R.B.
"A arrogância e a soberba"
São Paulo, 9 de junho de 2011 (QUINTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve subir, ''conformada'' com a nova elevação da Selic, seguindo a recuperação dos preços das commodities, acompanhando a valorização das demais bolsas mundiais e também beneficiada pelos novos sinais de controle da inflação.
- O DÓLAR pode cair, retornando à sua ''trajetória natural'', influenciado pela provável melhora do ''humor'' na Bovespa e principalmente pela elevação da Selic, que amplia a liderança do Brasil no ranking das maiores taxas reais de juros do planeta (agora em 6,8% ao ano).
ONTEM
- BOVESPA -0,3%, abriu em alta, para na máxima avançar 0,2%, porem passou a cair inda na parte da manhã, para na mínima recuar -0,8%, seguindo as perdas das bolsas de NY, diante da nova confirmação de que a maior economia mundial (EUA) se recupera em "câmera lenta".
- DÓLAR 0,2% à R$ 1,58, abriu em leve queda, porem, com baixa volatilidade, logo passou a subir, seguindo a nova piora do ''humor'' na Bovespa e pressionado pelos leilões de compra do BC.
- Na ÁSIA, ainda sem uma tendência única, JAPÃO 0,1%, sustentada pela ''caça às pechinchas'' em ações de bancos e empresas de transporte marítimo, CHINA 0,2%, revertendo uma abertura negativa, mesmo diante dos persistentes temores sobre a potencial alta da taxa de juros e CORÉIA -0,8%, diante da cautela que antecede o vencimento dos contratos de opções e a reunião de política monetária do BC local.
- Na EUROPA, revertendo uma abertura positiva, INGLATERRA -0,9%, FRANÇA -0,9% e ALEMANHA -0,6%, com destaques de queda para os papéis ligados ao segmento de matérias-primas, como Antofagasta (-5,1%), Fresnillo (-2,4%), BHP Billiton (-2,0%) e Rio Tinto (-1,2%), diante do receio sobre um potencial desaquecimento da economia mundial.
- Nos EUA, em queda pelo sexto pregão consecutivo, S&P -0,4%, DJ -0,2% e NASDAQ -1,0%, com investidores temendo que a economia em desaceleração, confirmada pelo Livro Bege do Fed (''BC'' local) possa zerar os ganhos obtidos neste ano.
Conforme esperado por mais de 90% do ''mercado'', ontem, após o fechamento do pregão, o Copom, de forma unânime, elevou a Selic em 0,25%, de 12% para 12,25% ao ano, o que representa o maior nível desde JAN/09, ressaltando que há ainda um "ritmo incerto" na economia e riscos de inflação, o que indica que a taxa básica de juros deve subir mais 0,25% na próxima reunião, que será nos dias 19 e 20/JUL/11.
Engordando o cofre dos bancos e dos ''investidores'' externos, a elevação da Selic para 12,25% mantêm o Brasil na liderança do ranking mundial dos juros reais, que agora ficam em 6,8% ao ano, superando de longe o segundo colocado, que é o Chile, com taxa real de 1,5%, e o terceiro colocado, que é a Austrália, com 1,4%.
Impulsionadas pelo bom momento da economia brasileira e pela alta dos preços do álcool, em ABR/11 as vendas de gasolina no Brasil pelas empresas filiadas ao Sindicom atingiram 2,4 bilhões de litros, o que representa o maior patamar mensal registrado na história.
Superando em 75% o resultado auferido em todo ano passado, segundo o BC até o final da semana passada migraram para o país em maio, já considerando a saída de divisas no período, US$ 42,7bi.
Dando mais um importante e claro sinal de controle da inflação, o IPC da primeira quadrissema de JUN/11, influenciado pela forte desaceleração dos preços dos grupos alimentação e transportes, ficou em 0,05%, patamar bem abaixo das ''apostas do mercado'' (0,20%) e também aquém do resultado auferido em MAI/11 (0,31%).
Com o Brasil continuando a se destacar naquilo que faz de melhor, o IBGE ''aposta'' que a safra agrícola nacional deve alcançar 161,2 milhões de toneladas neste ano, previsão que supera em 1,6% aquela feita em ABR/11 e que é 7,8% maior do que a safra de 2010.
Mostrando otimismo, Gabrielli, presidente da Petrobras, afirmou que a produção de petróleo da empresa atingirá cerca de 6 milhões de barris/dia em 2020, número supera muito a previsão atual da companhia de extrair 3,9 milhões de barris/dia naquele ano contida no plano de negócios da empresa 2010-2014.
- A Brasil Foods -6,5%, diante das sinalizações do relator do Cade, Carlos Ragazzo, a respeito da fusão Sadia-Perdigão, cujo julgamento foi adiado.
- A Cesp subiu 0,2% e, após o fechamento do pregão, o governo tucano de SP ''avisou'' que voltará a investir na empresa ou vai privatiza-la.
Política:
Alfredo Sequeira Filho