R.B.
"Fraternal e democrática"
São Paulo, 21 de fevereiro de 2014 (SEXTA-FEIRA).
Mercados:
HOJE
- A BOVESPA pode seguir em alta, para fechar em território positivo pelo terceiro pregão consecutivo, acompanhando a melhora do ''humor'' externo com o Brasil, beneficiada pela divulgação de dados positivos da economia brasileira e de bons resultados corporativos de empresas tupiniquins.
- O DÓLAR deve seguir em queda, podendo inclusive ''testar o suporte'' dos R$ 2,35, acompanhando a provável melhora do ''humor'' na Bovespa, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e também influenciado pelos leilões de venda do BC.
ONTEM
- BOVESPA 0,3%, abriu em queda, para na mínima recuar –0,9%, porem passou a subir nas últimas horas do pregão, com os investidores avaliando positivamente, mas ainda com cautela, a meta fiscal anunciada pelo governo brasileiro para este ano.
- DÓLAR –1,1% à R$ 2,37, abriu em alta, para na máxima avançar 0,4%, porem passou a cair na parte da tarde, para fechar o dia no menor patamar desde 21/JAN/14, acompanhando a melhora do ''humor'' na Bovespa e a trajetória internacional da moeda norte-americana.
- Na ÁSIA, acompanhando as perdas nas bolsas de NY no dia anterior, JAPÃO –2,2%, em mais um dia com grande volatilidade e fechando em queda pelo segundo pregão consecutivo, após o anuncio de que o país registrou déficit comercial recorde em JAN/14 e CHINA –0,2%, prejudicada pela divulgação de dados fracos do setor manufatureiro do país.
- Na EUROPA, novamente sem uma tendência única, INGLATERRA 0,2%, FRANÇA 0,3% e ALEMANHA –0,4%, com algumas bolsas, que tinham aberto em queda por conta da divulgação de dados negativos na China, reagindo no final do pregão diante da melhora do ''humor'' na bolsas de NY e de notícias positivas da economia dos EUA.
- Nos EUA, recuperando as perdas da abertura, após uma sessão bem volátil, S&P 0,6%, DJ 0,6% e NASDAQ 0,7%, já que no final do dia, após a divulgação de que o índice dos gerentes de compras atingiu o maior nível desde MAI/10, predominou a visão otimista de que o inverno rigoroso prejudicou apenas alguns dados econômicos específicos.
Economia:
Ontem, com o principal objetivo de evitar o rebaixamento da ''nota'' do Brasil pelas agências de classificação de risco, mas também com a intenção de acalmar o ''mercado'', o governo Dilma anunciou que pretende fazer um esforço fiscal de 1,9% do PIB, o que significa uma poupança equivalente a R$ 99bi para pagamento dos juros da dívida pública.
Dando dois sinais positivos da economia brasileira, em JAN/14 (1) a taxa de desemprego no país ficou em 4,8%, o que é o mais baixo patamar desde que esta pesquisa começou a ser feita (em 2003) e representa uma forte baixa em relação ao resultado apurado em JAN/13 (5,4%) e (2) o Brasil gerou 29,6 mil empregos com carteira assinada, o que representa uma alta de 2,4% frente ao volume de postos criados no mesmo mês do ano passado, com destaque positivo para o setor de construção civil, com 38,1 mil novas vagas.
Além de acumular mais R$ 34,1bi em reservas internacionais no ano passado, o BC brasileiro anunciou que, principalmente comprando dólar na baixa e vendendo a moeda norte-americana na alta, teve um resultado positivo de R$ 31,9bi em 2013.
Frustrando as pretensões dos pecuaristas brasileiros, o governo norte-americano cedeu à pressão de um grupo de senadores e decidiu prorrogar por mais 2 meses o período de consulta pública sobre a importação de carne bovina brasileira para os EUA.
- A Positivo subiu 2,3% e, após o fechamento do pregão a empresa anunciou que em 2013 seu lucro líquido foi 230% maior que em 2012, impulsionado pelo forte crescimento das suas vendas de tablets.
- A Vale caiu –1,0%, refletindo o resultado de um indicador preliminar da indústria chinesa, que em FEV/14 caiu para seu menor nível em 7 meses.
- O Facebook subiu 2,3% na bolsa de NY, renovando sua máxima histórica, mesmo após o anúncio da compra do WhatsApp por US$ 19bi, o que supera o valor de mercado de várias empresas brasileiras, como Gerdau e CSN.
- A Petrobrás caiu –0,3% e, após o fechamento do pregão a empresa anunciou que iniciou a produção de petróleo em mais um poço no campo de Sapinhoá, no pré-sal da Bacia de Santos.
Política:
Cometendo um ''ato falho'' que certamente não agradou a chefa mas que também mostra quem manda no governo federal, ontem, ao comentar sobre a contenção de custeios necessária para cumprir a meta fiscal do ano, a ministra Miriam Belchior, do Planejamento, chamou a presidenta Dilma de "presidenta Lula".
Indicando que ''não é impossível'' a presidenta Dilma, diante de sua ''enorme simpatia e habilidade politica'', perder apoios importantes na sua campanha pela reeleição, com aval do deputado peemedebista Henrique Eduardo Alves, que é o presidente da Câmara, o PMDB já organiza a criação de um bloco de nove partidos para criar dificuldades ao governo em votações no Congresso Nacional.
Ontem, enquanto Aécio Neves estava em Santos falando bem de Mario Covas, o seu colega tucano Serra fez uma palestra na Ciesp e, como se fosse ele o candidato à presidente pela oposição, (1) classificou o desempenho da economia brasileira atual como "medíocre", (2) disse que o país sofre com o pessimismo de médio e longo prazo e (3) criticou a a falta de investimentos em infraestrutura.
Cresce sorrateiramente, porem com uma velocidade considerável, o coro de políticos (obviamente menos os da oposição), empresários, trabalhadores e até membros do ''mercado'' que, cansados da forma ''fraternal e democrática'' que Dilma governa, clamam para que Lula substitua a atual presidenta como candidato do PT nas eleições presidenciais de OUT/14.
Crítica:
Mostrando mais uma vez como é fácil fazer negócios no Brasil quando se tem apoio do governo e das estatais, o BNDES estuda emprestar R$ 700mi para a OI e chamou os fundos Previ, dos funcionários do Banco do Brasil, Petros, dos funcionários da Petrobras, e Funcef, dos funcionários da Caixa Econômica, para colocar mais R$ 600mi na referida empresa privada de telefonia.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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