquele país antes do previsto.

 

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, novamente sem uma tendência única, Japão 0,8% e China –0,7%, mesmo após o governo chinês lançar um programa de estímulos que inclui investimentos na ampliação da malha ferroviária e alívio tributário para empresas de pequeno porte, (2) da EUROPA, Inglaterra 0,1%, França 0,4% e Alemanha 0,1%, já que comentários de Mario Draghi, o presidente do BC, alimentaram as expectativas de medidas adicionais de estímulo e (3) dos EUA, S&P –0,1%, DJ –0,1% e NASDAQ –0,9%, realizando lucros após o S&P fechar no maior patamar da história, diante da divulgação de dados decepcionantes da economia local e com destaques de queda para Twitter (-3,7%) e Facebook (-5,2%).

 

Há cerca de 1 ano atrás, quando o BC começou a elevar a taxa básica de juros, que estava em 7,25%, a expectativa de inflação para os 12 meses seguintes estava em 5,5%, já hoje, com a taxa de juros a 11,00%, a projeção do mercado para a alta futura dos preços é de 6,3% e os principais motivos disto são (1) a expansão contínua de gastos públicos, com a qual a administração petista tenta reanimar a economia, e (2) a crescente falta de credibilidade da equipe econômica de Dilma.

 

Podendo aliviar um pouco as ''tensões do mercado'', ontem, apesar de alertar que o Brasil tem um desempenho econômico ruim, com um quadro de baixo crescimento e inflação elevada, a agência de classificação de risco Moody's ''garantiu' que uma redução da sua ''nota'' para o país não está nos seus planos, ressaltando que o risco de crédito da economia brasileira ainda é baixo.

 

Com o objetivo de fazer sua economia crescer 7,5% em 2014, ontem a China anunciou uma série de medidas de estímulo econômico, que incluem isenções de impostos para as pequenas empresas e ajudas aos bairros urbanos mais pobres.

 

Repetindo a ''velha ladainha'' de que as reservas do país, de US$ 377bi, estão sólidas e que a dívida líquida sobre o PIB, de 33,7%, foi reduzida ao longo dos anos, ontem, um dia depois do BC elevar a Selic pela nova vez seguida, a presidenta Dilma ''garantiu'' que o governo manterá a taxa de inflação no limite da meta (6,5%) neste ano.

 

Confirmando sua falta de habilidade gerencial e deixando a ''bomba'' para o próximo governo, o custo dos empréstimos de pelo menos R$ 8bi que as distribuidoras de energia tomarão neste ano será repassado às tarifas dos consumidores em 2015 e 2016.

 

-    A Cyrela caiu -4,9%, a Rossi Residencial recuou -4,9% e a MRV perdeu -4,1%, após o BC do Brasil ter elevado, no dia anterior, a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 0,25 ponto percentual, para 11% ao ano.

-    A Petrobrás caiu –1,0%, realizando lucros do pregão anterior e mesmo após ter divulgado que em FEV/14 a produção de petróleo no Brasil teve avanço de 1,8% o volume produzido de gás natural no país cresceu 3,6%, ambos na comparação com o mês anterior.


Política:
 
Fazendo como todo politico, apesar de garantir que faz politica de forma diferente, Eduardo Campos, agora ex-governador de Pernambuco e ''apenas'' candidato do PSB à presidência, inaugurou ontem, no seu ultimo dia como governador, cinco obras publicas ainda inacabadas.
 
Em uma tentativa de reacomodar na administração estadual partidos que poderão apoiar a sua reeleição, Alckmin, governador de SP, decidiu adiar para as próximas semanas as trocas em seu secretariado.
 
Apesar de ressaltar que não há nenhuma razão para supor que Dilma não será candidata à reeleição neste ano, Rui Falcão, presidente nacional do PT, afirmou que irreversível "só a morte", o que indica que não é maluca a tese de que Lula pode substituir a presidenta se ela cair muito nas pesquisas.
 
Com o objetivo único de criar confusão, ontem a base aliada da presidenta Dilma protocolou no Congresso Nacional mais um pedido de instalação de uma CPI Mista que investigue, além de irregularidades na Petrobrás, episódios ligados aos partidos dos principais adversários na sucessão presidencial, o senador Aécio Neves e o agora ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Crítica:

 

Dando margem para acusações de que quer evitar constranger a presidenta Dilma, a Petrobras segue se negando a prestar esclarecimentos sobre o funcionamento do seu conselho de administração, o que é vital para esclarecer as responsabilidades dos envolvidos no nebuloso episódio da compra da refinaria de Pasadena, que pode ter causado um prejuízo de quase R$ –1bi para a estatal.

 

Mostrando ''por que o Brasil não é levado à sério'', no fim da tarde de ontem o Ministério do Planejamento informou que os servidores da administração pública federal terão jornada reduzida, sendo liberados do trabalho as 12:30, nos dias em que a seleção brasileira entrar em campo para os jogos da Copa do Mundo de futebol.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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