R.B. 8/AGO/11 ''Resgatar um pouco da credibilidade que ainda lhe resta''


R.B.

"Resgatar um pouco da credibilidade que ainda lhe resta"

 

São Paulo, 8 de agosto de 2011 (SEGUNDA-FEIRA).


Mercados:

 

HOJE

-    A BOVESPA deve cair, ampliando a desvalorização já acumulada no ano (-23,6%), desta vez prejudicada pelo rebaixamento da ''nota'' dos EUA pela agencia de classificação de risco S&P e pelos ''temores'' de que outras agencias façam o mesmo.

-    O DÓLAR deve cair, retornando à sua ''trajetória natural'' e começando a devolver a valorização acumulada na semana passada (2,1%), já que o rebaixamento da ''nota'' dos EUA fortalece e aumenta ainda mais a atratividade dos ''investimentos'' no real brasileiro.

 

SEXTA-FEIRA

-    BOVESPA 0,2%, abriu em alta, para na máxima avançar 1,4% e, em um pregão com boa volatilidade, já que na mínima recuou -3,0%, e bom volume de negócios (R$ 8,9bi), fechou com uma ligeira recuperação, porem acumulando uma desvalorização de -10,0% na semana, a maior desde NOV/08, diante dos '''temores'' com as economias norte-americana e européia.

-    DÓLAR 0,4% à R$ 1,59, já abriu em alta e, seguindo a instabilidade da moeda norte-americana nos demais mercados mundiais, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, também pressionado pelos leilões de compra do BC.

-    Na ÁSIA, seguindo as perdas das bolsas de NY e da Europa no dia anterior, JAPÃO -3,7%, a maior baixa desde o terremoto, com destaques de queda para as exportadoras, como Sony (-5,0%), Tokyo Electron (-3,7%) e Advantest (-4,7%), diante da valorização da moeda local (o iene) frente ao dólar e dos ''temores'' de uma recessão global, CHINA -2,2%, diante dos sinais de alta na inflação em JUL/11 e CORÉIA -3,7%, a maior baixa porcentual diária em quase 2 anos, com vendas por parte de investidores estrangeiros e de varejo.

-    Na EUROPA, com os líderes europeus agendando encontros emergenciais e procurando assegurar os mercados de que um grande país como a Itália ou a Espanha não se tornará o próximo a precisar de ajuda financeira, INGLATERRA -2,7%, FRANÇA -1,3% e ALEMANHA -2,8%, pressionadas por receios com a economia dos EUA e com a aparente morosidade dos governos europeus para implementar medidas de combate à crise das dívidas soberanas.

-    Nos EUA, fechando, com o maior giro financeiro dos últimos 12 meses, sem uma trajetória única a pior semana em mais de 2 anos, S&P -0,1% (-7,2% na semana), DJ 0,5% (-5,8% na semana) e NASDAQ -0,9% (-8,1% na semana), refletindo a frustração com o lento crescimento econômico e a falta de habilidade de políticos em solucionar os crescentes problemas sobre a alta dívida pública dos países do ''primeiro mundo''.


Economia:
 
Tentando ''resgatar um pouco da credibilidade que ainda lhe resta'', a agencia de classificação de risco Standard & Poor's finalmente rebaixou sua ''nota'' para a dívida dos EUA, de AAA para AA+, citando preocupações com o déficit orçamentário e o crescente endividamento do país e ressaltando que a perspectiva da nova classificação é negativa, pois o plano de consolidação fiscal acordado recentemente pelo Congresso e o governo não atende ao que seria necessário para estabilizar a dinâmica da dívida do governo no médio prazo.
 
Ressaltando que hoje o Brasil, com 70% a mais de reservas internacionais na comparação com 2008, está ainda mais forte do que estava 3 anos atrás, Dilma ''garantiu'' que o pais continua tendo capacidade de enfrentar a crise que vem de fora e que seu governo vai proteger a indústria brasileira de forma sistemática.
 
Tentando acalmar os mercados,  os ministros de Finanças e governadores dos BCs do G7, que é o grupo dos 7 países mais industrializados do mundo, garantiram seu apoio aos mercados financeiros ao emitirem uma declaração na qual asseguraram que tomarão todas as medidas necessárias para respaldar a estabilidade financeira e o crescimento.
 
Como reflexo imediato da perda da ''nota'' AAA pelos EUA, os chamados "ativos reais", como imóveis, terras agrícolas e barras de ouro, provavelmente terão cada a preferência dos investidores em detrimento do mercado financeiro.
 
Segundo Mohamed El-Erian, chefe-executivo da Pimco, uma das maiores gestoras de fundos de investimento do mundo, os investidores não tem para onde correr e por este ''simples motivo'' não sairão em debandada dos EUA, vendendo os títulos da dívida norte-americana, porque o país deixou de ter o status máximo de segurança contra calote, a nota de crédito AAA.
 
Mostrando que a crise do ''primeiro mundo'' ainda está distante do Brasil, segundo as expectativas dos lojistas as compras de presentes para o Dia dos Pais deste ano devem crescer até 12% na comparação com o mesmo período de 2010.
 
-    A Lojas Americanas subiu 3,9%,´após atender as expectativas do mercado e apresentar um lucro líquido de R$ 43,4mi no segundo trimestre, patamar praticamente estável em relação ao ganho visto no mesmo período do ano passado.

Política:
 
Ainda tentando reduzir as mágoas provocadas pela faxina promovida no Ministério dos Transportes , e avaliando não ter condições políticas de abrir um novo contencioso com sua base parlamentar, Dilma decidiu apoiar a blindagem que o PMDB montou em torno do ministro da Agricultura, Wagner Rossi.
 
Ainda alvo de duras críticas de alguns dos principais caciques do PR, Paulo Passos, o novo ministro dos Transportes, intensificou nos últimos dias a articulação para angariar apoios no seu próprio partido, o PR, que obviamente espera a oferta de novos cargos que compensem as perdas que o partido sofreu com a faxina feita pela presidenta Dilma no referido Ministério.
 
Sábado, na primeira reunião que teve com os comandantes das Forças Armadas, no Palácio do Planalto, Celso Amorim, o novo ministro da Defesa, defendeu a imediata saída das tropas brasileiras do Haiti.
 
Seguindo o mesmo caminho de Palocci, porem obviamente com menos clientes, Serra, atualmente sem cargo eletivo, abriu uma consultoria em gestão empresarial sediada na zona oeste de SP com um capital social de R$ 10 mil.
 
O senador petista Walter Pinheiro herdou a relatoria do Plano Plurianual, que seria de Gleisi, projeto que chega ao Congresso em AGO/11 e que foi apontado pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, como um dos principais instrumentos de planejamento e monitoramento das ações do governo.
 
Em um clima de campanha, com carro de som, bateria de escola de samba, faixas e camisetas de apoio, o PTB lançou a pré-candidatura de Luiz Flávio Borges D´Urso, o atual presidente da OAB de SP,  à prefeitura de SP.

Crítica:
 
Sem se importar com a severa condenação internacional, somente ontem o exército da Síria matou 80 civis durante a invasão de Deir al-Zour, a maior cidade do leste do país e principal cenário dos recentes, e freqüentes, protestos por democracia.

PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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