R.B.
"O novo Quércia"
São Paulo, 28 de abril de 2011 (QUINTA-FEIRA).
- A BOVESPA deve subir, finalmente acompanhando o desempenho positivo das demais bolsas mundiais para tentar um rali de final de mês e assim reduzir as perdas acumuladas em ABR/11 (-3,4%), também beneficiada pelos sinais de queda da inflação e de manutenção do crescimento da economia interna.
- O DÓLAR deve cair, retornando à sua ''trajetória natural'' e permanecendo abaixo dos R$ 1,60 pelo décimo pregão consecutivo, provavelmente acompanhando a possível melhora do ''humor'' na Bovespa e o fluxo positivo de recursos externos.
ONTEM
- BOVESPA -1,3%, abriu em leve alta, para na máxima avançar 0,2%, seguindo o desempenho positivo das demais bolsas mundiais, porem passou a cair ainda na parte da manhã, diante das incertezas sobre quais medidas a equipe econômica deve tomar para combater a inflação.
- DÓLAR 0,4% à R$ 1,57, abriu em queda, para na mínima atingir R$ 1,56, porem passou a subir ainda na parte da manhã, seguindo a piora do ''humor'' na Bovespa, pressionado pelos leilões de compra do BC e influenciado pela redução das posições vendidas dos bancos.
- Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO 1,4%, com a solidez implícita nos balanços de empresas como Canon e Fanuc ajudando a reduzir os ''temores'' com a redução da ''nota'' do país efetuado pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, CHINA-0,5%, a quarta queda consecutiva, já que muitas pequenas empresas anunciaram resultados mais fracos do que o esperado e os investidores tornaram-se cautelosos antes do feriado do Dia do Trabalho e CORÉIA 0,1%, em compasso de espera antes da reunião do Fed (''BC'' dos EUA).
- Na EUROPA, também sem uma tendência única, INGLATERRA -0,1%, pressionada por ações de empresas ligadas a recursos básicos, como Antofagasta (-2,7%) e BHP (-2,2%), afetadas negativamente pelo declínio dos preços dos metais, especialmente do cobre, já FRANÇA 0,4% e ALEMANHA %, impulsionadas por resultados corporativos fortes, como os da Ericsson, da Volkswagen e da Renault.
- Nos EUA, definindo-se pela trajetória de alta após o FED (''BC'' local) manter a taxa básica de juros entre 0,0% e 0,25%, S&P 0,6%, DJ 0,8% e NASDAQ 0,8%, também beneficiadas pela elevação das previsões para o crescimento da economia norte-americana em 2012 e pelas declarações de Bernanke, presidente da autoridade monetária, de que vai manter a política monetária frouxa mesmo depois de encerrar o programa de compras de títulos.
Superando as expectativas do ''mercado'' e consequentemente aumentando os ''temores'' com a inflação, o BC informou um aumento de 4,4% nas operações de crédito no primeiro trimestre deste ano, alcançando R$ 918,6bi e com juros médios de 39% ao ano em MAR/11.
Dando um importante sinal positivo da economia, que por contribuir com o aumento da produção ajuda no controle da inflação, nos 3 primeiros meses deste ano o faturamento da indústria brasileira de máquinas atingiu R$ 18,3bi, valor 4,6% superior ao registrado no mesmo período de 2010.
"Apostando" no Brasil, (1) a fabricante de câmeras digitais e instrumentos de precisão Nikon anunciou que investirá de US$ 10mi para inaugurar sua primeira fábrica no Brasil, que aliás também será a primeira da empresa japonesa na América do Sul e (2) a Mitsubishi Motors do Brasil, dando seqüência ao seu programa de investimento de R$ 1bi para o período 2010-2015, vai construir uma unidade de motores em Goiás.
Impulsionadas pelas recentes altas da Selic e ajudando a engordar ainda mais o lucros dos bancos, a taxa média de juros cobrada nos empréstimos concedidos no Brasil subiu 4% no primeiro trimestre e atingiu 39% ao ano em MAR/11, o que representa o maior patamar desde JUN/09.
Mostrando um otimismo exagerado, Edemir Pinto, presidente da BM&FBovespa, ''aposta'' que, mesmo com as recentes elevações da taxa básica de juros, o ano de 2011 fechará com US$ 55bi em emissão de ações, resultado que seria o maior desde 2007.
Os alimentos, os serviços e os combustíveis, considerados os vilões do custo de vida e consequentemente da inflação desde o fim do ano passado, devem dar uma trégua nos próximos 3 meses.
Como ontem o Fed (''BC'' dos EUA) não sinalizou elevações das taxas de juro dos EUA no curto prazo, não há razão para os investidores desfazerem posições em ativos de risco e com isto os bônus da dívida dos países emergentes ganharam terreno em relação aos títulos do Tesouro norte-americano.
Diante do saudável aumento da concorrência e do aumento da oferta do produto, as taxas de administração dos fundos de renda fixa caíram 10% de 2006 até o primeiro trimestre deste ano, passando de 1,26% para 1,14%.
- O Bradesco caiu -1,4%, mesmo após anunciar que registrou lucro líquido de R$ 2,7bi no primeiro trimestre deste ano, resultado 28,5% acima do contabilizado no mesmo período do ano passado e impulsionada principalmente pelo aumento dos juros e das operações de crédito e pela queda da inadimplência.
Crítica:
Alfredo Sequeira Filho