R.B.
"Velho turrão que não quer largar o osso"
São Paulo, 6 de julho de 2011 (QUARTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve subir, retornando seu movimento de recuperação, beneficiada pela melhora do ''humor'' nas principais economias do mundo e também pelas boas noticias corporativas de empresas brasileiras.
- O DÓLAR pode voltar a cair, seguindo o ''crescente e constante'' fluxo positivo de recursos externos, que alias deve aumentar com o anuncio de que o Tesouro Nacional prepara a primeira captação externa do governo Dilma.
ONTEM
- BOVESPA -1,3%, abriu ''de lado'' e, realizando lucros recentes, logo passou a cair e manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, seguindo as perdas das demais bolsas mundiais diante do anuncio de rebaixamento da ''nota'' de Portugal pela agência de classificação Moody's.
- DÓLAR 0,7% à R$ 1,56, já abriu em alta e, em um ''ajuste técnico'' após 6 pregões consecutivos de queda, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, pressionado pelos leilões de compra do BC e seguindo a piora do ''humor'' na Bovespa.
- Na ÁSIA, seguindo o bom desempenho das demais bolsas mundiais no dia anterior, JAPÃO 0,1%, em um movimento de cautela antes da divulgação dos dados sobre emprego nos EUA, que serão divulgados na sexta-feira, CHINA 0,1%, com o receio de que o BC local possa aumentar os juros nos próximos dias limitando os ganhos no setor imobiliário, já que a oradora China Vanke informou que suas vendas em JUL/11 cresceram 51% em relação ao mesmo mês do ano passado e CORÉIA 0,8%, a quinta alta consecutiva e com destaques positivos para Samsung (2,4%) e Hynix (3,9%).
- Na EUROPA, realizando lucros recentes, INGLATERRA -0,1%, FRANÇA -0,6% e ALEMANHA -0,1%, ''temendo'' mais medidas de aperto monetário na China, decepcionadas pela queda de -1,1% das vendas no varejo nos países do bloco em MAI/11 e também prejudicadas pelo rebaixamento da ''nota'' de Portugal pela Moody's.
- Nos EUA, sem uma tendência única, S&P -0,1%, DJ -0,1% e NASDAQ 0,3%, divididas entre o bom desempenho das ações do setor de petróleo, diante da divulgação de um relatório revisando para cima as estimativas de preço da commodity, e o rebaixamento da ''nota'' de Portugal pela Moody's.
Apesar de afirmar que as taxas de inflação verificadas nos últimos meses estão dentro do percentual que corresponde a uma taxa anual de 4,5%, valor que é o centro da meta fixada para este e para os próximos 2 anos, Tombini, presidente do BC, ''avisou'' que os juros no Brasil só poderão convergir para as taxas praticadas internacionalmente no futuro, pois hoje a prioridade é combater a inflação.
Em mais uma de suas ''ameaças'', Mantega, ministro da Fazenda, ''avisou'', durante uma palestra em Londres, que o governo Dilma está atento à questão cambial e que estuda novas medidas para conter a valorização do real.
Sem muito alarde, principalmente para não derrubar ainda mais a cotação do dólar, e esperando taxas de juros mais baixas, já que este ano 2 agencias de classificação de risco elevaram a ''nota'' do Brasil, o governo Dilma se prepara, através do Tesouro Nacional, para fazer a sua primeira captação de recursos no mercado externo via emissão de títulos, o que deve ocorrer antes do período de férias no Hemisfério Norte.
Dando mais um sinal positivo da economia interna, segundo uma pesquisa do Serasa, no primeiro semestre deste ano a atividade do comércio em todo o país cresceu 9,6% na comparação com o mesmo período no ano passado, com destaque positivo para o segmento de material de construção, que avançou 12,8% na mesma base de comparação.
Mostrando que a demanda reprimida ainda é enorme, o que afasta muito a possibilidade de bolha no setor imobiliário, segundo uma pesquisa recente cerca de 9,9 milhões de famílias brasileiras pretendem comprar, para uso próprio e não para investimento, um imóvel ou terreno nos próximos 12 meses, dos quais 47% pertencem à classe média, com renda familiar mensal entre 3 e 10 salários mínimos.
''Apostando'' no bom desempenho da economia brasileira, a Hyundai Heavy Industries anunciou que investirá US$ 150mi para, até o final de 2012, concluir a construção de uma fábrica de máquinas de construção pesada no RJ que produzirá até 5 mil máquinas por ano.
Indicando mais uma vez que a inflação está perdendo ''força'', o Índice de Preços ao Produtor apresentou deflação de -0,55% em MAI/11, revertendo variação positiva de 0,28% registrada em ABR/11.
Política:
Alfredo Sequeira Filho