R.B. 27/JAN/14 ‘’Aumentando a esperança’’


R.B.

"Aumentando a esperança"

 

São Paulo, 27 de janeiro de 2014 (SEGUNDA-FEIRA).


Mercados:

 

HOJE

-    A BOVESPA deve seguir em queda, mesmo após 4 semanas consecutivas de perdas, após fechar o pregão anterior no menor nível desde 7/AGO/13 e após já recuar –7,2% no ano, seguindo a crescente preocupação com os mercados emergentes, porem é bom ressaltar que o patamar atual é interessante para compras, principalmente para quem ''aposta'' que a deterioração do cenário econômico pode prejudica a reeleição de Dilma.

-    O DÓLAR pode subir, acompanhando os mesmos motivos que devem levar a queda da Bovespa e mostrando que, mais uma vez, a retórica das autoridades brasileiras não é mais suficiente para deixar os agentes do ''mercado'' menos ''nervosinhos'' com o futuro do Brasil.

 

SEXTA-FEIRA

-    BOVESPA –1,1%, já abriu em queda e, acompanhando as perdas das demais bolsas mundiais, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, pautada pelo aumento do movimento de aversão a risco, que fez com que os investidores estrangeiros estivessem fortemente presentes na ponta vendedora das ações brasileiras e dos demais mercados emergentes.

-    DÓLAR 0,1% à R$ 2,40, já abriu em alta e, mesmo com os leilões de venda do BC, fechou o dia novamente em território positivo, diante do crescente aumento da aversão aos ativos de países emergentes, causado pela redução da atividade econômica na China e pela percepção de que o Fed (''BC'' dos EUA) reduzirá ainda mais seus estímulos à economia norte-americana.

-    Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO –1,9%, no menor patamar desde 17/DEZ/13, influenciada negativamente por temores sobre a perspectiva de crescimento econômico da China, que também levaram o dólar a mostrar significativa desvalorização ante a moeda local (o iene) e assim prejudicar as exportadoras, como Fanuc (-3,%) e Honda (-2,4%) e CHINA 0,6%, sustentada por ações de empresas do setor imobiliário, mesmo após a divulgação de que o índice de gerentes de compras industrial do país ficou abaixo do esperado em JAN/14.

-    Na EUROPA, seguindo o cenário internacional da aversão ao risco, INGLATERRA –1,6%, FRANÇA –2,8% e ALEMANHA –2,5%, desta vez com o foco da preocupação dos investidores nas perspectivas negativas dos países emergentes e como elas podem afetar o crescimento global.

-    Nos EUA, com o DJ registrando a maior baixa diária desde 20/JUN/13 e o maior recuo semanal desde NOV/11, S&P –2,1%, DJ –2,0% e NASDAQ –2,1%, também prejudicadas pelo movimento de vendas de ativos dos países emergentes, depois da divulgação de um índice fraco de atividade industrial na China.


Economia:

 

Tentando, pela enésima vez, acalmar o ''mercado'' apenas com retórica, algo que tem cada dia menos sucesso, a presidenta Dilma afirmou não, durante seu discurso em Davos, que a crise na Argentina não trará "consequências muito significativas" para o Brasil.

 

Segundo Meirelles, ex-presidente do BC brasileiro, a economia mundial entra em nova fase, marcada pela gradual recuperação dos países desenvolvidos, liderados pelos EUA, e a desaceleração dos países emergentes, liderados pela China, o que representa uma inversão de ciclo, na medida em que a recuperação logo após a crise foi liderada pela China e demais emergentes.

 

Para Michael Gomez, co-chefe de mercados emergentes do Pacific Investiment Management Co., que é o maior fundo de bônus do mundo, os formuladores de políticas no Brasil precisam trabalhar em um plano para atrair investimentos, revitalizar a confiança e estimular o crescimento com inflação moderada.

 

Mesmo ressaltando que o país continua crescendo, tem baixo desemprego, expressivas reservas internacionais e uma classe empresarial atuante e inovadora, Zélia Cardoso de Mello, ex-ministra da Fazenda no governo Collor, o erro do governo Dilma é, além de não promover as reformas que o Brasil precisa, está andando para trás com atitudes como (1) aumento do intervencionismo, (2) mudança de regras, (3) protecionismo, (4) ingerência no BC e (5) relaxamento fiscal.

 

Como os programas sociais do governo petista, principalmente o bolsa família, não tem uma porta de saída, além da maior taxa de desemprego do país, a região Nordeste abriga a maior proporção de pessoas que não trabalham nem procuram ocupação e esse percentual está crescendo, já que na região 43,9% das pessoas consideradas em idade de trabalhar estão fora do mercado, por opção ou por desalento.

 

Indicando que a retirada de estímulos econômicos na Europa não deve ocorrer tão cedo, segundo Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, a inflação da zona do euro está "muito abaixo da meta" e a deflação é um risco potencial para o bloco.

 

Apesar de ainda ter ''muito gringo'' no mundo que acha que ''a capital do Brasil é Buenos Aires'', mostrando que atualmente é menor o perigo de contágio da economia brasileira pela crise dos ''hermanos'', as reservas em dólar do BC tupiniquim foram multiplicadas por 10 desde o final de 2001, quando a economia da Argentina entrava em colapso pela falta de condições de pagar a dívida externa.

 

Também explicando porque os índices de inadimplência estão caindo tanto, segundo uma pesquisa da FGV, em JAN/14 a confiança do consumidor na economia brasileira recuou –2,1% na comparação com JAN/13 e assim atingiu o nível mais baixo desde JUN/09.

 

Podendo criar uma enorme ''dor de cabeça'' para a Caixa Econômica Federal, pelo menos cinco ações judiciais que reivindicam que o FGTS tenha retorno superior ao atual, passando a ser corrigido pela inflação e não mais pela TR, conseguiram, nos últimos dias, pareceres em primeira instância favoráveis aos trabalhadores.

 

Como fruto do recente aumento do IOF para gastos no exterior em transações como no cartão pré-pago, a procura por esse tipo de produto, que representava ao menor 50% das vendas em moeda estrangeira, despencou até 80% nas principais corretoras de câmbio do Brasil.

 

-    Os processos judiciais de despejo movidos por falta de pagamento de aluguel na cidade de SP caíram -8% em DEZ/13 na comparação com DEZ/12.

-    Engordando os cofres do governo Dilma, o valor das autuações da Receita Federal em 2013 foi de R$ 190,1bi, um recorde da fiscalização de sonegadores no Brasil e representando um crescimento de 63,5% em relação a 2012.

-    Em 2013 o Brasil registrou um rombo de US$ -81,4bi nas suas transações com o exterior, valor que é 50% maior do que no ano anterior e equivalente a 3,66% do PIB, o que representa o pior resultado desde 2001.


Política:

 

No ano em que terá como prioridade reeleger a presidenta Dilma e tirar o PSDB de 20 anos do poder no governo de SP, o PT enfrenta dificuldades para manter o poder em 3 dos 4 Estados que governa, já que os governadores de Rio Grande do Sul, Bahia e Distrito Federal têm pela frente desafios como problemas de popularidade baixa e rivais fortes, com exceção de Tião Viana, governador petista do Acre aprovado por 70% da população local.

 

Confirmando a ruptura do PT e do PMDB no RJ, dois dias depois de receber um e-mail do governador peemedebista do RJ, Sérgio Cabral, informando que 2 secretários estaduais filiados ao PT seriam exonerados na próxima, o presidente regional do partido, Washington Quaquá, anunciou que vai pedir ao governador que a exoneração seja feita hoje.

 

Fazendo ''bem melhor'' do que Joaquim Barbosa, que foi sozinho dar palestras na Europa gastando o dinheiro do contribuinte, a presidenta Dilma, que voltava de Davos com destino à Cuba, aliás para fazer sua enésima visita à ilha de Fidel, decidiu dar uma parada para ''relaxar'' em Portugal, onde hospedou-se, juntamente com sua comitiva formada por 30 ''bocas livres'', no melhor hotel de Lisboa.

 

''Aumentando a esperança'' da oposição, o cenário econômico ruim e a expectativa do retorno dos protestos populares durante a Copa do Mundo fazem com que até o governo federal, o PT e partidos aliados deem como certo que a eleição presidencial deste ano só será decidida no 2.º turno.


Crítica:

 

Mostrando porque a liderança inspiradora e a gestão profissional são artigos ainda raros nas empresas, segundo uma pesquisa feita com as 500 maiores empresas do mundo, apenas 29% delas são presididas por um executivo com diploma de MBA.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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