R.B.
"Testando os limites da paciência de Dilma"
El Colorado, 28 de julho de 2011 (QUINTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve subir, tentando uma recuperação após cair por 4 pregões consecutivos e fechar no menor patamar desde 20/MAI/10 (aos 58.288pts), com o ''mercado apostando'' em uma "solução de último minuto" para evitar que a maior economia do planeta se declare oficialmente caloteira.
- O DÓLAR pode seguir em alta, ainda ''abalado'' pela decisão do BC de mudar as ''regras do jogo'', porem deve-se ressaltar que a trajetória ''natural'' da moeda norte-americana deve seguir sendo de queda, já que a taxa real de juros da economia brasileira continua extremamente atraente e os especuladores sempre encontram uma maneira de se adaptar ás mudanças.
ONTEM
- BOVESPA –1,8%, já abriu em que e, ainda afetada pela ''humor'' cada dia pior nas bolsas de NY, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, também prejudicada pela desvalorização das commodities e mesmo com da divulgação de bons resultados corporativos no Brasil, como do Bradesco, da Vivo, da Visa e da Telesp.
- DÓLAR 1,3% à R$ 1,56, já abriu em alta, para na máxima atingir R$ 1,57, e manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, para fechar o dia com a maior valorização percentual desde 4/JUN/10, influenciado exclusivamente pela decisão do governo Dilma de mudar as regras da política monetária e cambial.
- Na ÁSIA, JAPÃO -0,5%, devolvendo os ganhos do pregão anterior, com as exportadoras prejudicadas pela valorização persistente do iene, mesmo diante da divulgação de bons resultados da fabricante de robôs industriais Fanuc, CHINA 0,8%, puxada pela ''caça às pechinchas'' em ações de empresas de pequena e média capitalização e também beneficiada pela elevação das cotações dos metais e CORÉIA 0,3%, com destaque positivo para as ações das montadoras, com Hyundai (2,1%) e Kia (1,0%).
- Na EUROPA, ainda pressionadas pela falta de um acordo sobre o aumento no teto da dívida dos EUA, INGLATERRA –1,2%, FRANÇA –1,4% e ALEMANHA –1,3%, também prejudicadas pela divulgação de resultados financeiros considerados fracos e por preocupações com os bancos depois de o Goldman Sachs rebaixar sua recomendação para as ações do setor.
- Nos EUA, apresentando os piores desempenhos em 8 semanas, S&P –2,0%, DJ –1,6% e NASDAQ –2,6%, prejudicadas por fracos lucros corporativos, como o da Juniper Networks (-20,9%), por dados mornos sobre a economia e pela falta de uma solução para o impasse da dívida do país, que pode dar calote nos seus credores a partir do dia 2/AGO/11.
Economia:
Confirmando o bom momento da economia brasileira, o BC, diante do anuncio de estabilidade da inadimplência em JUN/11, que por sua vez contribuiu para a queda da taxa média de juros dos empréstimos bancários no mês passado, ''avisou'' que vê espaço para que os pagamentos com atraso comecem a cair ainda mais no segundo semestre.
Dando mais um sinal da expansão do ''imperialismo tupiniquim'', a petroquímica brasileira Braskem anunciou ontem que comprou o negócio de polipropileno da Dow Chemical nos EUA e na Alemanha por US$ 323mi, adicionando com isto mais de 1 milhão de toneladas à sua capacidade de produção e se tornando o maior produtor de polipropileno dos EUA.
Acreditando que as ações estão baratas e que o melhor investimento é na própria empresa, (1) a Folhapar, acionista controlador do UOL, anunciou que pretende realizar uma oferta pública para aquisição de 100% das ações dos acionistas minoritários do portal, (2) a Bradespar irá recomprar até 1,5 milhão de suas ações em circulação no mercado e (3) a CSN anunciou que voltou a elevar sua participação na Usiminas.
''De olho'' nos cada dia mais valiosos reais, o prestigiado jornal econômico Financial Times, estuda imprimir uma versão no Brasil, a ser vendida em bancas e por meio de assinaturas.
Alfredo Sequeira Filho