R.B.
"Abrir seus cofres"
São Paulo, 4 de julho de 2012 (QUARTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA pode subir, porem com baixo volume de negócios devido ao feriado da Independência nos EUA, ainda influenciada positivamente pela valorização das commodities e pelas perspectivas de novas medidas, internas e externas, para incentivar a economia.
- O DÓLAR deve cair, retornando à sua trajetória de queda após a valorização de ontem, acompanhando o movimento internacional da moeda norte-americana e influenciado pelo fluxo positivo de recursos externos.
ONTEM
- BOVESPA 2,0%, já abriu em alta e, acompanhando o ''humor positivo'' das demais bolsas mundiais e a valorização das commodities, fechou em território positivo pelo terceiro pregão consecutivo (aos 55.780pts) e com bom volume de negócios (R$ 7,4bi).
- DÓLAR 1,6% à R$ 2,02, abriu em queda, para na mínima atingir R$ 1,98, porem passou a subir na parte da tarde, diante da ausência do BC na ponta vendedora e em um ''ajuste técnico'' após sucessivas quedas.
- Na ÁSIA, acompanhando o movimento ascendente das principais bolsas mundiais no dia anterior, JAPÃO 0,7%, CORÉIA 0,5% e CHINA 0,2%, diante das expectativas de que os principais BCs do mundo tomarão mais medidas políticas para apoiar a economia.
- Na EUROPA, nos maiores patamares dos últimos 2 meses, INGLATERRA 0,8%, FRANÇA 1,0% e ALEMANHA 1,3%, com destaques de alta para papéis de empresas de commodities, como a ArcelorMittal (5,5%), após a corretora Kepler ter passado a recomendação de "vender" para "manter".
- Nos EUA, em uma sessão mais curta por conta das festividades do feriado do dia da Independência, S&P 0,6%, DJ 0,6% e NASDAQ 0,8%, com o mercado ''comemorando'' o resultado dos pedidos à industria, que vieram bem acima das expectativas dos analistas para o mês de MAI/12, e com destaques de alta para as petrolíferas, como Exxon (1,1%), Chevron (1,4%) e ConocoPhillips (1,2%).
Indicando que o governo Dilma pode, e deve, seguir cortando a taxa de juros e também lançando medidas de incentivo à economia, (1) mesmo com as medidas de estímulo adotadas pelo governo para incentivar setores da indústria, como o da linha branca e de móveis, em MAI/12 a produção industrial brasileira recuou -4,3% na comparação com MAI/11, o que representa o pior resultado desde SET/09 e (2) o índice de confiança do comércio apresentou queda de -3,7% na média do trimestre encerrado em JUN/12, frente ao mesmo período do ano passado, ao passar de 131,2pts para 126,4pts.
Acreditando que o modelo atual da economia brasileira, baseado em aumento de demanda por meio do consumo da população, está se esgotando, já que as medidas pontuais de incentivo ao consumo, como redução de impostos de determinados produtos e setores, não estão mais surtindo o efeito esperado, o Ipea ''aconselhou'' o governo Dilma a ''abrir seus cofres'' se quiser voltar a ver a atividade econômica acelerando novamente.
Logo após reduzir, de 2,1% para 2,0%, suas previsões para o crescimento do PIB dos EUA, aconselhando ao país que evite um recuo "muito rápido" das despesas públicas, o FMI ''alertou'' que o maior risco para a economia norte-americana está na política, citando como exemplo as negociações que terão de ser realizadas no Congresso para evitar o chamado "abismo fiscal" em JAN/13.
Confundindo a cabeça dos investidores, e principalmente dos especuladores, ontem Aldo Mendes, diretor de Política Monetária do BC, afirmou que a retomada dos leilões de compra de dólar é uma possibilidade que está sempre em aberto e que os dados fracos sobre a produção industrial divulgados hoje sugerem um dólar acima dos R$ 2.
Fugindo da crise econômica que desde 2008 se aprofunda na Espanha, as empresas espanholas programam investimentos de R$ 44bi no Brasil até 2015 em setores que vão de infraestrutura a software, de trens e vagões a imóveis.
Como reflexo da redução da taxa de juros, que torna menos atraente os fundo de renda fixa dos ''bancões'' que cobram mais de 1,0% de taxa de administração, e fruto da boa situação econômica do trabalhador brasileiro, em JUN/12 a caderneta de poupança da Caixa Econômica Federal registrou R$ 1,7bi de captação líquida, o que representa o melhor resultado para o mês dos últimos 10 anos e superior em 74% ao arrecadado no mesmo período de 2011.
- O Banco Cruzeiro do Sul subiu 57,3%, diante de ''rumores'' de que poderia ser vendido.
- A Usiminas subiu 8,3%, após a empresa informar a distribuidores um aumento de preços em produtos de aço de 5% a 7% no Brasil a partir desta semana.
- A Eletropaulo recuou -10,1%, após a Aneel determinar a redução de -9,3% das tarifas da empresa.
- A Petrobrás subiu 3,4%, após anunciar que acelerou o processo de venda de blocos de exploração de petróleo que possui nos EUA, despertando interesse das maiores petrolíferas do mundo.
Política:
Alfredo Sequeira Filho