R.B.
"Vai terminar em sangue"
São Paulo, 23 de agosto de 2011 (TERÇA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA pode subir, novamente tentando iniciar um movimento de recuperação das perdas acumuladas no mês (-10,9%), acompanhando a ligeira melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais e também ''animada'' pelos discurso de Mantega indicando a possibilidade de redução da Selic.
- O DÓLAR deve cair, retornando à sua ''trajetória natural'' após 3 pregões consecutivos de alta, acompanhando a provável melhora do ''humor'' na Bovespa e ainda diante do ''crescente e constante'' fluxo positivo de recursos externos.
ONTEM
- BOVESPA -0,1%, abriu em forte alta, para na máxima avançar 2,1%, porem, com boa volatilidade e pouco volume de negócios (R$ 4,7 bi), mais uma vez perdeu forças ao longo do pregão e passou a cair no final da sessão, diante do crescente temor de recessão nos EUA e de difusão da crise da dívida na zona do euro.
- DÓLAR 0,2% à R$ 1,60, abriu em queda, para na mínima atingir R$ 1,58, porem, também com bastante volatilidade, passou a subir no inicio da tarde, pressionado pelos leilões de compra do BC e seguindo a piora do ''humor'' na Bovespa.
- Na ÁSIA, seguindo as perdas das demais bolsas mundiais na sexta-feira, JAPÃO -1,0%, a quarta queda consecutiva, novamente com destaques de queda para as exportadoras, como Advantest (-3,8%) e Nissan (-4,1%), prejudicadas pela valorização da moeda local (o iene) frente ao dólar, CHINA -0,7%, em queda pelo pregão seguido, também por causa dos temores de uma recessão econômica global e CORÉIA -2,0%, com os investidores estrangeiros estendendo o movimento de vendas.
- Na EUROPA, revertendo uma abertura negativa, INGLATERRA 1,1%, FRANÇA 1,1% e ALEMANHA 0,1%, impulsionadas pela expectativa de um fim no conflito entre insurgentes e forças oficiais na Líbia, fator que beneficiou os papéis do setor de energia, em particular os de empresas que operavam no país antes do início dos confrontos.
- Nos EUA, devolvendo boa parte dos ganhos acumulados no abertura, em mais um pregão marcado pela forte volatilidade, S&P 0,2%, DJ 0,3% e NASDAQ 0,1%, com cada vez menos investidores nutrindo a ''esperança'' de que o Fed (''BC'' local) possa anunciar algum tipo de ação que beneficie o desempenho econômico do país.
Após afirmar que o governo buscará superávit primários cada vez mais sólidos, principalmente contendo gastos de custeio, Mantega, ministro da Fazenda, ressaltou que a consolidação fiscal que o governo busca não é para derrubar a economia, mas para fazer um crescimento de longo prazo que abra espaço para redução de juros no futuro.
Seguindo a piora do cenário mundial, o ''mercado'' reduziu, de 3,93% para 3,84%, suas previsões para o desempenho do PIB brasileiro em 2011, porem, mostrando que não quer que o Copom reduza a Selic, elevou, de 6,26% para 6,28%, suas ''apostas'' para o IPCA deste ano.
Diante do aumento da renda, da ampliação do emprego formal, da instabilidade das bolsas e da descrença na previdência publica, no primeiro semestre deste ano a arrecadação dos planos de renda complementar subiu 25,6% na comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo o recorde histórico de R$ 24,9bi no período.
Devido ao agravamento da crise econômica mundial, que fez os investidores migrarem para os papéis com remuneração atrelada à taxa básica de juros, em JUL/11 o estoque da dívida pública federal caiu -3,93%, passando de R$ 1,8tri para R$ 1,73tri, puxada principalmente por uma redução na dívida interna, que recuou -4,03% devido ao resgate de títulos ter sido maior do que as emissões em R$ 83,78bi.
Na ''contra-mão'' dos empresários, que diante da crise financeira mundial estão mais pessimistas, o consumidor paulistano segue com sua confiança em alta, já que em AGO/11 o Indicador de Confiança do Consumidor ficou em 152,7pts, em uma escala que varia de 0 a 200pts e demonstra otimismo quando acima dos 100 pontos.
Desdenhando os temores de recessão nos EUA, crise fiscal na Europa e desaceleração do ritmo de crescimento da China, em JUL/11 a produção brasileira de aço bruto, impulsionada principalmente pelo desempenho da Usiminas, cresceu 8,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Mesmo com a ''choradeira'' dos exportadores diante da queda do dólar, até o final da semana passada a balança comercial brasileira acumulava no ano de 2011 um saldo positivo de US$ 18,3bi.
Política:
Alfredo Sequeira Filho