R.B.
"Sem medo"
São Paulo, 3 de maio de 2012 (QUINTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve seguir em alta, acompanhando a melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais e a valorização das commodities e também esperando o provável anuncio do governo de mudanças na remuneração da poupança, o que certamente abrirá espaço para novos cortes na taxa básica de juros.
- O DÓLAR pode cair, em um ''ajuste técnico'' após fechar o pregão anterior no maior patamar desde 17/JUL/09, porem deve-se ressaltar que a tendência de novos cortes da Selic deve manter em alta a cotação da moeda norte-americana.
ONTEM
- BOVESPA 1,0%, abriu ''de lado'', para na mínima recuar -0,3%, porem firmou-se em uma trajetória positiva ainda na parte da manha, com bom volume de negócios (R$ 7,7bi) e mesmo com a instabilidade das demais bolsas mundiais, influenciada positivamente pela valorização das commodities.
- DÓLAR 0,9% à R$ 1,93, já abriu em alta e, mesmo com o ''humor positivo'' na Bovespa, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, pressionado pelos leilões de compra do BC e acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana.
- Na ÁSIA, ''animadas'' com o bom desempenho das bolsas de NY no dia anterior, JAPÃO 0,3%, CORÉIA 1,2% e CHINA 1,8%, também beneficiadas pela divulgação de dados de pedidos industriais mostrando que em ABR/12 a manufatura cresceu em exportadores chave como Taiwan e Coréia.
- Na EUROPA, revertendo uma abertura positiva, INGLATERRA -0,9%, FRANÇA -0,4% e ALEMANHA -0,7%, com dados negativos sobre a economia da zona do euro, como o desemprego de 10,9% em MAR/12 (o maior dos últimos 15 anos) aumentando preocupações sobre a crise da dívida na região.
- Nos EUA, realizando lucros após atingirem os maiores patamares dos últimos 4 anos, S&P -0,2%, DJ -0,1% e NASDAQ 0,3%, com os investidores ''digerindo'' um relatório decepcionante sobre a criação de empregos no setor privado em ABR/12 e com destaques de queda para as ações de bancos, como Bank of America (-1,8%) e JPMorgan (-1,3%).
Com o governo Dilma articulando bastante para mudar a forma de calculo da rentabilidade da poupança, os economistas da Febraban já projetam que a taxa básica de juros, a Selic, chegue a 8,5% em JUL/12.
Com o objetivo de encontrar medidas para garantir o crescimento econômico do Brasil, Dilma inicia nessa semana uma rodada de reuniões com centrais sindicais, empresários e conselho político e a provável saída será o fortalecimento do mercado interno.
Beneficiado pelas recentes quedas na taxa de juros, em ABR/12 o índice que mede a intenção de consumo das famílias paulistas registrou aumento de 2% na comparação com MAR/12 e de 7,2% na comparação com ABR/11.
Mostrando pouco otimismo, mesmo diante das recentes medidas adotadas pelo governo federal para estimular a produção brasileira, Paulo Skaf, o presidente da Fiesp, afirmou ontem que a indústria deverá apresentar um crescimento entre 1,5% e 2% neste ano.
Mesmo com a forte alta do dólar no período (4,4%), em ABR/12 a balança comercial brasileira registrou superávit de apenas US$ 881mi, resultado que é -52,7% inferior ao registrado em ABR/11 e que foi influenciado por um valor recorde para o período de US$ 18,7bi em importações.
Com alguns campos do pré-sal já produzindo bastante e também beneficiadas pelo aumento da tensão no Irã, em ABR/12 as exportações de petróleo pelo Brasil atingiram 2,83 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 28% sobre o mesmo mês de 2011.
- A Petrobras avançou 3,3%, beneficiada por novos rumores de possível reajuste no preço da gasolina.
- A MRV subiu 5,0%, após entrar na carteira recomendada do BTG Pactual.
- A Gerdau caiu -0,6% e, após o fechamento do pregão anunciou que registrou um lucro líquido de R$ 397mi no primeiro trimestre deste ano, o que ficou abaixo do esperado pelo ''mercado'' e representa uma queda de -3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Política:
Alfredo Sequeira Filho