R.B.
"Os ricos continuam ficando cada dia mais ricos"
São Paulo, 8 de março de 2012 (QUINTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve subir, tentando recuperar as perdas acumuladas na semana (-2,6%) e o patamar dos 67.000pts, ''animada'' com o corte de -0,75% da Selic, já que isto incentiva os investimentos no setor produtivo da economia, e também ''aliviada'' com a nova melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais.
- O DÓLAR pode cair, após 4 pregões consecutivos de alta, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e já que mesmo com a redução da Selic o Brasil continua com a maior taxa real de juros do mundo (4,2%).
ONTEM
- BOVESPA 1,4% (aos 66.016pts), já abriu em alta e, recuperando uma pequena parte das perdas acumuladas nos 2 últimos pregões, manteve a trajetória ascendente ao longo de toda sessão, sob impacto dos dados positivos do mercado de trabalho dos EUA e com a expectativa de redução da taxa Selic.
- DÓLAR 0,1% à R$ 1,76, abriu em alta, para na máxima avançar 0,5%, porem, mesmo com a expectativa de redução da Selic, perdeu forças na parte da tarde e fechou próximo da estabilidade, com a apreensão de investidores sobre o anúncio de novas medidas no mercado de câmbio sendo contrabalançada pelo apetite por risco no cenário internacional, num dia em que novamente o BC não interveio no mercado.
- Na ÁSIA, seguindo as perdas das demais bolsas mundiais, para fecharem em território negativo pelo terceiro pregão consecutivo, JAPÃO -0,6%, CORÉIA -0,9% e CHINA -0,6%, ainda diante da maior incerteza sobre o resgate da Grécia e de crescentes preocupações sobre a desaceleração da economia global.
- Na EUROPA, revertendo uma abertura negativa, INGLATERRA 0,5%, FRANÇA 0,9% e ALEMANHA 0,5%, impulsionadas pelos ganhos nas ações dos bancos, como HSBC (0,7%), Popolare SC (6,4%), BNP Paribas (2,1%) e Commerzbank (3,2%), diante do pequeno avanço no programa de troca de bônus da Grécia.
- Nos EUA, quebrando uma série de 3 quedas consecutivas, S&P 0,7%, DJ 0,6% e NASDAQ 0,9%, após um relatório mostrar geração de empregos no setor privado acima das expectativas no mês passado.
Surpreendendo ao menos metade do ''mercado'', que esperava -0,5%, e atento aos sinais de controle da inflação e de desaceleração da economia brasileira, ontem o Copom deduziu, pela quinta vez consecutiva, a taxa básica de juros, desta vez em -0,75%, de 10,5% para 9,75% ao ano, o que coloca a Selic em um dígito pela primeira vez desde ABR/10, porem mantêm o Brasil na liderança mundial dos juros reais, com 4,2% ante 3,4% do segundo colocado (a Rússia), e na vice-liderança dos juros nominais do mundo, perdendo apenas para a Venezuela com 15,55%.
Ontem, durante um balanço do PAC2, Mantega, ministro da Fazenda, afirmou que o aumento dos investimentos públicos e privados será o maior desafio para garantir um maior crescimento da economia brasileira em 2012, ressaltando que o governo adotará medidas para auxiliar a indústria brasileira e evitar a valorização do real.
Mostrando que, apesar da melhor distribuição de renda, no Brasil ''os ricos continuam ficando cada dia mais ricos'', segundo a um ranking da revista Forbes a soma da fortuna dos bilionários brasileiros subiu de US$ 131bi em 2011 para US$ 151bi em 2012.
Com os dólares sendo atraídos pela elevada taxa real de juros da economia brasileira, agora em 4,2%, em FEV/12 o fluxo cambial do Brasil ficou positivo em US$ 5,7bi, elevando assim o saldo positivo do ano para US$ 13,0bi.
Visando diversificar e tornar ainda mais limpa a matriz energética brasileira, ontem o BNDES aprovou um financiamento de R$ 389mi para a instalação de 5 parques eólicos no Nordeste que juntos terão capacidade instalada de 138 MW.
Dando mais um importante sinal de controle da inflação, em FEV/12 o IGP-DI ficou em 0,07%, ante 0,30% em JAN/12, com isto acumula alta de apenas 3,38% nos últimos 12 meses, patamar bem abaixo do centro da meta do BC (4,5%).
- A Rossi subiu 7,0%, MRV avançou 4,7% e a PDG Realty se valorizou 4,5%, diante das ''apostas'' de redução da Selic.
- A Petrobras subiu 1,0%, já que durante o pregão, Maria das Graças Foster, presidente da empresa, afirmou que o ajuste do preço da gasolina será feito se houver justificativa.
Política:
Alfredo Sequeira Filho