R.B. 23/ABR/13 ‘’Insatisfeito e contrariado’’


R.B.

"Insatisfeito e contrariado"

 

São Paulo, 23 de abril de 2013 (TERÇA-FEIRA).


Mercados:

 

HOJE

-    A BOVESPA pode seguir em alta, para fechar em território positivo pelo quarto pregão consecutivo e reduzir mais uma parte das perdas acumuladas no mês (-3,6%), ainda beneficiada por boas noticias corporativas e seguindo a melhora do ''humor'' externo e a valorização internacional das commodities.

-    O DÓLAR deve cair, para provavelmente devolver os ganhos acumulados na sessão anterior, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e diante da expectativa de ingresso de capitais, principalmente diante da oferta publica do BB Seguridade.

 

ONTEM

-    BOVESPA 0,7%, abriu em queda, para na mínima recuar –0,9%, porem passou a subir na parte da tarde, acompanhando a melhora do ''humor'' nas bolsas de NY e também impulsionada pela valorização das commodities e pela alta nas ações da Vale (1,7%), da Petrobras (1,6%) e da OGX (18,4%)

-    DÓLAR 0,5% à R$ 2,02, já abriu em alta e manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, mesmo com a melhora do ''humor'' na Bovespa, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e influenciado pela divulgação de um déficit de US$ –2,8bi da balança comercial brasileira na terceira semana de ABR/13.

-    Na ÁSIA, recuperando, com juros, as perdas recentes, JAPÃO 1,9%, no nível mais alto em quase 5 anos, já que a valorização da moeda local (o iene) frente ao dólar impulsionou os papéis de exportadores, como KDDI (2,9%), Tokyo Electron (3,2%) e Honda Motor (1,7%), CHINA 0,1%, em compasso de espera por conta do terremoto que atingiu o país, já que algumas empresas poderão se beneficiar dos gastos de reconstrução e CORÉIA 1,0%, liderada por empresas de tecnologia e do setor bancário.

-    Na EUROPA, com baixos volumes de negócios, INGLATERRA 0,1%, FRANÇA 0,1% e ALEMANHA 0,2%, impulsionadas pela melhora do cenário político na Itália e pela impressão de que o G-20 apoia a recente decisão do BC do Japão de adotar agressivas medidas de relaxamento monetário para estimular a economia local e superar o problema da deflação.

-    Nos EUA, revertendo uma abertura negativa, S&P 0,5%, DJ 0,1% e NASDAQ 0,3%, beneficiadas por notícias positivas da Europa, pela expectativa favorável com o balanço da Apple, que será divulgado após o pregão de hoje e pela alta nas ações da Microsoft (3,6%), após um gestor de fundo de hedge afirmar as ações da companhia "não são devidamente apreciadas pelo mercado".


Economia:

 

''Insatisfeito e contrariado'' pela elevação de ''apenas'' 0,25% na taxa básica de juros na reunião do Copom da semana passada, o ''mercado'' elevou, de 5,68% para 5,70%, sua ''aposta'' para a inflação deste ano e manteve em 3% sua estimativa de crescimento do PIB brasileiro em 2013.

 

Dando 2 sinais positivos da economia brasileira, (1) em MAR/13, apresentando o segundo mês consecutivo de alta, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio de SP atingiu 121,8pts, patamar 4% maior que em FEV/13 e (2) nos 3 primeiros meses deste ano foram lançados em SP 43% mais novos imóveis do que no mesmo período de 2012.

 

Com 3 objetivos (1) segurar a inflação, (2) reduzir a demanda por gasolina e (3) aumentar a produção de etanol, ontem o governo Dilma anunciou que vai vai reduzir a carga tributária e o prazo de compensação de crédito para o setor sucroalcooleiro, que em contrapartida vai elevar seus investimentos.

 

Também com o objetivo de segurar a inflação, Nelson Barbosa, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, anunciou ontem que o governo Dilma estuda a desoneração da tarifa do transporte público, provavelmente através do fim da incidência de PIS e Cofins da folha de pagamento do setor.

 

Mostrando um crescimento dos mecanismos de crédito agrícola, que ainda representam pouco do mercado de renda fixa no Brasil, no final de MAR/13 os estoques de títulos do agronegócio somavam R$ 26bi, patamar 28% maior que no mesmo período do ano passado.

 

Prejudicada pelo caos logístico nos portos brasileiros, na semana passada a balança comercial brasileira registrou um déficit de US$ -2,2bi, o que representa o pior resultado semanal desde 1998 e eleva do saldo negativo acumulado no ano para US$ -6,5bi.

 

-    A Sabesp recuou -5,3%, após a Arsesp adiar a implementação do repasse de fundos municipais para tarifa de água para a ocasião em que as tarifas da empresa forem realinhadas, o que deixará a Sabesp sem uma receita mensal de até R$ 350mi.

-    A Kroton subiu 8,4% e Anhanguera avançou 7,8%, após as duas empresas anunciarem um acordo de associação, criando assim a maior empresa do setor no mercado brasileiro de ensino, com 14% de participação.


Política:

 

Falando a verdade, sem medo de ser acusado de fazer ''fogo amigo'', ontem o senador petista Jorge Viana, do Acre, subiu à tribuna do Senado para criticar o "casuísmo" e "oportunismo" do projeto que cria restrições à criação de novos partidos já nas eleições de 2014.

 

Segundo o senador Sarney, ex-presidente do Brasil e do Congresso, as instituições políticas brasileiras "remontam ao século XIX" e, por isso, é "quase impossível" a aprovação de uma reforma partidária no país.

 

Pré-candidato do PSB à sucessão presidencial, Eduardo Campos, o governador de Pernambuco, está nacionalizando o discurso até mesmo em eventos administrativos locais, já que ontem aproveitou a entrega de 128 veículos à Polícia Militar para sugerir a criação de uma espécie de SUS para a segurança pública.

 

Fazendo um ''alerta importante'', Eliana Calmon, ministra do Superior Tribunal de Justiça, afirmou ontem que que a PEC 37 que retira o poder do Ministério Público de fazer investigações criminais vai na contramão das medidas atuais de combate à corrupção.


Crítica:

 

Indicando, para a surpresa de muitos, que a combinação de honestidade com riqueza é mais difícil de entrar em uma única pessoa, segundo uma pesquisa recente feita pela FGV-SP, as pessoas com menor renda e escolaridade tendem a respeitar mais as leis, provavelmente porque não teriam como pagar os ''bons advogados'' que os mais ricos podem contratar.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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