R.B. 4/FEV/14 ‘’O cambalacho de DEZ/13’’


R.B.

"O cambalacho de DEZ/13"

 

São Paulo, 4 de fevereiro de 2014 (TERÇA-FEIRA).


Mercados:

 

HOJE

-    A BOVESPA pode subir, em um movimento de ''caça de barganhas'' após fechar o pregão anterior no menor patamar desde 12/JUL/13 (aos 46.147pts) e após já acumular uma desvalorização de –10,4% em 2014, porem deve-se ressaltar que, até que Dilma decida mudar sua equipe econômica, permanecerão e crescerão cada dia mais as desconfianças com o futuro do Brasil.

-    O DÓLAR deve cair, também em um ''ajuste técnico'' após a forte alta do pregão anterior, porem é importante ressaltar que, ao menos no curto prazo, o fluxo negativo de recursos externos deve continuar, o que consequentemente fará aumentar a demanda pela moeda norte-americana.

 

ONTEM

-    BOVESPA –3,1%, já abriu em queda, influenciada negativamente pela divulgação de dados desanimadores na China e, acompanhando as perdas das demais bolsas mundiais, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, para fechar a sessão com a maior desvalorização diária desde 2/JUL/13, prejudicada principalmente pela crescente desconfiança e pelo pessimismo dos investidores, externos e internos, com o futuro da economia brasileira.

-    DÓLAR 1,0% à R$ 2,43, abriu em leve baixa, para na mínima recuar –0,2%, porem logo passou a subir, influenciado pelos mesmos motivos que levaram à forte queda da Bovespa, e manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, mesmo com os leilões de venda do BC.

-    Na ÁSIA, com poucos negócios, JAPÃO -2,0%, começando FEV/14 de forma negativa, mesmo após recuar -8,5% em JAN/14, com destaques de queda para as exportadoras, prejudicadas pela valorização da moeda local (o iene) frente ao dólar e CHINA permaneceu fechada diante de feriado local, porem durante o final de semana foi anunciado que o índice dos gerentes de compras industrial do país caiu de 51,0pts em DEZ/13 para 50,5pts em JAN/14.

-    Na EUROPA, nos menores patamares das 6 últimas semanas, INGLATERRA –0,7%, FRANÇA –1,4% e ALEMANHA –1,3%, com os mercados refletindo os fracos resultados de indicadores da China e dos EUA, que podem sugerir uma desaceleração do crescimento econômico global.

-    Nos EUA, ampliando as perdas ao longo do dia, S&P %-2,3, DJ –2,1% e NASDAQ –2,6%, principalmente após a divulgação de um relatório que mostrou que o índice dos gerentes de compras do país caiu de 56,5pts em FEZ/13 para 51,3pts em JAN/14.


Economia:

 

Cada dia mais pessimista, o ''mercado'' elevou, de 11,50% para 11,88%, sua previsão para a Selic de 2015, porem reduziu, de 6,02% para 6,00%, suas previsões para o IPCA deste ano e manteve em 1,91% suas perspectivas para o crescimento do PIB brasileiro em 2014.

 

Aumentando a ''lambança nas contas publicas'' e ''garantindo'' que, apesar da falta de chuvas e do baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas no país, não vai faltar energia elétrica, segundo Edison Lobão, ministro de Minas e Energia, o governo Dilma pode ter de usar, novamente, a estratégia de aportar recursos do Tesouro no setor elétrico para cobrir os altos gastos com uso de termelétricas.

 

Contrariando a opinião da equipe econômica de Dilma e também do presidente do BC da Índia, segundo Luis Stuhlberger, gestor do fundo Verde, do Hedging Griffo-Credit Suisse, a culpa pela forte depreciação dos ativos de mercados emergentes, ocorrida nos últimos dias, não é dos EUA e da sua política de redução de estímulos, mas sim dos próprios mercados emergentes, que viveram os anos de extrema liquidez global com baixo crescimento econômico, déficits fiscal e na conta externa, perda de credibilidade política e a falta de uma agenda de reformas ou melhoria institucional.

 

Corroborando com a opinião do ''mercado'', Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht, afirmou que a desconfiança com o Brasil faz com que se "priorize o não fazer para não errar'' e que o setor produtivo está hoje "amarrado" ao BNDES, ressaltando que o desejável seria reduzir gradualmente o crédito ofertado pelo banco estatal e retirar o subsídio das novas licitações, já que é o usuário do serviço quem deve pagar por ele e não o contribuinte de maneira geral.

 

Seguindo sua trajetória negativa após ''o cambalacho de DEZ/13'', quando o governo Dilma considerou como exportação a compra de plataformas de petróleo pela Petrobrás, em JAN/14 a balança comercial brasileira registrou um déficit de US$ -4,1bi, o que representa o maior valor mensal negativo da história.

 

-    A Petrobras despencou -5,8%, diante dos crescente ''temores'' com do ''mercado'' com a interferência governamental, o alto volume de investimentos e à defasagem nos preços dos combustíveis sofridos pela estatal.

-    A Sabesp caiu -5,2%, refletindo a decisão da empresa em garantir desconto a consumidores que economizarem água devido ao tempo seco em SP.


Política:

 

Ontem, a cerca de 60 dias de deixar o governo de Pernambuco para disputar a Presidência da República pelo PSB, o governador Eduardo Campos foi à Assembleia Legislativa para prestar contas de seus 7 anos de administração, em 1 hora e 11 minutos de discurso no qual apresentou números de cada secretaria de seu governo.

 

Apesar de ter ''medo'' de perder o tempo dos peemedebistas no horário eleitoral da TV, ontem, depois de quase 6 horas de reunião, a presidenta Dilma informou aos seus referidos ''parceiros'' que não quer dar um sexto ministério para o PMDB e que não pretende entregar a Secretaria de Portos, cobiçada pelos integrantes do partido.

 

Com a ''moral'' de quem usou um avião da FAB para ir ao seu Estado fazer um implante capitar, ontem, diante da expectativa de menor ritmo de trabalhos do Congresso em 2014 em função da com Copa do Mundo e das eleições, Renan Calheiros, o presidente do Senado, pediu que seus ''colegas'' congressistas tenham "comedimento" com recursos públicos e priorizem os trabalhos do Legislativo.

 

Indicando que o clima entre PMDB e o governo Dilma não é muito ''amistoso'', apenas minutos depois de ouvir uma mensagem da presidenta Dilma cobrando responsabilidade fiscal do Congresso, o presidente da Câmara, que é o peemedebista Henrique Eduardo Alves, reagiu afirmando que o Legislativo não é responsável por armar pauta-bomba, como são conhecidos projetos com impactos financeiros, ressaltando que não poderia aceitar calado as "injustas" acusações de que os congressistas preparam projetos com prejuízos econômicos ao país.


Crítica:

 

Como se fosse possível um ladrão de banco devolver o dinheiro do furto e ficar livre da cadeia, algo que não deveria ser estranho já que o presidente do Senado brasileiro apenas devolveu o dinheiro do combustível após usar um avião do exercito para colocar um implante capitar na sua cidade, ontem a Comissão de Valores Mobiliários aprovou um proposta de acordo de executivos da Marfrig para encerrar processo envolvendo a divulgação de demonstrações financeiras, mediante pagamento total de R$ 800 mil.

 

Sofrendo com a crescente falta de mão de obra qualificada e com isto pressionando a inflação, o Custo Unitário Básico da construção civil paulista registrou uma alta de 7,36% nos últimos 12 meses encerrados em JAN/14.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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