R.B.
"Pela porta dos fundos"
Belo Horizonte, 8 de junho de 2011 (QUARTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA pode voltar a subir, ainda em um movimento de recuperação das perdas recentes, ''comemorando'' o fim da ''novela'' de Palocci e impulsionada pela provável melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais e pela ''esperança'' de que, diante dos recentes sinais de controle da inflação, o Copom indicará que a taxa básica de juros vai parar de subir após a provável elevação de 0,25% na Selic hoje.
- O DÓLAR deve seguir em queda, rumo aos R$ 1,55, seguindo o fluxo positivo de recursos externos e com os ''investidores'' na taxa real de juros brasileira, atualmente em cerca de 6,5%, ''comemorando'' a provável elevação da Selic em 0,25% na reunião de hoje do Copom.
ONTEM
- BOVESPA 0,2%, abriu em alta, tentando recuperar perdas recentes e ''animada'' por mais um sinal de recuo da inflação, para na máxima avançar 1,2%, porem foi perdendo forças ao longo do pregão, diante de mais uma queda das bolsas de NY.
- DÓLAR -0,3% à R$1,58, já abriu em queda e, retornando à sua ''trajetória natural'', manteve-se em baixa ao longo de todo pregão, seguindo a melhora do ''humor'' na Bovespa e o fluxo positivo de recursos externos.
- Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO 0,7%, sustentada pela recuperação das ações das montadoras e das surradas empresas de serviços públicos, como Tokyo Electric Power (4,3%), Toyota (2,2%) e Nissan (2,0%), CHINA 0,6%, estimulada pela presença de ''caçadores de pechinchas'' e pela redução dos temores sobre a alta da taxa de juros e CORÉIA -0,7%, pressionada pelas perdas nos setores químico e de construção naval.
- Na EUROPA, tentando uma recuperação, INGLATERRA 0,1%, FRANÇA 0,2% e ALEMANHA 0,3%, porem com os ganhos limitados pelas contínuas preocupações com a crise de dívida da região, que contrabalançaram elevações na recomendação de várias empresas.
- Nos EUA, revertendo uma abertura positiva, para fecharem em baixa pelo quinto pregão consecutivo, S&P -1,2%, DJ -0,2% e NASDAQ -0,1%, após Bernanke, presidente do Fed (''BC'' local), reconhecer a desaceleração da economia e ao mesmo tempo não dar nenhum sinal de que esteja considerando mais estímulos monetários para amparar o crescimento.
Certamente fruto de mais uma idéia brilhante de Mantega, Márcio Hollando, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, afirmou que o Brasil tem direito de defender sua economia e "administrar a taxa de câmbio'' quando ela passa a seguir uma trajetória indesejável, ressaltando que o controle de capitais não é uma decisão ideológica e sim uma decisão técnica.
Dando novos sinais positivos da economia interna, (1) em ABR/11 as indústrias brasileira faturaram 4,3% mais que em MAR/11, (2) em MAI/11 a demanda do consumidor por crédito cresceu 11,2% na comparação ao mês imediatamente anterior, (3) em MAR/11 as vendas de imóveis usados cresceram 6,05% ante FEV/11 e (4) o mercado de cartões fechou o primeiro trimestre com faturamento de R$ 145,2bi, o que representa um crescimento de 22,5% ante o mesmo período do ano passado.
Para incentivar a modernização das industrias brasileiras e os investimentos no setor produtivo da economia, o governo Dilma decidiu desonerar a compra de máquinas na sua nova política industrial, que ainda está em gestação.
Beneficiadas pela crescente credibilidade do Brasil no mercado externo, nos 5 primeiros meses de 2011 as empresas brasileiras, também se aproveitando o ambiente internacional de juros menores e capital disponível, captaram US$ 23,2bi no exterior, ante US$ 20,3bi no mesmo período em 2010.
Ajudando no controle da inflação, (1) em MAI/11, diante do início da safra da cana-de-açúcar, que consequentemente aumentou a oferta de álcool, ocorreu uma queda de 11,34% do produto na comparação com ABR/11 e (2) em MAI/11 o Índice Nacional de Confiança atingiu 143pts, abaixo do patamar de ABR/11 (150pts) e também do registrado no mesmo mês do ano passado (146pts).
Dando 2 novos e importantes sinais de controle da inflação, que infelizmente não devem demover o Copom da sua convicção de elevar a Selic em 0,25% na reunião desta semana, (1) o IPCA de MAI/11 ficou em 0,47%, ante 0,77% em ABR/11 e (2) IGP-DI de MAI/11 ficou em 0,01%, ante 0,50% em ABR/11.
- A OGX subiu 2,2%, após revisar seu plano de investimentos, estimando uma quantia de até US$ 5bi para serem aplicados até 2013, patamar acima das projeções feitas anteriormente.
Política:
Alfredo Sequeira Filho