R.B.
"Embalada pelas promessas"
São Paulo, 5 de julho de 2012 (QUINTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA pode subir, para fechar em território positivo pelo quinto pregão consecutivo, acompanhando a recuperação dos preços das commodities e também ''embalada pelas promessas'' do governo Dilma e dos BCs da Europa de anunciar novas medidas de incentivo à economia.
- O DÓLAR deve cair, devolvendo parte da alta acumulada nos 2 últimos pregões, influenciado pela provável melhora do ''humor'' na Bovespa e seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana.
ONTEM
- BOVESPA 0,5%, abriu em queda, para na mínima recuar -0,5%, porem passou a subir ainda na parte da manha, mesmo com baixo volume de negócios (R$ 4,0bi) devido ao feriado em NY, impulsionada pelo avanço de siderúrgicas, como Usiminas (3,2%) e CSN (3,1%), e pela recuperação da OGX (3,0%).
- DÓLAR 0,4% à R$ 2,02, abriu em queda, para na mínima atingir R$ 1,98, porem, em um pregão com muita volatilidade e poucos negócios, passou a subir na parte da tarde, diante dos sinais dados pelo BC de que não vai permitir que a moeda norte-americana fique abaixo de R$ 2,00.
- Na ÁSIA, nos maiores patamares em 7 semanas, JAPÃO 0,4%, CORÉIA 0,8% e CHINA 0,3%, diante das ''apostas'' dos investidores de mais políticas de estímulo monetário para apoiar a economia global, a começar com um corte provável da taxa de juros pelo BC Europeu.
- Na EUROPA, também com baixos volumes de negócios devido ao feriado nos EUA, INGLATERRA -0,1%, FRANÇA -0,1% e ALEMANHA -0,2%, próximas da estabilidade diante das expectativas de anúncios vindos do BC Europeu e do Banco da Inglaterra, a serem feitos nesta quinta-feira.
- Nos EUA, S&P, DJ e NASDAQ permaneceram fechadas por conta do feriado do dia da independência.
Tentando, pela enésima vez, injetar otimismo na economia, Mantega, ministro da fazenda, afirmou que o Brasil está prestes a começar um novo ciclo de expansão forte de sua economia, ressaltando que isto ocorrerá em razão das medidas de estímulo anunciadas pelo governo brasileiro para enfrentar a crise global como (1) as reduções de impostos para diminuir custos financeiros e (2) a queda da taxa básica de juros.
Acreditando que está no caminho certo, ontem a presidenta Dilma afirmou que o governo federal vai continuar adotando uma política "extremamente agressiva" de compras governamentais para e enfrentar a crise.
Dando uma clara indicação de que não vai permitir que o dólar fique abaixo de R$ 2,00, Aldo Mendes, diretor de Política Monetária do BC, afirmou que a moeda norte-americana abaixo de R$ 2,00 "pode não ser bom para a indústria", acrescentando que a autoridade monetária estava atuando na ponta vendedora, mas que poderia atuar na ponta oposta.
Apresentando sinais divergentes no mesmo setor, (1) em JUN/12 a confiança da indústria da construção apresentou a terceira queda consecutiva em comparações anuais, recuando -9,5% ante JUN/11, porem nos 5 primeiros meses deste ano a venda de imóveis novos residenciais na cidade de SP teve alta de 13,1% em relação a igual período do ano passado e (2) a atividade do comércio no país teve alta de 7,6% no primeiro semestre do ano na comparação com o mesmo período do ano passado, porem em JUN/12 o índice de intenção de compra dos consumidores de SP teve queda de -18,6% em relação a JUN/11.
Elevando o saldo positivo do ano para US$ 22,9bi, patamar este -40,9% abaixo do registrado no mesmo período de 2011 (US$ 38,8bi), em JUN/12 o fluxo de dólares para o Brasil ficou positivo em US$ 318mi.
Com o objetivo de prevenir a manipulação dos preços e assim proteger os investidores dos especuladores, a CVM colocou em audiência pública uma proposta para vedar a aquisição de ações na oferta publica por especuladores que tenham vendido a descoberto a ação objeto na data da fixação do preço da oferta e nos 5 pregões que a antecedem.
Alfredo Sequeira Filho