R.B.
"Não se empurra bêbado na ladeira"
Brasília, 7 de junho de 2011 (TERÇA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve subir, tentando reagir a forte queda do pregão anterior, porem é bom ressaltar que a tendência pode se manter de baixa nos próximos meses caso o Copom, que provavelmente vai elevar a Selic em 0,25% na reunião desta semana, não indique que o ciclo de alta da taxa básica de juros chegou ao fim.
- O DÓLAR pode cair, retornando à sua ''trajetória natural'' diante da esperada melhora do ''humor'' na Bovespa e da esperada elevação da Selic, que tornará ainda mais atraente a taxa real de juros da economia brasileira.
ONTEM
- BOVESPA -2,0%, abriu ''de lado'', para na máxima avançar 0,2%, porem logo passou a cair, ''sucumbindo'' à piora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais e a queda das commodities, para fechar o dia com o pior "tombo" diário desde o dia 9/FEV/11.
- DÓLAR 0,4% à R$ 1,58, abriu em queda, para na mínima atingir R$ 1,57, porem, acompanhando a piora do ''humor'' na Bovespa, passou a subir ainda na parte da manhã, porem com menos pressão compradora diante da desvalorização da moeda norte-americana frente ao euro no mercado internacional.
- Na ÁSIA, seguindo as perdas das bolsas de NY na sexta-feira passada, JAPÃO -1,2%, pressionada principalmente pela forte baixa das ações da Tokyo Electric Power (-28,0%), que é a operadora da usina nuclear de Fukushima, CHINA e CORÉIA não funcionaram devido a feriados locais.
- Na EUROPA, em queda pela quarta sessão consecutiva, INGLATERRA -0,1%, FRANÇA -0,7% e ALEMANHA -0,3%, novamente com destaques de queda para as ações dos bancos, como Credit Agricole (-2,5%), Société Générale (-2,1%), Lloyds Banking (-3,8%), National Bank of Greece (-2,3%) e BBVA (-2,7%), diante das preocupações com a situação da dívida da Grécia, que pode até sair da zona do euro.
- Nos EUA, também em queda pelo quarto pregão consecutivo, S&P -1,1%, DJ -0,5% e NASDAQ -1,1%, atingindo os menores níveis desde MAR/11, diante dos problemas na Europa e de uma série de dados fracos da economia norte-americana, como o enfraquecimento do mercado de trabalho, a piora na venda de casas e a estabilização da curva de rendimentos.
Economia:
Diante do aquecimento da economia interna e do aumento da inflação, os investimentos em imóveis, especialmente em SP, RJ e BH, foram a melhor alternativa em termos de rentabilidade no ano passado, acumulando um ganho médio em torno dos 50%, o que superou de longe até aplicações como o ouro, que teve rentabilidade de 32% no mesmo período.
Ajudando no controle das expectativas e consequentemente da inflação, (1) em MAI/11, após atingir o maior patamar da história no mês anterior, a confiança do setor de serviços brasileiro diminuiu -1,4% nobre ABR/11 e (2) a indústria automobilística brasileira trabalha com um nível de ociosidade hoje de 20%, o que deve crescer quando os US$ 11,2bi em investimentos previstos entre 2010 e 2012 forem concluídos.
Como os investidores mudando suas ''apostas'' para os fundos de renda fixa e principalmente para os títulos públicos do Tesouro Direto, em MAI/11 os chamados fundos "multimercados" tiveram uma captação líquida negativa de R$ -10,2bi, os fundos de ações também tiveram captação negativa de R$ -264,73mi e até a caderneta de poupança registrou saques acima dos depósitos no valor de R$ -1,3bi.
Após uma reunião entre Dilma e Chavez, a petroleira venezuelana PDVSA e a Petrobras chegaram a um acordo para a manutenção da parceria entre as 2 estatais visando o projeto da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Para evitar novos problemas de desabastecimento, Luciano Coutinho, presidente do BNDES, ''avisou'' que os desembolsos do banco de fomento para o setor sucroalcooleiro devem ficar entre R$ 30bi e R$ 35bi nos próximos 4 anos, incluindo 2011, ressaltando que a prioridade será para a renovação dos canaviais e a ampliação da capacidade de moagem.
A meta do Brasil para os próximos 10 anos é triplicar a produção anual de petróleo e gás, fazendo com que o setor abocanhe 67% do investimento previsto de R$ 1tri para todo o setor energético do país.
- A Positivo subiu 11,1%, diante de ''rumores'', já refutados pela empresa, de uma possível venda do seu controle acionário.
Alfredo Sequeira Filho