R.B. 14/FEV/14 ‘’No mesmo balaio’’


R.B.

"No mesmo balaio"

 

São Paulo, 14 de fevereiro de 2014 (SEXTA-FEIRA).


Mercados:

 

HOJE

-    A BOVESPA pode seguir em queda, acompanhando as perdas das demais bolsas mundiais e principalmente prejudicada pelo crescimento dos ''temores'' de que o Brasil, como se não bastassem os problemas atuais, pode sofrer um apagão de energia elétrica devido a falta de chuvas.

-    O DÓLAR deve subir, provavelmente devolvendo toda a baixa registrada no pregão anterior, acompanhando a esperada piora do ''humor'' na Bovespa e também influenciado pela crescente redução da atratividade dos investimentos na economia brasileira.

 

ONTEM

-    BOVESPA –0,8% (aos 47.812pts), já abriu em queda e, prejudicada por um saraivada de más notícias a respeito do Brasil, como o crescimento abaixo do esperado das vendas do varejo em DEZ/13, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, mesmo com a valorização das bolsas de NY, com destaques de queda para as ações da Petrobras (-2,3%) e do Banco do Brasil (-4,9%).

-    DÓLAR –0,7% à R$ 2,40, abriu em alta, para na máxima avançar 0,4%, acompanhando o ''humor negativo'' na Bovespa, porem passou a cair na parte da tarde após Tombini, presidente do BC brasileiro, afirmar que o País acumulou reservas internacionais e pode usar esse colchão para suavizar os ajustes e diminuir o impacto da desvalorização do real sobre o lado real da economia.

-    Na ÁSIA, acompanhando as perdas das demais bolsas mundiais no dia anterior, JAPÃO –1,8%, realizando lucros após 3 pregões consecutivos de alta, com destaque de queda para as ações da Asahi Group (-4,5%), que apresentou resultado abaixo do esperado e CHINA –0,6%, realizando lucros após uma sequência de ganhos nas 4 sessões anteriores, pressionada por ações de empresas de mídia, de tecnologia e de telecomunicações.

-    Na EUROPA, sem uma tendência única, INGLATERRA –0,2%, FRANÇA 0,2% e ALEMANHA 0,6%, divididas entre o bom desempenho das bolsas de NY e a divulgação de resultados corporativos abaixo do esperado, como do Lloyds Banking (--2,6%) e Rolls-Royce (-13,6%).

-    Nos EUA, recuperando as perdas da abertura, S&P 0,6%, DJ 0,4% e NASDAQ 0,9%, com o índice Nasdaq registrando sua sexta sessão consecutiva de ganhos e com uma boa parte das compras impulsionadas por boas notícias sobre empresas, como Time Warner Cable (7,0%), Netflix (1,8%) e Goodyear (11,5%).


Economia:

 

Dando força àqueles que apostam que o ciclo de elevação dos juros pode não terminar em ABR/14, como previsto atualmente pela a maioria do ''mercado'', ontem (1) Tombini, presidente do BC, ''garantiu'' que a autoridade monetária persegue a meta de 4,5% e, por isso, pode ajustar os instrumentos para reduzir a alta da inflação e (2) Carlos Hamilton Araújo, diretor de Política Econômica do BC, afirmou que a inflação deve permanecer elevada nos próximos dois anos, mas com tendência de recuo.
 
Decepcionando os mais otimistas, em 2013 as vendas do comércio fecharam o ano com um crescimento de 4,3% na comparação com o resultado de 2012, o que representa o menor avanço em 10 anos e, mostrando que a tendência é de retração, em DEZ/13 ocorreu um recuo de –0,2% nas vendas na comparação com NOV/13.
 
Até agora o principal, e infelizmente único, instrumento usados pelo governo para estimular a economia e evitar a desaceleração mais acentuada do crescimento econômico, o crédito oferecido pelo Banco do Brasil deve ceder espaço para o de bancos privados, que neste ano estão se preparando para voltar à concorrência do mercado de crédito.
 
Podendo prejudicar ainda mais o desempenho da economia brasileira, uma junta Orçamentária do governo Dilma já discute um possível corte nos investimentos ou redução nos subsídios dados pelo Tesouro ao BNDES de modo a compensar o aumento de gastos com o setor elétrico, uma vez que a seca em pleno verão fez o governo religar as termelétricas.
 
Antes tarde do que nunca e fazendo o que é possível diante das circunstancias, os países do Mercosul estão se aproximando de fechar uma oferta única de abertura do mercado na negociação para um acordo de livre-comércio com a União Europeia.
 
-    O Bando do Brasil caiu -4,9%, mesmo depois de o presidente da instituição, ao comentar o resultado abaixo do esperado divulgado pela empresa, ter dito que o mau humor dos analistas em relação à instituição e à qualidade da sua carteira de crédito é errôneo.
-    O Pão de Açúcar fechou com 0% de oscilação, porem após o fechamento do pregão a empresa anunciou que teve lucro consolidado de R$ 687mi no quarto trimestre de 2013, o que representa uma alta de 27,5% em relação a um ano antes.

Política:

 

Mais uma vez colocando petistas e tucanos ''no mesmo balaio'', José Afonso Bicalho, ex-presidente do banco Bemge e réu do processo do mensalão tucano que tramita em MG, trabalha atualmente como assessor econômico no gabinete do petista Fernando Pimentel no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

 

A presidenta Dilma já decidiu que o petista Miguel Rossetto irá para o Ministério do Desenvolvimento Agrário, no lugar do também petista Pepe Vargas, que por sua vez se desligará do governo ainda este mês para concorrer à Câmara pelo PT gaúcho.

 

Fazendo um tipo de acordo que desagrada Marina Silva, as cúpulas do PPS e do PSB se reúnem hoje, em Brasília, para tentar acertar uma aliança para a eleição presidencial deste ano na qual o PPS vai pedir ao PSB apoio a três candidatos do partido ao governo estadual em contrapartida à aliança fechada com o pré-candidato à Presidência da República Eduardo Campos.

 

Com potencial de prejudicar a campanha à reeleição de Dilma, ontem, em nota divulgada durante a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, o governo afirmou que o fornecimento de energia está garantido em 2014, mas admitiu pela primeira vez que, se a situação dos reservatórios piorar nos próximos meses, existe o risco de desabastecimento, embora considere "baixíssima" a probabilidade de um apagão ocorrer.


Crítica:

 

Mais uma vez mostrando que é contra o lucro privado, o governo Dilma, como se não tivesse nada mais importante para se preocupar, quer levantar na primeira reunião do ano do G20, que é formado pelas 20 maiores economias do mundo, uma discussão sobre a tributação de empresas internacionais que atuam na internet.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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