R.B.
"Exemplar exemplo"
São Paulo, 24 de maio de 2011 (TERÇA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve subir, acompanhando a melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais para, após fechar o pregão anterior no menor patamar desde 16/JUL/10, iniciar novamente um movimento de recuperação de perdas recentes também beneficiada pelos sinais positivos da economia brasileira e pela provável elevação da ''nota'' do Brasil pela Standard & Poor's.
- O DÓLAR pode cair, retornando à sua ''trajetória natural'' após a forte alta do pregão anterior, seguindo o fluxo positivo de recursos externos e os mesmos motivos que devem levar a melhora do ''humor'' na Bovespa.
ONTEM
- BOVESPA –0,4%, já abriu em queda e, seguindo o ''humor'' negativo das demais bolsas mundiais e o recuo das commodities, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, com baixo volume de negócios (R$ 4,2bi), principalmente de olho nos ''novos capítulos da novela" européia.
- DÓLAR 1,0% à R$ 1,63, já abriu em alta e, acompanhando o ''humor negativo'' na Bovespa e a trajetória internacional da moeda norte-americana, manteve-se em território positivo ao longo de todo pregão, refletindo um cenário mundial de maior aversão ao risco.
- Na ÁSIA, iniciando o dia negativo das bolsas do mundo, JAPÃO -1,5%, rompendo a barreira psicológica dos 9.500pts, prejudicada por um relatório da corretora Nomura projetando uma pausa na demanda de maquinários de construção na China, CHINA -2,9%, prejudicada por preocupações com as pressões inflacionárias e CORÉIA -2,6%, em um movimento de realização de lucros por parte dos investidores estrangeiros, principalmente nas ações das montadoras, como Hyundai (-5,4%) e Kia (-4,7%).
- Na EUROPA, nos menores patamares em 5 semanas, após a Standard & Poor's rebaixar sua ''nota'' para a Itália e para a Grécia, INGLATERRA -1,9%, FRANÇA -2,1% e ALEMANHA 2,0%, novamente com destaques de queda para as ações de bancos e de seguradoras, como BBVA (-2,4%), Santander (-1,7%), Old Mutual (-3,8%) e Commerzbank (-5,3%), diante da ampliação das preocupações com a crise soberana européia.
- Nos EUA, nos menores patamares em 1 mês, S&P -1,1%, DJ -1,1% e NASDAQ -1,6%, sinalizando as crescentes dúvidas sobre se o mercado de ações pode resistir à recente fraqueza na indústria e na demanda globais.
Economia:
Enquanto rebaixa suas ''notas'' para ''quase todos'' os países do ''primeiro mundo'', ontem a agência classificadora de risco Standard & Poor's deu ênfase à sua recomendação de investimento no Brasil, ressaltando que, diante do compromisso do governo brasileiro em sustentar os ganhos recentes com a continuidade do ajuste fiscal, monetário e de políticas de crédito, pode elevar sua ''nota'' para o país a qualquer momento.
Apresentando novos sinais positivos da economia brasileira, (1) segundo a consultoria Economática, o lucro somado das 307 empresas de capital aberto no Brasil cresceu 41,5% entre o primeiro trimestre de 2010 e o mesmo período neste ano, (2) segundo projeções de uma agência especializada no mercado digital, o varejo on-line no Brasil deve crescer 30% em 2011 na comparação com 2010 e (3) em ABR/11 o volume de cheques devolvidos por falta de fundos caiu -5,8% na comparação com MAR/11.
Dando ao menos uma boa noticia, o ''mercado'' reduziu pela terceira semana consecutiva, desta vez de 6,31% para 6,27%, suas ''apostas'' para o IPCA deste ano, se afastando do topo da meta (6,5%) e voltando a caminhar para o centro (4,5%).
Como fruto do aumento da renda, da elevação da taxa de juros e da queda da rentabilidade da poupança, o programa Tesouro Direto, que permite que pessoas físicas comprem títulos do Tesouro Nacional, teve em ABR/11 o maior volume de captação líquida (R$ 274,22mi) desde o início do programa em 2002 (R$ 274,22mi).
Indicando que para atrair e estimular investimentos o governo só precisa dar ''uma forcinha'', após o governo brasileiro ter desonerado a fabricação de tablets no país, cerca de 7 empresas já se preparam para produzir o referido produto no Brasil.
Segundo Luciano Coutinho, presidente do BNDES, o governo Dilma tem estudado "um conjunto de medidas mitigatórias" para tentar reverter a tendência de valorização do real e seu impacto sobre a indústria brasileira.
Mesmo com a ''choradeira'' dos exportadores diante da queda do dólar, até o final da semana passada a balança comercial brasileira acumulava um superávit de US$ 7,8bi, resultado 86% maior do que o registrado no mesmo período de 2010 (US$ 4,2bi).
- O Pão de Açúcar subiu 0,7%, diante de ''rumores'' de que poderia fundir suas operações no Brasil com a gigante francesa Carrefour.
Alfredo Sequeira Filho