R.B.
"Fadiga de material"
São Paulo, 26 de fevereiro de 2014 (QUARTA-FEIRA).
Mercados:
HOJE
- A BOVESPA deve subir, tentando reduzir as perdas acumuladas no ano (-9,3%), acompanhando a melhora do ''humor'' nas bolsas da China e principalmente impulsionada pela divulgação de bons resultados de grandes empresas brasileiras, como a Petrobrás e a Ambev
- O DÓLAR pode cair, para fechar em território negativo pelo sexto pregão consecutivo, ampliando a baixa já acumulada no ano (-0,7%), diante da esperada melhora do ''humor'' na Bovespa, dos leilões de venda do BC e da expectativa de novo aumento da taxa real de juros da economia brasileira.
ONTEM
- BOVESPA –1,4% (aos 46.715pts), já abriu em queda e, realizando quase todos os lucros acumulados em 4 pregões consecutivos de alta, aprofundou as perdas na parte da tarde, acompanhando a piora do ''humor'' nas bolsas de NY e da Europa e pressionada principalmente por vendas de investidores estrangeiros.
- DÓLAR –0,2% à R$ 2,34, já abriu em queda e, mesmo com o ''humor negativo'' na Bovespa, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, para fechar o dia no menor patamar desde 17/DEZ/13, diante das ''apostas'' de mais uma elevação da Selic na reunião do Copom que termina hoje.
- Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO 1,4%, acima dos 15.000pts pela primeira vezes em FEV/14, impulsionada pelo forte desempenho dos papéis do Softbank (4,1%), diante de ''rumores'' de que vai comprar uma participação na empresa de serviço de mensagens on-line Line Corp e CHINA –2,0%, refletindo as preocupações em relação aos limites de crédito para o setor imobiliário.
- Na EUROPA, devolvendo os ganhos da abertura, INGLATERRA –0,5%, FRANÇA –0,1% e ALEMANHA –0,1%, com destaques de queda para as ações das mineradoras, como Rio Tinto (-2,8%) e BHP Billiton (-1,6%), e dos bancos, como Barclays (-2,4%) e HSBC (-1,4%), diante da atualização para baixo das projeções da Comissão Europeia para o desempenho das economias dos países da zona do euro e da União Europeia para este ano e do fraco índice de confiança do consumidor divulgado nos EUA.
- Nos EUA, realizando lucros recentes e com poucos negócios, já que os investidores aguardam o depoimento da nova presidente do Fed (''BC'' local), Janet Yellen, ao Senado norte-americano, S&P –0,1%, DJ –0,2% e NASDAQ –0,1%, prejudicada pela divulgação de que o índice de confiança do consumidor do país caiu de 79,4pts em JAN/14 para 78,1pts em FEV/14.
Economia:
Hoje, após o fechamento do pregão, o Comitê de Política Monetária anunciará sua decisão sobre a taxa básica de juros da economia brasileira que, com a inflação perdendo ''força'' e a economia cada dia mais enfraquecida, deve subiu dos atuais 10,5% para 10,75% ao ano, o que representará a oitava elevação consecutiva da Selic e provavelmente o fim de um ciclo.
Com o governo arrecadando cada vez mais, porem infelizmente também gastando cada dia mais e principalmente pior, a arrecadação de impostos e outros tributos somou R$ 123,7bi em JAN/14, o que é um recorde histórico e representa numa expansão de 0,9% acima da inflação sobre JAN/13.
- A dívida pública federal, que inclui os endividamentos interno e externo do governo, caiu -3,6% em JAN/14 na comparação com DEZ/13, ficando em R$ 2,05tri.
- Diante da forte volatilidade registrada no mercado, em 2013 a captação da previdência privada foi -20,8% menor que em 2012.
Apresentando dados divergentes, (1) em JAN/14 as vendas de materiais de construção cresceram 1,5% na comparação com JAN/13, 2,7% no acumulado dos últimos 12 meses e 9,2% na comparação com DEZ/13, porem (2) no trimestre entre DEZ/13 e FEV/14 o índice de confiança do setor de construção civil recuou -3,1% na comparação com o trimestre anterior.
Mostrando que a falta de mão de obra qualificada atinge todos os níveis de emprego do Brasil, mesmo com a economia fraca e com a desconfiança na condução da politica econômica, no ano passado o salário dos executivos brasileiros cresceu acima da inflação e também mais do que o salário de executivos dos EUA, da Inglaterra e da França.
- A Petrobras caiu –2,2%, porem após o fechamento do pregão de ontem, superando a média das ''apostas do mercado'' (R$ 5,0bi), a estatal divulgou que teve um lucro de R$ 6,3bi no quarto trimestre do ano passado, acumulando com isto um resultado positivo de R$ 23,6bi em 2013, patamar 11% maior que em 2012.
- A Ambev subiu 0,1% e, após o fechamento do pregão a empresa anunciou que acumulou um lucro líquido de R$ 4,7bi no quarto trimestre de 2013, patamar 106,2% maior que no mesmo período de 2012.
Política:
Mostrando que, além de crescer entre os demais partidos da base aliada, a insatisfação com o governo Dilma também cresce entre os petistas, anteontem deputados e senadores do PT se encontraram em um jantar para desferir seus próprios ataques ao governo, reclamando especialmente da falta de informações sobre as alianças nos Estados, o que impacta suas próprias eleições, e, mais uma vez, da liberação de emendas.
Ontem, durante um evento no Congresso Nacional para comemorar os 20 anos do plano real, o ex-presidente FHC afirmou que o governo federal tem recorrido à propaganda para escamotear fragilidades e ressaltou que, apesar dos avanços, é chegada a hora de mudança devido à "fadiga de material" da administração petista iniciada em 2003.
Em reuniões internas, a cúpula da campanha de Dilma, que aliás trabalha mais do que o governo, se queixou da falta de lealdade do PMDB em Estados-chave como Pernambuco, onde líderes do partido se aproximaram de Eduardo Campos, do PSB.
Ex-aliado de Eduardo Campos, o agora dilmista Cid Gomes, do Pros, prepara números para minar o discurso do presidenciável pernambucano de que mantém bom relacionamento com o setor privado.
Aproveitando a folia para fazer política, na sexta-feira o tucano Aécio Neves vai curtir o carnaval ao lado de ACM Neto, do DEM, em Salvador, já no domingo irá ao camarote da Prefeitura do RJ na Sapucaí, a convite do prefeito peemedebista Eduardo Paes.
Com o objetivo de questionar a política externa do governo Dilma, em especial suas relações com Venezuela e com Cuba, o PSDB deve emplacar hoje o deputado Eduardo Barbosa, de MG, na Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
Crítica:
Sem nenhum interesse da indústria automotiva nacional, que segue atrasada, o governo federal vai anunciar após o feriado de carnaval algumas medidas de incentivo à importação, comercialização e produção de carros híbridos e elétricos no Brasil, que no primeiro momento incluem apenas uma pequena redução do IPI que incide sobre esse tipo de veículo, que atualmente é de 25%, quase o dobro do que é aplicado a um carro médio movido a gasolina.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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