R.B.
"Vai balançar até cair"
São Paulo, 31 de maio de 2011 (TERÇA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve subir, certamente com um aumento no volume de negócios diante da volta das atividades nas bolsas de NY, seguindo a valorização das demais bolsas mundiais e impulsionada pelo ''rally de final de mês''.
- O DÓLAR pode cair, mantendo sua ''trajetória natural'', já influenciado pelas ''apostas'' de que o Copom elevará a Selic em 0,25% na sua reunião da próxima semana, o que tornará ainda mais atraente a taxa real de juros da economia brasileira (atualmente em cerca de 6,2%).
ONTEM
- BOVESPA -0,5%, abriu em alta, para na máxima avançar 0,3%, porem, com baixíssimo volume de negócios (R$ 1,7bi) devido ao feriado em NY, passou a cair ainda na parte da manhã, mesmo com os novos sinais de controle da inflação e de bom desempenho da economia interna.
- DÓLAR -0,5% à R$ 1,59, já abriu em queda e, também com baixíssimo volume de negócios, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, para fechar abaixo dos R$ 1,60 pela primeira vez após mais de 3 semanas acima deste patamar, mesmo com a manutenção dos leilões de compra do BC.
- Na ÁSIA, JAPÃO -0,2%, novamente com destaques de queda para as exportadoras, pressionadas pela firme cotação da moeda local (o iene) contra o dólar e pela incerteza em relação à projeção da Honda, cujas ações recuaram -1,3%, CHINA -1,0%, a oitava sessão seguida de queda e no pior patamar desde 30/SET/10, novamente derrubada pelas preocupações sobre a redução do crescimento da economia doméstica e a alta da inflação e CORÉIA -0,3%, pressionada principalmente por ações de empresas do setor de tecnologia, como Samsung (-0,8%) e Hynix (-5,8%).
- Na EUROPA, revertendo, com baixos volumes de negócios, uma abertura positiva, INGLATERRA não operou devido a feriado local, FRANÇA -0,2% e ALEMANHA -0,1%, com destaques de queda para as ações de bancos, diante das incertezas com a crise da Grécia, e das concessionárias de energia da Alemanha, após o governo local que vai acelerar o fim gradual de sua produção de energia nuclear paralisando todos os reatores do país até 2022.
- Nos EUA, S&P, DJ e NASDAQ não operaram devido ao feriado do Memorial Day.
Em busca do apoio brasileiro para assumir a chefia do FMI, Christine Lagarde, a ministra das Finanças da França, prometeu que, se eleita, irá zelar para que todos os membros tenham representatividade no Fundo e que dará prosseguimento às reformas iniciadas por Dominique Strauss-Kahn.
Mostrando otimismo, Luciano Coutinho, presidente do BNDES, ''avisou'' que o Brasil terá, em 4 anos, uma taxa de investimento de 23% do PIB, patamar considerado por ele suficiente e necessário para sustentar um crescimento mais robusto da economia brasileira no longo prazo, ressaltando que os setores que terão papel relevante na expansão do investimento nos próximos anos são a cadeia de petróleo e gás, energia elétrica e logística.
Também mostrando otimismo, Aldo Mendes, diretor de Política Monetária do BC, ''apostou'' que a inflação vai ficar próxima a zero nos próximos 2 a 3 meses, ressaltando que isto ocorrerá principalmente por conta da redução dos preços dos alimentos.
Ganhando dinheiro com muita inflação, e também com pouca inflação, com expansão de crédito, e também com restrição de crédito, com alta da inadimplência, e também com redução da inadimplência, segundo um levantamento da economática os grandes bancos brasileiros, que não tem quase nenhuma concorrência, apresentaram as maiores taxas de rentabilidade sobre o patrimônio (ROE) do mundo considerando os resultados obtidos neste primeiro trimestre, com destaques para Banco do Brasil (ROE de 26,4%), Bradesco (ROE de 22,3%) e Itaú-Unibanco (ROE de 20,5%), que deixam ''no chinelo'' o banco americano melhor colocado nessa amostra, o US Bancorp, teve um ROE calculado em 12,91%.
Dando um importante sinal para o Copom, que aliás se reúne na próxima semana para provavelmente elevar a Selic em 0,25%, diante das recentes indicações de controle da inflação, o ''mercado, pela quarta vez consecutiva, reduziu suas ''apostas'' para o IPCA deste ano, desta vez de 6,27% para 6,23%, se afastando assim do topo da meta do BC (6,5%).
Indicando que a demanda interna continua latente, segundo o BC, apesar do juro médio dos empréstimos subir há 5 meses consecutivos, o volume de crédito concedido continua a se expandir, já que cresceu 1,3% em ABR/11 em relação ao mês anterior e teve expansão de 21% nos últimos 12 meses, atingindo atualmente 46,6% do PIB.
Dando mais um sinal de controle da inflação, que foi causado principalmente pela redução dos preços dos alimentos, em MAI/11 o IGP-M ficou em 0,43%, patamar abaixo do apurado em ABR/11 (0,45%) e também aquém das ''apostas do mercado'' (0,55%).
Após registrar um forte crescimento nos últimos anos, o setor imobiliário brasileiro, pressionado principalmente pelo alto patamar dos preços, pela desaceleração da demanda e pelo ritmo menor de lançamentos, já começa a dar indicações de desaquecimento e, corroborando com esta tese, em MAR/11 foi registrada uma queda de -61,8% nas vendas de imóveis residenciais novos na capital paulista na comparação com MAR/10 e de -16,2% na comparação com FEV/11.
- A Mundial disparou 16,9%, após seus acionistas aprovarem o ingresso no segmento do Novo Mercado e o desdobramento dos papéis.
Política:
Alfredo Sequeira Filho