R.B.
"Menino-malufinho"
São Paulo, 13 de julho de 2012 (SEXTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve subir, mesmo após a divulgação da já esperada redução do ritmo de crescimento da China, tentando recuperar uma parte das perdas acumuladas na semana (-5,2%), diante da melhora do ''humor'' nas bolsas da Europa e dos ''rumores'' de que a taxa de juros pode cair para 7% na próxima reunião do Copom.
- O DÓLAR pode cair, reduzindo a valorização acumulada nos últimos pregões, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e seguindo o fluxo positivo de recursos externos.
ONTEM
- BOVESPA -0,3% (aos 53.615pts), já abriu em queda, para na mínima recuar -1,9% e atingir os 52.555pts e, apesar de recuperar uma boa parte das perdas iniciais, fechou em território negativo pelo quarto pregão consecutivo, acompanhando as perdas das demais bolsas mundiais.
- DÓLAR 0,2% à R$ 2,04, já abriu em alta e, em linha com o movimento de aversão a risco visto no mercado de câmbio externo, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, com o BC ainda ausente do mercado e assim confirmando cada vez mais que vende acima de R$ 2,10 e compra abaixo de R$ 2,00.
- Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO -1,5%, CORÉIA 0,3% e CHINA 0,5%, divididas entre um corte surpresa dos juros na Coréia, o primeiro em 3 anos, e uma queda inesperada no nível de emprego na Austrália.
- Na EUROPA, acompanhando a decepção dos investidores em relação à ata do Fed (''BC'' dos EUA), que não correspondeu às expectativas de lançar novos estímulos econômicos, INGLATERRA -1,0%, FRANÇA -0,7% e ALEMANHA -0,5%, com destaques de queda para as ações de bancos, como Commerzbank (-2,6%), Deutsche Bank (-2,0%) e Société Générale (-2,2%), e para ações de empresas ligadas a commodities, como Natural Resources (-4,2%), Rio Tinto (-3,5%) e Antofagasta (-3,9%).
- Nos EUA, em mais um dia de perdas, S&P -0,5%, DJ -0,2% e NASDAQ -0,8%, derrubadas por resultados negativos de empresas do setor de tecnologia, como a gigante indiana TI Infosys que recuou -11,2% após alertar sobre desaceleração nas vendas, dizendo que a incerteza econômica global está prejudicando os gastos em tecnologia.
Exatamente como previa o ''mercado'', hoje pela manhã o governo da China anunciou a desaceleração de seu PIB no segundo trimestre do ano, com um crescimento de 7,6%, o que representa o menor patamar desde o primeiro trimestre de 2009 e foi causado (1) pela diminuição das exportações para a Europa, (2) pela estagnação do setor imobiliário e (3) pela inabilidade do governo em estimular o aumento do consumo interno.
Como fruto direto da redução da taxa de juros e da mudança das regras da poupança, nos 6 primeiros meses deste ano a indústria brasileira de fundos de investimentos teve uma captação líquida de R$ 74,4bi, um recorde histórico para o período, e assim atingiu R$ 2,1tri de patrimônio líquido, o que representa uma alta de 9,1% na comparação com o período imediatamente anterior.
Nos 6 primeiros meses deste ano o volume de cheques devolvidos foi de 2,07%, o que representa o maior percentual para o período desde 2009, com isto, mesmo com 8 cortes seguidos na taxa básica de juros, a taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de ''incríveis'' 105,36% ao ano em MAI/12 para ''inacreditáveis'' 105,82% ao ano em JUN/12.
Como o desemprego ainda está baixo e o governo segue sem se preocupar em investir em educação e profissionalização, segundo uma pesquisa recente 57% das 20 maiores empresas de call center brasileiras estão com grandes dificuldades para contratar profissionais.
- A Petrobrás subiu 0,2% e, após o fechamento do pregão anunciou o reajuste de 6% no preço do diesel nas refinarias alegando que com isto busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional.
- A TIM caiu -7,6%, após Paulo Bernardo, ministro das Comunicações, afirmar que a empresa pode ter sanções por causa da qualidade do seu serviço.
Alfredo Sequeira Filho