R.B. 8/NOV/13 ‘’O fim de uma era’’


R.B.

"O fim de uma era"

 

São Paulo, 8 de novembro de 2013 (SEXTA-FEIRA).


Mercados:

 

HOJE

-    A BOVESPA pode seguir em queda, para fechar em território negativo pelo terceiro pregão consecutivo, ainda seguindo a piora do ''humor'' na Bovespa e nas demais bolsas mundiais, porem é bom ressaltar que o ''mercado'' deve respeitar o ''suporte'' dos 52.000pts, que o patamar atual é interessante para compras e que o rally de final de ano ainda não pode ser descartado.

-    O DÓLAR deve voltar a subir, acompanhando a piora do ''humor'' na Bovespa e a trajetória internacional da moeda norte-americana, porem é bom ressaltar que, preocupado com a inflação, o BC brasileiro pode intensificar suas intervenções para conter a alta da moeda norte-americana, que já acumula alta de 2,7% apenas nesta semana.

 

ONTEM

-    BOVESPA –1,2%, abriu ''de lado'', para na máxima avançar 0,9%, porem passou a cair no inicio da tarde, acompanhando as perdas das demais bolsas mundiais e diante do aumento dos ''temores'' de corte dos estímulos econômicos nos EUA e de redução da ''nota'' do Brasil.

-    DÓLAR 0,9% à R$ 2,30, já abriu em alta e, como o forte crescimento da economia dos EUA no terceiro trimestre renovou as apostas dos investidores de que o Federal Reserve (deve começar a cortar seu estímulo à economia antes de 2014, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, para fechar o dia no maior valor desde 5/SET/13.

-    Na ÁSIA, acompanhando as perdas das bolsas da Europa e dos EUA no dia anterior, JAPÃO –0,8%, CORÉIA –0,5% e CHINA –0,5%, realizando lucros recentes e influenciadas negativamente pela divulgação de resultados corporativos abaixo do esperado, como o da Toyota (-1,3%) e National Austrália Bank (-3,4%).

-    Na EUROPA, devolvendo os ganhos da abertura causados pelo anuncio inesperado de redução da taxa de juros pelo BC Europeu, para 0,25% ao ano, INGLATERRA –0,7%, FRANÇA –0,1% e ALEMANHA –0,3%, com destaques de queda para as ações dos bancos, diante do aumento do receio de que o Fed (''BC'' dos EUA) possa começar a reduzir as compras de bônus.

-    Nos EUA, também devolvendo os ganhos da abertura, mesmo com a forte alta das ações do Twitter (73,0%) em seu dia de estreia na bolsa, S&P –1,3%, DJ –1,0% e NASDAQ –1,9%, já que o forte crescimento do PIB do país no terceiro trimestre (2,8%) elevou os ''temores'' de que a redução dos estímulos monetários pode começar ainda este ano.


Economia:

 

Como sempre gosta de colocar a culpa nos outros, ontem Mantega, ministro da Fazenda, colocou a culpa nas estrelas ao afirmar que o Brasil está vivendo seu "inferno astral" na área fiscal e que, neste ano, o superávit primário, que é a economia do governo para pagar juros da dívida, "não será o dos nossos sonhos".

 

Além da queda das receitas por causa da desaceleração da economia e das desonerações de impostos, a seca deste ano é apontada por Mantega, ministro da Fazenda, como uma das causas do "inferno astral" do governo na área fiscal.

 

Indicando que ''o alerta é real'', ontem Shelly Shetty, chefe da área de risco soberano da Fitch Ratings para América Latina, afirmou que a piora das contas do governo somada à desaceleração da economia preocupa as agências de classificação de risco e, caso não seja freada, poderá levar a uma redução da ''nota'' de crédito do Brasil.

 

Segundo Sebastián Briozzo, que há 5 anos é o principal analista para Brasil da agência de avaliação de risco Standard & Poor's, parte do ''mercado'' já se antecipou a um rebaixamento da ''nota'' do país pois (1) falta ''clareza" do governo em relação a metas fiscais, (2) não existe possibilidade de reformas em período eleitoral, (3) há baixa flexibilidade para fazer cortes dramáticos nos gastos ou para elevar impostos e (4) os investimentos seguem em ritmo lento e crescimento continua baixo.

 

Ainda que a inflação em OUT/13 tenha ganho fôlego com o câmbio e a nova rodada de fortes aumentos de alimentos, o IPCA acumulado em 12 meses se estabilizou nos 2 últimos meses ao redor de 5,8%, abaixo do teto da meta do governo (6,5%) e num nível inferior às taxas das medições anterior.


Política:

 

Ajudando a fortalecer politicamente os políticos que tem rádios no interior do Brasil, ontem a presidenta Dilma um decreto que permitirá que as rádios AM migrem para a banda FM, o que segundo Paulo Bernardo, ministro das Comunicações, pavimenta um "caminho próspero para o setor", que via sua audiência cair ao longo dos anos.

 

Os conflitos entre PT e PMDB na definição dos palanques estaduais nas eleições de 2014 têm sido transpostos para o Congresso Nacional e se tornaram um ingrediente a mais para complicar as relações entre os partidos, já que nas últimas semanas as duas siglas têm protagonizado embates sobre temas que vão desde a definição do marco civil da internet até a regulamentação do trabalho escravo.

 

Usando a ''velha desculpa'' de que o dono de um bar costuma colocar um parente de confiança no caixa, ontem o peemedebista Renan Calheiros, presidente do Senado, subiu à tribuna da Casa para defender a nomeação de funcionários apadrinhados em relação aos contratados por concurso público.

 

Confirmando que ''a palhaçada vai continuar'', o palhaço Tiririca, que foi eleito deputado federal por São Paulo pelo PR com 1,3 milhão de votos, anunciou na noite de ontem, durante o programa partidário em rede nacional de TV e rádio, que será candidato a reeleição em 2014.

 

Preso desde o dia 30 sob acusação de chefiar a quadrilha suspeita de fraudar o recolhimento do Imposto sobre Serviços e de desfalcar os cofres municipais em ao menos R$ 500mi, Ronilson Rodrigues, subsecretário da Receita na gestão Gilberto Kassab, do PSD, disse em telefonema gravado com autorização da Justiça que o secretário e o prefeito com quem trabalhou "tinham ciência de tudo".


Crítica:

 

Confirmando que uma empresa que não se reinventa está fadada ao fracasso, ontem, representando ''o fim de uma era'', a Blockbuster, empresa de locação de filmes que nos meados de 1990 chegou a deter 50% deste mercado norte-americano, anunciou que vai fechar todas as suas 300 lojas físicas remanescentes e encerrar o serviço de entrega de DVDs pelo correio nos EUA até JAN/14, o que é fruto da migração cada vez maior dos consumidores para plataformas de distribuição digital de vídeo como o Netflix.

 

Segundo uma pesquisa recente 81,7% dos brasileiros aprovam os protestos contra corrupção, porem 93,4% da população rejeita a atuação dos bandidos intitulados como "black blocs", mostrando que o governo deveria ter coragem e proibir grupos de mascarados durante os protestos.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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