R.B. 3/JUN/11 ''Muito bem obrigado''


R.B.

"Muito bem obrigado"

 

São Paulo, 3 de junho de 2011 (SEXTA-FEIRA).


Mercados:

 

HOJE

-    A BOVESPA pode subir, influenciada pelo movimento de ''caça de barganhas'' das demais bolas mundiais e também beneficiada pelos sinais de arrefecimento da inflação brasileira, o que pode levar o BC a abortar mais cedo o ciclo de alta dos juros, amenizando a concorrência da renda fixa contra a renda variável.

-    O DÓLAR deve seguir em queda, agora rumo ao ''suporte'' dos R$ 1,55, diante do ''crescente e constante'' fluxo positivo de capital estrangeiro oriundo de exportações, captações e ''investimentos''.

 

ONTEM

-    BOVESPA 1,3%, abriu em queda, para na mínima recuar -0,2%, porem logo passou a subir, ''descolando'' do movimento descendente das bolsas de NY e beneficiada pela valorização das commodities e pelos novos sinais de desaceleração da inflação doméstica.

-    DÓLAR -1,1% à R$ 1,57, abriu em leve alta, para na máxima atingir R$ 1,59, porem logo passou a cair, para fechar o dia com o maior recuo percentual desde 1º/ABR/11, acompanhando a melhora do ''humor'' na Bovespa, o recuo do risco Brasil (-0,7%) e o fluxo positivo de recursos externos.

-    Na ÁSIA, seguindo as perdas das demais bolsas mundiais no dia anterior, JAPÃO -1,7%, pressionada por ''temores'' de uma desaceleração da economia e pela turbulência política em torno do primeiro-ministro Naoto Kan, CHINA -1,4%, no menor patamar em mais de 4 meses, com a má performance de peso pesados, devido ao sentimento dominante de desaceleração no crescimento da economia local e CORÉIA -1,3%, com destaques de queda para empresas do setor de tecnologia, como Samsung Electronics (-3,1%) e LG Electronics (-3,0%).

-    Na EUROPA, em mais um dia de perdas, INGLATERRA -1,4%, FRANÇA -1,9% e ALEMANHA -2,0%, pressionadas pelo mais recente rebaixamento da ''nota'' da Grécia e por uma série de indicadores econômicos que apontaram para uma desaceleração da economia global.

-    Nos EUA, após um pregão marcado pela forte volatilidade, S&P -0,1%, DJ -0,3% e NASDAQ -0,2%, com investidores ainda relutantes em fazer apostas na véspera de um importante relatório sobre o mercado de trabalho local, que pode exacerbar temores de que a economia esteja desacelerando.


Economia:
 

Apesar de o governo brasileiro ainda estar longe de alcançar o objetivo determinado por Mantega, ministro da Fazenda, de reduzir o déficit nominal para zero, já que atualmente o mesmo se encontra em 2,47% do PIB, se comparada a outros países, como os europeus, a situação fiscal brasileira está ''muito bem obrigado'', o que faz com  que o Brasil atraia a atenção do mercado internacional e leva as agências de classificação de risco, como a Standard & Poor's, preverem o aumento da ''nota'' do Brasil dentro dos próximos 6 meses.

 

''Apostando'' em um forte reaquecimento da demanda mundial por matérias-primas, o Instituto Brasileiro de Mineração prevê um novo ciclo recorde de investimentos para o setor no Brasil, que atingirá US$ 68,5bi entre 2011 e 2015, cifra que supera os US$ 64,8bi previstos inicialmente para o período.

 

Preocupados com o excesso de aço no mundo e a concorrência internacional, empresários do setor siderúrgico brasileiro apresentaram ontem para Luciano Coutinho, presidente do BNDES, uma série de reivindicações para ampliar a produção e o consumo do produto no país, como o fim da guerra fiscal entre os estados.

 

Estimulando a possibilidade de concorrência e assim ajudando na redução dos preços, ontem a Anatel aprovou as novas regras que abrem o bilionário mercado de TV a cabo brasileiro para as empresas de telefonia.

 

Indicando que a estratégia mais gradualista do BC está funcionando e que, talvez, não seja preciso subir tanto os juros, (1) em ABR/11 as vendas de papelão ondulado caíram -1,53% sobre o mesmo período de 2010 e (2) o IPC de MAI/11 ficou em 0,30%, ate 0,75% em ABR/11.

 

Reduzindo o ritmo de crescimento da economia e consequentemente as pressões inflacionárias, os investimentos das empresas estatais brasileiras recuaram, em valores já corrigidos pela inflação, R$ -5,1bi no primeiro quadrimestre de 2011 em relação ao mesmo período do ano anterior.

 

Mostrando que, mesmo com o recuo da inflação, a economia brasileira dá sinais de que segue em crescimento, em MAI/11 a atividade do comércio registrou um crescimento de 1,2% ante o mês anterior e de 11,0% no confronto com igual intervalo em 2010.

 

-    O Pão de Açúcar subiu 6,2%, após o presidente do conselho da empresa, Abílio Diniz, escrever uma carta ao acionistas da empresa pedindo um voto de confiança diante dos rumores de que o grupo varejista brasileiro negocia com o rival Carrefour.


Política:
 
Mostrando que ''a batata de Palocci está assando'', a Executiva Nacional do PT se reuniu ontem e não fez qualquer gesto de apoio ao ministro da Casa Civil e, para piorar, alguns dirigentes petistas chegaram a divulgar que uma resolução da Executiva indicaria que a crise é uma questão de governo, e não partidária.
 
Ontem, apresentando Sarney e Temer como seus líderes, o PMDB, mostrando inclusive Lula, usou seu horário na TV para dizer que, graças ao apoio que tem dado aos governos desde o fim da ditadura, o Brasil deixou de ser o país do futuro para ser o país do presente.
 
Dando uma importante vitória ao novo partido de Kassab, o PSD, ontem o Tribunal Superior Eleitoral entendeu que políticos que deixam seus partidos para aderir a uma nova legenda não cometem infidelidade partidária.
 
Dando sequência a sua modernização que começou após a morte de Quércia, o diretório municipal do PMDB de SP foi dissolvido na noite de ontem para que o deputado Gabriel Chalita, provável candidato a prefeitura da maior cidade do Brasil, assuma a sua presidência.

Crítica:
 

''Metendo o bedelho'' em assuntos que só interessam ao Brasil, ontem a Anistia Internacional pediu ao governo brasileiro que suspenda o projeto de construção da hidrelétrica de Belo Monte até que os direitos da população indígena estejam "plenamente garantidos".

 

Segundo ''rumores'', muito bem fundamentados aliás, a imposição de restrições às carnes brasileiras pela Rússia pode ter relação com as negociações do país para entrada na OMC, já que na questão da agricultura o governo brasileiro se opõe à proposta russa de adotar cotas por países.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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