R.B.
"Cheque especial"
São Paulo, 1 de agosto de 2011 (SEGUNDA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve subir, tentando iniciar um movimento de recuperação das perdas acumuladas em JUL/11 (-5,7%) e no ano (-15,1%) , acreditando cada vez mais na elevação do limite do ''cheque especial'' dos EUA e ''animada'' pela divulgação de resultados positivos pelas empresas brasileiras.
- O DÓLAR deve voltar a cair, para ampliar a desvalorização já acumulada no ano (-6,7%), seguindo a provável melhora do ''humor'' na Bovespa e o ''crescente e constante'' fluxo positivo de recursos externos.
SEXTA-FEIRA
- BOVESPA 0,2%, abriu em queda, para na mínima recuar -1,1%, porem, com bom volume de negócios (R$ 6,2bi), foi se recuperando ao longo do dia, acreditando em uma solução de ultima hora para a ''novela'' da dívida norte-americana, para fechar a semana acumulando uma desvalorização de -2,4%.
- DÓLAR -0,8% à R$ 1,55, já abriu em queda e, retornando à sua ''trajetória natural'' após o impacto inicial das novas medidas do BC, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, também acompanhando a ligeira melhora do ''humor'' na Bovespa.
- Na ÁSIA, em mais um dia de perdas, JAPÃO -0,7%, a quarta sessão consecutiva de perdas, diante do adiamento da tão esperada votação no Congresso dos EUA sobre a elevação do limite do ''cheque especial'' dos EUA, CHINA -0,3%, pressionada pela realização de lucros com ações de mineradoras de carvão e empresas do setor de metais e CORÉIA -1,0%, a 13ª baixa das últimas 14 sessões, desta vez com destaques de queda para refinarias de petróleo, diante da divulgação de resultados fracos lideraram da S-Oil (-6,3%) e da Honam Petrochemical (-1,4%).
- Na EUROPA, após a Moody's colocar sua ''nota'' para a Espanha em observação para potencial rebaixamento, INGLATERRA -1,0%, FRANÇA -1,1% e ALEMANHA -0,4%, novamente com destaques de queda para as ações de bancos, como Crédit Agricole (-2,4%), Société Générale (-2,4%) e BNP (-2,0%).
- Nos EUA, fechando a pior semana em 1 ano, prejudicadas pela divulgação de dados mostrando que a economia do país cresceu (1,3%) menos do que o esperado (1,8%) no segundo trimestre, S&P -0,6%, DJ -0,8% e NASDAQ %-0,4, também ainda esperando o Congresso do país chegar a um acordo para a elevação do limite do ''cheque especial'' norte-americano.
Usando a teoria ''pirão pouco o meu primeiro', Dilma e Cristina Kirchner, a presidenta da Argentina, se reuniram na sexta-feira para discutir as formas de blindar os dois países e a região das consequências do aprofundamento da crise econômica mundial.
Apesar de concordar que o real valorizado pode ajudar na queda da inflação, Mantega, ministro da Fazenda, defendeu as medidas que dão superpoderes ao Conselho Monetário Nacional para conter a valorização do real, ressaltando que sua maior preocupação é garantir competitividade da indústria nacional.
Dando novos sinais positivos da economia interna, (1) a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica projeta para 2011 um crescimento superior a 30% nas vendas de notebooks sobre o volume do ano passado e (2) até quinta-feira da semana passada a indústria automobilística brasileira já tinha ultrapassado a marca de 2 milhões de veículos vendidos neste ano, superando em 8% o resultado obtido em igual período de 2010.
Confirmando mais uma vez a manutenção do controle das contas publicas, exemplo que aliás deveria ser seguindo pelas economias do ''primeiro mundo'', no primeiro semestre deste ano o superávit primário do setor público brasileiro somou R$ 78,2bi, número que corresponde a 3,99% do PIB e representa 66% da meta para todo o ano.
Ajudando no controle da inflação, o Índice de Confiança da Indústria, principalmente diante das constantes elevações da taxa básica de juros, recuou -2,0% entre JUN/11 e JUL/11, para 105pts, registrando com isto a sétima queda consecutiva e o menor nível desde SET/09.
- A Gol caiu -21,6%, após a empresa revelar projeções mais pessimistas em termos de custos para o segundo semestre.
- A Petrobrás fechou estável 0,0% e, durante o final de semana, (1) anunciou que a área de Guará, no pré-sal da Bacia de Santos, demonstraram "boas condições do reservatório" e (2) seu presidente, José Sergio Gabrielli, descartou uma nova capitalização da companhia, a exemplo da ocorrida em 2010.
Alfredo Sequeira Filho