R.B.
"Ajuste de compasso"
São Paulo, 9 de outubro de 2012 (TERÇA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve seguir em alta, tentando recuperar o patamar dos 60.000pts, ainda influenciada pelas ''apostas'' de redução da taxa básica de juros na reunião do Copom desta semana e também influenciada pelo ''ajuste de compasso'' com o resultado acumulado no ano pelas principais bolsas do mundo, como o S&P que avança 15,8% em 2012 contra uma alta de apenas 4,5% do Ibovespa no mesmo período.
- O DÓLAR pode seguir em queda, porem ainda com baixa volatilidade e poucos negócios, já que a ''sombra'' do BC no mercado está desestimulando investidores a mudarem de posições e a perspectiva é que moeda continue no patamar atual pelo menos no curto prazo.
ONTEM
- BOVESPA 1,3% (aos 59.317pts), abriu em queda, para na mínima recuar –0,6%, porem se descolou do conturbado cenário externo e passou a subir ainda na parte da manhã, beneficiada pela valorização das commodities e pelas ''apostas'' de redução da taxa básica de juros brasileira na reunião do Copom desta semana.
- DÓLAR –0,1% à R$ 2,03, já abriu ''de lado'' e, com poucos negócios e baixa volatilidade, manteve-se próximo a estabilidade ao longo de todo pregão, com o ''mercado ressabiado'' após a intervenção do BC na última sexta-feira.
- Na ÁSIA, devolvendo os ganhos acumulados na sexta-feira, JAPÃO não operou devido a feriado local, CORÉIA –0,7% e CHINA –0,6%, depois que o Banco Mundial cortou suas previsões de crescimento para o leste asiático, destacando preocupações com as perspectivas da economia global.
- Na EUROPA, também devolvendo parte dos ganhos de sexta-feira, INGLATERRA –0,5%, FRANÇA –1,5% e ALEMANHA –1,4%, após o relatório pessimista do Banco Mundial sobre as perspectivas para o crescimento asiático afetar o sentimento dos investidores sobre lucros das empresas, mantendo os mercados dentro de uma faixa de negociação estreita.
- Nos EUA, realizando lucros após se aproximarem das máximas em 5 anos, S&P –0,3%, DJ –0,2% e NASDAQ –0,8%, diante do início de uma temporada de balanços corporativos que, segundo ampla expectativa, deve ser fraca.
Economia:
Otimista para os quase 3 meses que faltam para acabar o ano, Luciano Coutinho, presidente do BNDES, afirmou ontem que os desembolsos para o setor de infraestrutura (investimentos em energia, ferrovia, rodovia, portos e aeroportos) devem crescer até 25% no último trimestre deste ano.
Começando a ficar menos pessimista, o ''mercado'', pela terceira semana consecutiva, manteve em 1,57% suas ''apostas'' para o crescimento do PIB brasileiro de 2012 e elevou, pela 13ª semana semana consecutiva, suas previsões para a inflação deste ano, desta vez de 5,36% para 5,42%.
Dando 2 noticias positiva para a economia brasileira, (1) depois de atingir o maior nível do ano em AGO/12 (53,5%), em SET/12 o percentual de famílias endividadas na cidade de SP recuou para 51,5% e o principal tipo de dívida continua sendo o cartão de crédito (72,6%), seguido por financiamento de carro (23,4%), carnês (14,5%), financiamento de casa (10,7%) e crédito pessoal (9,8%) e (2) em SET/12 o consumo de energia no Brasil cresceu 3,5% em relação ao mesmo período de 2011.
Mostrando mais uma vez a importância da reforma tributária para a economia brasileira, segundo um estudo feito pelo economista Bernard Appy, o fim da guerra fiscal poderia gerar uma receita adicional de R$ 30bi por ano ao Brasil.
''Apostando'' no aumento da renda do brasileiro e no bom desempenho da economia brasileira, a gigante norte-americana da área de saúde UnitedHealth Group comprou 90% do capital da Amil Participações por US$ 4,9bi e ''já avisou'' que tem interesse em desenvolver produtos com foco nos consumidores da classe C.
Após registrar um superávit de US$ 812mi na semana passada, a balança comercial brasileira elevou o seu saldo positivo acumulado no ano para US$ 16,5bi, valor que é -30% inferior aos US$ 23,6bi registrados em igual período do ano passado.
- O Banco do Brasil caiu –2,9%, após anunciar uma redução de cerca de –34% nas suas taxas de serviços.
- A Vale subiu 1,3%, acompanhando a forte valorização do minério de ferro no mercado internacional.
- A Dasa subiu 7,7% ''animada'' pelo o anúncio da compra da Amil pela norte-americana UnitedHealth.
- O PMDB continua absoluto com o maior número de prefeitos, 1.018, mas diminuiu -15% nos últimos quatro anos e amarga derrotas seguidas desde a década passada.
- Mesmo derrotado no pleito municipal do Rio, o PSOL se consolidou nestas eleições, após Marcelo Freixo abocanhar 28% do eleitorado e protagonizar a disputa pela prefeitura com o prefeito reeleito Eduardo Paes (PMDB).
Finalmente dando a resposta correta, ontem Haddad, candidato do PT a prefeito de SP, afirmou que após o julgamento do mensalão de Lula será feito o julgamento do mensalão de Minas, ressaltando que a diferença entre os governos Lula e FHC é que um deu impulso à investigação e o outro abafou como pode.
Crítica:
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho