R.B. 16/OUT/13 ‘’Improdutiva e corrupta’’


R.B.

"Improdutiva e corrupta"

 

São Paulo, 16 de outubro de 2013 (QUARTA-FEIRA).


Mercados:

 

HOJE

-    A BOVESPA deve seguir em alta, para fechar o dia retomando o patamar dos 55.000pts, ''animada'' pela provável divulgação de um acordo para evitar o ''calote'' do governo dos EUA e também beneficiada pela divulgação de dados mostrando que a inflação brasileira está perdendo ''forças''.

-    O DÓLAR pode voltar a cair, acompanhando a melhora do ''humor'' na Bovespa e a redução das tensões externas e também refletindo uma mudança na posição dos bancos, que após a nova elevação da taxa básica de juros passaram a apostar no recuo das cotações da moeda norte-americana no mercado futuro.

 

ONTEM

-    BOVESPA 1,5%, abriu ''de lado'', para na mínima recuar –0,2%, porem passou a subir na parte da tarde e fechou próxima dos 55.000pts (aos 54.980pts), mesmo com a indefinição sobre a elevação do teto da dívida do governo norte-americano, influenciada principalmente pela forte alta das ações da OGX (47,8%).

-    DÓLAR –0,2% à R$ 2,18, já abriu em queda e, mesmo diante do aumento das tensões externas, manteve a trajetória descendente ao longo de ''quase'' todo pregão, já que o BC voltou a fazer um leilão de swap cambial tradicional, que equivale à venda da moeda norte-americana no mercado futuro.

-    Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO 0,3%, diante de um certo otimismo para uma solução do impasse fiscal nos EUA, embora o volume negociado tenha sido um pouco abaixo da média diária, CORÉIA 1,0%, com destaques de alta para as exportadoras e CHINA -0,2%, já que sem novos catalisadores, os investidores não devem colocar mais dinheiro no mercado.

-    Na EUROPA, próximas dos maiores patamares em quase 1 mês, INGLATERRA 0,6%, FRANÇA 0,8% e ALEMANHA 0,9%, impulsionadas pela expectativa de que o governo dos EUA conseguirá superar o atual impasse fiscal e também pela melhora vista no índice ZEW, que mede a perspectiva econômica da Alemanha.

-    Nos EUA, revertendo uma abertura positiva, S&P –0,7%, DJ -0,9% e NASDAQ –0,6%, após uma sessão que começou volátil, que no final do dia foi afetada negativamente pela ''irresponsável falta de uma solução'' para o impasse orçamentário do país, que aliás tem a maior economia do mundo.


Economia:

 

Ontem, 1 dia antes da data limite para o aumento do teto da dívida da maior e principal economia do mundo, a agência de classificação de risco de crédito Fitch Ratings colocou o rating AAA dos EUA em revisão para possível rebaixamento, ressaltando que isso vai depender dos próximos acontecimentos e que  as disputas políticas e a flexibilidade financeira reduzida podem aumentar o risco de um calote.

 

Segundo o brasileiro Roberto Azevêdo, novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, a questão cambial no comércio internacional só será devidamente tratada globalmente se houver cooperação entre os países emissores de moeda forte, como principalmente os EUA e a China.

 

Como no Brasil educação financeira quase não existe e quando existe não é levada à sério, a maior parte das pessoas físicas tem perdido poder aquisitivo ao investir em fundos de renda fixa, que muitas vezes rendem menos que a poupança e algumas vezes perdem até da inflação, porem nem por isso os grande bancos deixaram de faturar com esses clientes, já que os seis maiores conglomerados financeiros do país tiveram uma receita de pelo menos R$ 2,1bi nos últimos 12 meses administrando fundos que tiveram uma rentabilidade abaixo da inflação.

 

Apesar de ainda serem responsáveis pelos menores juros do mercado, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal estão entre as instituições que mais elevaram as taxas cobradas desde ABR/13, quando o BC brasileiro iniciou o aumento da Selic, taxa básica de juros da economia.

 

Diante dos estímulos do governo e da inflação mais baixa, em AGO/13 as vendas do comércio varejista cresceram 0,9% na comparação com JUL/13, o que representa a segunda alta consecutiva e superou ''de longe'' as previsões dos analistas (0,2%).

 

-    A AGX subiu 47,8%, diante de ''rumores'' de troca no comando da empresa e de que após isto um investidor estaria disposto a colocar dinheiro na referida petrolífera.

-    A MMX subiu 8,1%, após Eike Batista ceder o controle do porto de minério de ferro da companhia para a holandesa Trafigura e para o fundo Mubadala, em um acordo de US$ 996mi.

-    A Embraer caiu -4,3%, após a empresa ter informado que suas entregas de aviões avançaram 10% no terceiro trimestre ante mesmo período de 2012, mas os envios a clientes de aviões comerciais caíram quase -30%.

-    A Petrobrás subiu 0,8%, e após o fechamento do pregão anunciou o descobrimento de novas reservas de gás natural na província de Neuquén, na Argentina.


Política:

 

''Mordendo a isca'' de Marina Silva, que criticou a política econômica do seu governo, ontem a presidenta Dilma ''garantiu'' que o governo federal "jamais abandonou o tripé macroeconômico", caracterizado pelo câmbio flutuante, pelo compromisso com as metas de inflação e pelo cumprimento das metas do superávit primário, que vigorou nos governos de FHC e Lula.

 

Confirmando que uma boa parcela da população brasileira está farta da ''improdutiva e corrupta'' polarização entre PT e PSDB, segundo a primeira pesquisa de intenções de voto para presidente em 2014 feita sem o nome de Marina Silva, o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, ''herdou'' 32% dos votos da ex-senadora, Dilma ficou com 23% e Aécio Neves com apenas 16%.

 

Feita para facilitar a reeleição dos atuais parlamentares, para dar mais poder aos ''caciques'' dos partidos e para impedir a criação da novos partidos políticos, a chamada minirreforma eleitoral provocou um nova racha entre o PT e o PMDB, já que ao final de ontem, que mais uma vez não conseguiu aprovar a matéria, o líder peemedebista Eduardo Cunha deixou o plenário da Câmara acusando os petistas de descumprirem acordos.

 

A reforma ministerial que a presidenta Dilma vai empreender a partir do começo do ano, dentro de dois meses e pouco, tem como única razão a preocupação em contentar partidos da atual base aliada, de forma a que entrem para a coligação que a apoiará em outubro de 2014.

 

-    Para atender ao PROS e ao Solidariedade e garantir que as duas novas legendas tenham funcionamento de liderança, a Câmara terá que criar 102 novos cargos de confiança, 51 cargos para cada partido.


Crítica:

 

Ontem, apenas 1 dia após dizer que não está preocupada em fazer campanha para a sua reeleição em 2014, Dilma foi para a Bahia entregar residências construídas, porem ainda sem água, luz e esgoto, com recursos do Minha Casa, Minha Vida 2, e aproveitou para prometer o lançamento da terceira fase do programa habitacional.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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