R.B.
"Precioso aval"
Belo Horizonte, 29 de abril de 2011 (SEXTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve subir, tentando recuperar uma parte das perdas acumuladas em ABR/11 no ultimo dia útil do mês, influenciado por um movimento de ''caça de barganhas'' diante do baixo patamar alcançado pelas ações e dos bons resultados corporativos divulgados pelas empresas brasileiras.
- O DÓLAR pode cair, retornando à sua ''trajetória natural'', influenciado principalmente pelo "abismo" entre os juros domésticos e externos, que deve aumentar ainda mais já que nos EUA a taxa de juros deve continuar baixa e no Brasil deve seguir em alta.
ONTEM
- BOVESPA -0,9%, já abriu em queda e, mesmo com o desempenho positivo das bolsas de NY, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, para na mínima atingir o menor patamar desde FEV/11, com bom volume de negócios (R$ 8,5bi) e pressionada principalmente pelas ações de bancos, diante do ''temor'' de quais medidas macropudenciais o governo pode adotar.
- DÓLAR 0,8% à R$ 1,58, já abriu em queda e, seguindo o ''humor negativo'' na Bovespa, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, pressionado pelos leilões de compra do BC e pelos ''temores'' de que a autoridade monetária lance novas medidas para conter a valorização do real.
- Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO 1,6%, no maior patamar das ultimas 6 semanas, impulsionada por fortes resultados apresentados por empresas do setor de tecnologia, como Advantest (5,6%), Kyocera (5,3%) e TDK (3,2%), CHINA -1,3%, ainda prejudicada pela preocupações sobre medidas adicionais de aperto monetário por parte do governo local e CORÉIA 0,1%, sustentada pela recuperação na sessão da tarde depois que a montadora Hyundai subir 7,3% após anunciar resultados melhores do que o esperado no primeiro trimestre.
- Na EUROPA, seguindo o fechamento positivo das bolsas de NY no dia anterior, INGLATERRA 0,1%, FRANÇA 0,9% e ALEMANHA 0,9%, impulsionadas pelos resultados trimestrais de Deutsche Bank (4,8%), Bayer (2,1%) e Suez Environnement (4,2%).
- Nos EUA, revertendo uma abertura negativa, S&P 0,4%, DJ 0,6% e NASDAQ 0,1%, influenciado pela divulgação de que o crescimento do PIB do país arrefeceu no primeiro trimestre de 2011, o que corrobora com as expectativas de que a taxa de juros permanecerá baixa ainda por um bom período.
Sem ajudar muito o ''mercado'' a esclarecer suas dúvidas a respeito da disposição do governo em combater a inflação e nem como isto será feito, se via aumento dos juros ou se via medidas macropudenciais, a ata do Copom indicou que a inflação é um desafio muito maior do que a autoridade monetária desejaria admitir e que o cenário econômico ainda está em um nível de incerteza acima do usual.
Preocupado com a inflação e com o objetivo de tentar conter a alta do preço da gasolina, o governo decidiu reduzir, de 25% para até 18%, o percentual de álcool anidro que atualmente é adicionado ao combustível.
Dando novos sinais positivos da economia interna, em MAR/11 (1) as vendas reais dos supermercados registraram crescimento de 9,8% na comparação com FEV/11 e (2) a inadimplência das empresas ficou -0,6% menor que em MAR/10.
''Apostando no Brasil'', a japonesa AGC Group, maior fabricante mundial de vidros para o setor automotivo e construção civil, investirá R$ 750mi para construir uma fabrica no interior de SP que criará inicialmente 500 empregos.
''Lutando'' pelos direitos do Brasil, ontem o Ministério da Agricultura anunciou na OMC que suspeita que questões comerciais motivaram o governo russo a restringir temporariamente a importação de carnes (suínas, bovinas, aves e industrializadas) de 8 frigoríficos brasileiros usando a ''desculpa esfarrapada'' que eles não atendem seus critérios sanitários.
Apresentando um importante sinal de controle da inflação, o IGP-M, usado como referência na maioria dos contratos de aluguel, perdeu ritmo e desacelerou pelo segundo mês consecutivo atingindo 0,45% em ABR/11, ante 0,62% em MAR/11.
- A Petrobrás caiu -1,1%, porem ontem, após o fechamento do pregão, Palocci, ministro-chefe da Casa Civil, foi eleito o mais novo membro do conselho de administração da empresa.
Política:
Comprovando na teoria algo que já se sabia na pratica, segundo uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, 94% das empresas brasileiras de construção civil sofrem com a falta de profissionais qualificados, desde serventes de pedreiro até engenheiro.
Alfredo Sequeira Filho