R.B. 20/OUT/11 ''Míseros US$ 285mi''


R.B.

"Míseros US$ 285mi"

 

São Paulo, 20 de outubro de 2011 (QUINTA-FEIRA).


Mercados:
 
HOJE
-    A BOVESPA deve cair, acompanhando a nova piora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais, porem deve-se ressaltar que o patamar pode ser interessante para compras, já que o novo corte de -0,5% na Selic torna aplicações de renda variável mais atrativas frente à renda fixa.

-    O DÓLAR pode voltar a subir, já que, alem de influenciada pelo ''humor negativo'' das bolsas do ''primeiro mundo'',  a moeda norte-americana deve ser impulsionada pela redução da Selic, que diminuiu a taxa real de juros da economia brasileira para 5,5%.

 

ONTEM

-    BOVESPA –0,1%, abriu ''de lado'' e, em um pregão marcado pela volatilidade (máxima de 0,3% e mínima de –0,9%), manteve a tendência indefinida ao longo de todo pregão, dividida entre as perdas das demais bolsas mundiais somada com a queda das ações da Vale (-2,9%) e o bom desempenho dos bancos aliado às ''apostas'' de queda da taxa básica de juros, o que efetivamente ocorreu após o pregão.

-    DÓLAR 1,0% à R$ 1,77, já abriu em alta e manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, seguindo a piora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais e as ''apostas'' de redução da taxa básica de juros da economia brasileira.

-    Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO 0,3%, CORÉIA 0,9% e CHINA –0,2%, influenciadas positivamente pelo bom desempenho das ações de empresas voltadas para os mercados locais e prejudicadas pelo rebaixamento da ''nota'' da Espanha e pelo resultado abaixo do esperado apresentado pela Apple.

-    Na EUROPA, recuperando as perdas do pregão anterior, INGLATERRA 0,7%, FRANÇA 0,5% e ALEMANHA 0,6%, diante das expectativas positivas para a reunião européia de domingo em Bruxelas, que será crucial para o futuro da zona do euro.

-    Nos EUA, revertendo uma abertura positiva, S&P –1,3%, DJ –0,6% e NASDAQ –2,0%, com investidores nervosos à espera da reunião da União Européia no domingo e decepcionados com dados do Livro Bege, sobre a economia norte-americana, e com o resultado da Apple.


Economia:
 
Conforme ''apostava'' a maioria do ''mercado'', ontem o Copom, preocupado com os impactos negativos na economia brasileira das crises na Europa e nos EUA e também seguro de que a inflação vai perder forças no curto prazo, decidiu cortar a Selic em –0,5%, de 12% para 11,5%, o que ainda deixa o Brasil com a maior taxa real de juros do planeta terra (5,5%) pelos últimos 21 meses.
 
Para que o Brasil não dependa excessivamente de recursos externos, ficando assim vulnerável em momentos de turbulências internacionais, Luciano Coutinho, presidente do BNDES, afirmou que um dos principais desafios para o Brasil nos próximos anos é aumentar a poupança interna.
 
''Apostando'' a maioria de suas ''fichas'' no Brasil, Luiz Gustavo Cherman, economista chefe do Banco Itaú, afirmou que apesar da crise européia e da freada da economia mundial, a economia brasileira ainda vai sustentar um bom ritmo de crescimento em 2012, impulsionada pelo aumento do salário mínimo, que será de cerca de 13%, e pela redução da taxa de juros já em curso.
 
Mesmo com a ultima queda da Selic, em SET/11, diante dos ''temores'' com as crises nos países do ''primeiro mundo'', a demanda das empresas brasileiras por crédito caiu 6,7% na comparação com AGO/11, principalmente entre as micro e pequenas empresas.
 
Dando sinais diversos do bom desempenho da economia brasileira, (1) em SET/11 os contratos novos de locação residencial assinados na capital paulista tiveram aumento médio de 17,55% na comparação com SET/10, (2) o Bradesco projeta para 2012 um crescimento de até 20% em sua carteira de crédito, (3) em SET/11 as vendas de materiais de construção no Brasil cresceram 7% na comparação com SET/10, (4) nos 8 primeiros meses deste ano o custo da mão de obra empregada na indústria da construção civil brasileira cresceu 10,22%, o que representa um recorde histórico para o período e (5) em SET/11 a arrecadação de tributos federais cresceu 7,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Política:
 
Mesmo com a ''choradeira'' dos estados produtores, que se sentem prejudicados apesar da expectativa de aumento da arrecadação, ontem o Senado aprovou o novo modelo de distribuição das receitas do petróleo, que agora também beneficia os Estados e municípios não-produtores, que vão ganhar no próximo ano R$ 8bi.
 
Ressaltando que tanto a greve quanto a "operação-padrão" em processos que envolvem a União são iniciativas inadequadas e trazem impactos negativos para a imagem da magistratura, ontem, em carta enviada às corregedorias de todos os Tribunais Federais do país, Cezar Peluso, o presidente do Supremo Tribunal Federal, criticou a greve anunciada por juízes para o final de NOV/11.
 
Mostrando quem manda no estado, ontem, 2 dias após a apresentação da matéria, a  Assembléia Legislativa do Maranhão aprovou um projeto de lei que transfere a Fundação José Sarney para a administração do Estado.
 
Para reagir às suspeitas do Planalto de que a CBF estaria por trás da pressão contra o ministro do Esporte, Orlando Silva, Dilma foi aconselhada informalmente a ''escalar'' Romário, do PSB do RJ, para a pasta, já que o ex-jogador é desafeto publico e notório de Ricardo Teixeira

Crítica:
 
Acusado de causar, de forma inescrupulosa, prejuízos de cerca de R$ 1bi ao recomendar a compra para seus clientes de ativos ruins e que, para piorar, tinham o próprio banco na ponta vendedora, o Citigroup aceitou pagar ''míseros US$ 285mi'' para SEC, que é a CVM norte-americana, 'abafar o caso'' e encerrar o processo.
PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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