R.B.
"Com carinho"
São Paulo, 17 de novembro de 2011 (QUINTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve seguir em alta, ainda com possibilidades de fechar a semana próxima dos 60.000pts, beneficiada por ''bom rumores'' internos como a possibilidade de novos cortes da taxa básica de juros e de retirada da cobrança do IOF das aplicações de investidores estrangeiros em ações.
- O DÓLAR pode cair, seguindo a ligeira redução das tensões externas e também influenciado pelos ''rumores'' de retirada da cobrança do IOF das aplicações de investidores estrangeiros em ações.
ONTEM
- BOVESPA 0,5%, abriu em queda, para na mínima recuar -0,8%, porem passou a subir ainda na parte da manhã, embalado principalmente pela trajetória de recuperação de ações de peso, como Petrobras (0,9%) e Vale (0,7%).
- DÓLAR -0,1% à R$ 1,76, abriu em alta, para na máxima atingir R$ 1,78, porem passou a cair no inicio da tarde, acompanhando a recuperação do euro e aliviando a pressão do começo do dia após a formação do governo italiano e dados favoráveis sobre a economia dos EUA.
- Na ÁSIA, ainda prejudicadas pelos temores sobre a crise da dívida da Europa, JAPÃO -0,9%, no nível de encerramento mais baixo das últimas 6 semanas, uma vez que o euro persistentemente fraco manteve os investidores na defensiva e pressionou as ações de exportadoras,
- Na EUROPA, após uma sessão volátil e sem uma tendência única, INGLATERRA -0,2%, após o anuncio de que o prognóstico para a economia britânica piorou e que a atividade econômica pode ficar estável até o meio do ano que vem, FRANÇA 0,5%, sustentada pelo bom desempenho das ações da Vivendi (5,6%), após a companhia informar sobre resultados melhores que o esperado no terceiro trimestre do ano e ALEMANHA -0,3%, pressionada pelos papéis da Infineon Technologies (-3,0%), após a fabricante de microchips informar que nota uma crescente cautela entre os consumidores e que agora espera uma queda de cerca de -10% em seu lucro no primeiro trimestre fiscal, em comparação com os 3 meses precedentes.
- Nos EUA, revertendo abruptamente no final do pregão uma trajetória positiva, S&P -1,7%, DJ -1,6% e NASDAQ -1,7%, após a agencia de classificação de risco Fitch alertar sobre o potencial impacto da crise da dívida da zona do euro na economia e no sistema financeiro norte-americano.
Podendo ajudar, e muito, a Bovespa a recuperar uma parte das perdas acumuladas no ano, o governo avalia, quiçá ''com carinho'', um pedido da BM&FBovespa para retirar a cobrança do IOF das aplicações de investidores estrangeiros em ações, o que também ajudaria as empresas que esperam melhores condições para abrir o seu capital.
Mostrando que a autoridade monetária brasileira estava ''mais certa que o mercado'' quando reduziu a Selic em -0,5% nas duas ultimas reuniões do Copom, Tombini, presidente do BC, sinalizou que os cortes na taxa básica de juros devem continuar ocorrendo e que a inflação irá retornar à meta em 2012.
Ontem, enquanto Espanha e Itália pagavam juros cada vez mais altos para rolarem suas dívidas, o Banco do Brasil vendeu US$ 500 milhões em títulos de 5 anos oferecendo aos investidores uma taxa de retorno de 4,0% ao ano, a menor taxa da história paga pelo banco em uma emissão.
Mesmo com a crise na Europa e nos EUA, otimismo das famílias brasileiras em relação à realidade socioeconômica do país cresceu de 63,1pts em SET/11 para 64,7pts em OUT/11, influenciado pelo aumento da renda, pela queda da taxa de juros e também pelo baixo patamar dos índices de desemprego.
Segundo José Garcia Gasques, coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, o Valor Básico da Produção agrícola brasileira deverá atingir o recorde de R$ 214,2bi no próximo ano, 5% mais do que neste ano, que também terá o maior valor da série histórica até agora, acumulando um crescimento de 11% na comparação com 2010.
Com investimentos estimados em R$ 900mi e capacidade para produzir 100 mil veículos por ano, ontem Sérgio Habib, presidente da JAC no Brasil, anunciou a construção de uma fábrica de automóveis no polo automotivo de Camaçari, na Bahia.
Beneficiada principalmente pelas suas concessões de crédito no setor imobiliário, que cresceram mais que o dobro da média do mercado, a Caixa Econômica Federal viu seu lucro líquido do terceiro trimestre disparar 72,5% na comparação com o mesmo período de 2010, para R$ 1,3bi.
- A Gafisa desabou -8,5%, após a companhia ter reportado resultados piores que o esperado para o terceiro trimestre e reduzir seus guidances para o ano.
Alfredo Sequeira Filho