R.B.
"Elogios até da oposição"
São Paulo, 18 de novembro de 2011 (SEXTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve subir, mesmo com a queda das commodities e a manutenção do ''humor negativo'' nas demais bolsas mundiais, sustentando o suporte dos 57.000pts, beneficiada pela elevação da ''nota'' do Brasil e pelas perspectivas de novos cortes da Selic.
- O DÓLAR pode cair, retornando à sua ''trajetória natural'' após 2 pregões consecutivos de alta, seguindo o fluxo positivo de recursos externos e também influenciado pela elevação da ''nota'' do Brasil pela S&P.
ONTEM
- BOVESPA -2,7%, abriu ''de lado'', para na máxima avançar 0,1%, porem, mesmo com a inesperada elevação da ''nota'' do Brasil pela agencia de classificação de risco S&P, passou a cair forte na parte da tarde, diante do novo aumento da tensão com a crise de dívida soberana na zona do euro.
- DÓLAR 0,7% à R$ 1,78, já abriu em alta e, acompanhando a nova piora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, mesmo com elevação da nota do Brasil pela S&P.
- Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO 0,2%, CORÉIA 1,1% e CHINA -0,3%, com os investidores dividindo suas atenções entre o encadeamento da crise da dívida européia e o movimento das ações de empresas ligadas a matérias-primas e de tecnologia bem como a paridade do dólar em relação a outras moedas.
- Na EUROPA, nos menores patamares em 6 semanas, INGLATERRA -1,6%, FRANÇA -1,8% e ALEMANHA -1,1%, com destaques de queda para as ações do setor bancário, diante das preocupações de que a crise de dívida da região saia de controle, depois de Espanha e França pagarem altos rendimentos nos leilões de seus bônus.
- Nos EUA, aprofundando as perdas ao longo do pregão, diante de uma repentina queda do S&P abaixo de um nível técnico importante, S&P -1,7%, DJ -1,1% e NASDAQ -2,0%, devido a mais preocupações com a Europa.
Argumentando principalmente que o governo brasileiro tem demonstrado seu compromisso de atingir as metas fiscais, ontem a agência de classificação de risco Standard and Poor's elevou sua ''nota'' para o Brasil para "BBB", ante "BBB-", ressaltando que o país mostra poucos riscos de calote.
Dando novos sinais positivos da economia interna, (1) em SET/11, principalmente diante da continuidade da redução da taxa básica de juros, a perspectiva de inadimplência das empresas num horizonte de 6 meses caiu -0,3% na comparação com OUT/11, o que representa o primeiro recuo deste indicador em 11 meses e (2) as vendas de motocicletas no país subiram 9% na primeira quinzena de NOV/11, ante igual intervalo do ano passado.
Confirmando que o Copom estava 100% correto quando surpreendeu o ''mercado'' e começou a reduzir a Selic, segundo um indicador divulgado ontem pelo BC a atividade econômica brasileira apresentou retração de -0,32% no terceiro trimestre em relação ao segundo.
Mostrando que a crise dos países do ''primeiro mundo'' não está prejudicando o fluxo de investimentos externos para o Brasil, até o final da semana passada o fluxo cambial ao Brasil estava positivo em US$ 69,4bi no ano, mais que o dobro das entradas líquidas registradas em todo o ano de 2010.
Expondo mais uma vez a enorme falta de infraestrutura no Brasil, diante de uma safra recorde de laranja neste ano, que deve superar em 27% a safra anterior, as filas de caminhões carregados com laranja têm se tornado comuns nas indústrias de processamento de suco do interior paulista, com esperas que chegam a durar mais de 2 dias.
Puxadas por açúcar refinado, soja e café, as exportações das cooperativas atingiram US$ 5,1bi nos 10 primeiros meses deste ano, patamar histórico para o período desde 2005 e que representa um aumento de 34,6% na comparação com o mesmo intervalo em 2010.
Levemente acima da média das ''apostas do mercado'' (0,57%), o IPC da segunda quadrissemana de NOV/11 ficou em 0,59%, ante 0,53% no levantamento semanal anterior.
- A Usiminas caiu -2,9%, após a Ternium confirmar que negocia para adquirir uma participação na siderúrgica mineira.
Política:
Alfredo Sequeira Filho