R.B.
"Missão de chegar ao segundo turno'"
São Paulo, 6 de março de 2012 (TERÇA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve cair, acompanhando o ''humor negativo'' das demais bolsas mundiais e também prejudicada pelo recuo das commodities, porem deve-se ressaltar que o patamar pode ser bom para compras, principalmente se o Copom confirmar as expectativas de reduzir a Selic na reunião desta semana.
- O DÓLAR pode subir, para fechar em território positivo pelo terceiro pregão consecutivo, influenciado pelos mesmos motivos que devem levar a queda da Bovespa, porem deve-se ressaltar que a ''trajetória natural'' segue sendo de alta, principalmente diante da manutenção do fluxo positivo de recursos externos.
ONTEM
- BOVESPA 1,2%, já abriu em queda e, acompanhando a piora do ''humor'' nas bolsas da Europa e dos EUA, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, também influenciada negativamente pela redução na meta de crescimento da economia da China e pelos ''temores'' com o vencimento da oferta de troca de títulos da Grécia nas mãos de credores privados.
- DÓLAR 0,3% à R$ 1,74, já abriu em alta e, pressionado pelos leilões de compra do BC, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, também acompanhando a piora do ''humor'' na Bovespa, para fechar o pregão no maior patamar desde o final de JAN/12.
- Na ÁSIA, realizando lucros recentes, JAPÃO 0,8%, CORÉIA 0,9% e CHINA 0,6%, com os investidores cautelosos em continuar pegando carona no otimismo puxado por liquidez, sem ver mais evidências de um crescimento global firme, e também prejudicadas pelos temores sobre o impacto de uma desaceleração do crescimento chinês.
- Na EUROPA, em queda pelo segundo pregão consecutivo, INGLATERRA 0,6%, FRANÇA 0,4% e ALEMANHA 0,8%, com ações cíclicas pressionadas por preocupações elevadas sobre o crescimento da economia na zona do euro e na China e também prejudicadas por mais ruídos entre a Grécia e seus credores do setor privado.
- Nos EUA, também em queda pelo segundo pregão consecutivo, S&P 0,4%, DJ 0,1% e NASDAQ 0,9%, com destaques negativos para ações de empresas dos setores de matérias-primas e energia, após a China ter cortado sua meta de crescimento para 2012.
Economia:
Ontem, diretamente da Alemanha, Dilma voltou a criticar a nova oferta do BC Europeu de empréstimos a juros baixos a bancos da região, alegando que isto terá o efeito de desvalorizar artificialmente a moeda comum européia e poderá criar bolhas na economia global.
Hoje começa a reunião do Copom e, após a China anunciar que vai crescer menos e o IPC apresentar deflação, uma boa parcela do ''mercado'' elevou, de -0,50% para -0,75%, suas ''apostas'' para a redução da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 10,50%.
O resultado oficial só sairá hoje durante o dia, porem, para se tornar a sexta maior economia do mundo, ultrapassando a Grã-Bretanha, o Brasil precisa ter crescido apenas 0,7% em 2011, segundo cálculos feitos pela consultoria IHS Global Insight.
Como conseqüência da redução da atividade econômica, dos estratosféricos juros cobrados pelos bancos e do aumento da inadimplência do consumidor, em FEV/12 os pedidos de falência em todo o Brasil foram 22,5% maiores que em JAN/12 e 13,4% maiores que em FEV/11.
Fruto do aumento de volume da safra nos últimos anos e das boas expectativas para o setor agrícola brasileiro nos próximos anos, no mês passado foram vendidas 534 colheitadeiras no Brasil, o que representa um avanço de 17% em relação a FEV/11.
Mostrando otimismo com a economia e pessimismo com o controle dos preços, o ''mercado'' elevou, de 4,10% para 4,15% suas estimativas para o PIB brasileiro de 2013, porem também aumentou, 5,11% para 5,20%, suas ''apostas'' para o IPCA do próximo ano.
''Apostando no Brasil'', as montadoras Ssangyong, da Coréia do Sul, e Haima e Changan, ambas da China, assinaram ontem um protocolo de intenções com o governo do Espírito Santo para investir US$ 300mi na instalação de uma fábrica conjunta para montagem de 5 modelos de veículos no Brasil, o que deve gerar 1.100 empregos diretos e 3.500 empregos indiretos.
Caminhando para se tornar uma potencia energética, em JAN/12 o Brasil bateu novo recorde de produção de petróleo, atingindo 2,231mi de barris diários de petróleo, o que representa um aumento de 5,1% em relação a JAN/11.
- A Petrobras recuou -2,81%, após Maria das Graças Foster, a nova presidente da empresa, afirmar que não há nenhuma ação em curso para elevar os preços dos combustíveis.
- A Usiminas subiu 2,8%, diante do possível fim de benefícios de importação no setor.
Alfredo Sequeira Filho