R.B. 26/JAN/11 ''Alguma coisa útil para fazer''

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R.B.

"Alguma coisa útil para fazer"

São Paulo, 26 de janeiro de 2011 (QUARTA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA deve subir, para retomar o patamar dos 71.000pts, seguindo a provável melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais, diante da divulgação de bons resultados corporativos, e impulsionada pelas boas perspectivas para a economia brasileira.
- O DÓLAR pode subir, diante do anuncio de que agora o Bc pode comprar a moeda norte-americana à termo, porem como esta é mais uma medida paliativa, a tendência ainda é de queda, agora também motivada pelo aumento das captações externas, como recentemente fez Petrobras (US$ 6bi) e Davcoval (US$ 2bi).

SEGUNDA-FEIRA
- BOVESPA 0,4%, abriu ''de lado'', para na mínima recuar -0,5%, porem, com baixo volume de negócios (R$ 3,9bi), passou a subir na parte da tarde, tentando uma recuperação após uma seqüência de 3 dias consecutivos de perdas, puxada pelos papéis do setor bancário, bastante "castigados" na semana passada.
- DÓLAR -0,1% à R$ 1,67, abriu em leve alta e, mesmo com os leilões de compra e de swap do BC, passou a cair na parte da tarde, seguindo a melhora do ''humor'' na Bovespa e o forte recuo do risco-Brasil (-4,1%).

ONTEM
- Na ÁSIA, retomando suas trajetórias de alta, após o BC japonês, como esperado, decidir manter a política monetária extremamente frouxa, JAPÃO 1,1%, CORÉIA 0,2% e CHINA 0,7%, em meio a otimismo de resultados trimestrais corporativos fortes, principalmente entre as companhias produtoras de matérias-primas.
- Na EUROPA, revertendo uma abertura positiva, INGLATERRA -0,4%, FRANÇA -0,3% e ALEMANHA -0,1%, após a confiança no Reino Unido ser abalada por uma queda inesperada no crescimento econômico do país no quarto trimestre de 2010, além de preocupações sobre novas regras de reserva de capital, que levaram os papéis de bancos espanhóis a caírem.
- Nos EUA, sem uma tendência definida, S&P 0,1%, DJ -0,1% e NASDAQ 0,1%, divididas entre os bons resultados divulgados por Siemens e 3M e o desapontamento com a queda de -1,6% nos preços médios de casas nas 20 principais regiões metropolitanas do país em NOV/10 ante o mesmo mês de 2009.
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Economia:

Confirmando que, diante do crescimento econômico e das boas perspectivas futuras, o Brasil está ''cada dia mais no centro do mundo'', em 2010 os investimentos estrangeiros diretos, que são aqueles destinados ao setor produtivo, atingiram US$ 48,5bi e assim bateram um recorde histórico com um crescimento de quase 100% na comparação com o verificado em 2009 (US$ 25,9bi).

Batendo mais uma recorde histórico e assim ''blindando'' ainda mais o Brasil de ''quase qualquer'' crise externa, as reservas internacionais brasileira fecharam 2010 em US$ 288,6bi, patamar 20,7% maior que em no final de 2009.

Mesmo com a elevação da Selic na semana passada, o ''mercado'' aumentou, desta vez de 5,42% para 5,53%, suas ''apostas'' para a taxa de inflação pelo IPCA em 2011, se afastando ainda mais do centro da meta do BC (4,5%).

Como fruto do aumento da renda da população brasileira e da queda do dólar frente ao real, o gasto de brasileiros com viagens e cartão de crédito fora do país chegou ao valor recorde de US$ 16,4 bilhões em 2010, o que representa um aumento de 50% em relação ao verificado em 2009, porem a despesa de estrangeiros que visitam o Brasil também bateu recorde, mas cresceu menos (12%), para US 5,9bi.

Para tornar o Brasil um país cada dia mais atuante e importante na economia mundial, Dilma pretende reforçar o apoio à internacionalização das empresas brasileiras, "destravando" a burocracia tupiniquim e usando contatos no exterior para apontar oportunidades de investimento e de participação em obras de infraestrutura.

Elevando o saldo positivo do ano para US$ 690mi, na semana passada a balança comercial brasileira apresentou um superávit de US$ 680mi, porem a preocupação do governo Dilma com o baixo patamar deste saldo comercial já motiva estudos de medidas para conter importações classificadas como "desnecessárias" e aumentar o controle sobre importações fraudulentas.

- A Petrobrás caiu -0,2%, após anunciar que quer reduzir de 65% para 35% a meta de utilização de itens e serviços nacionais na exploração das novas reservas do pré-sal e antes de informar uma nova descoberta de óleo de boa qualidade nos reservatórios do pré-sal no bloco BM-S-9, na Bacia de Santos.
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Política:

Em campanha, que vai super bem, para ser reeleito presidente da Câmara, o deputado federal petista Marco Maia foi para MG aonde declarou apoio à aprovação de um marco regulatório da mineração, com aumento dos royalties pagos pelas empresas mineradoras.

Por defender penas alternativas para os pequenos traficantes, Pedro Abramovay foi, agora já ex-Secretário Nacional Antidrogas, foi ''convidado a se demitir'' a pretexto de quebra hierárquica, o que contrasta com a tolerância do governo para com outras personagens ministeriais de comportamento bem mais comprometedor, como o ministro do Trabalho Carlos Lupi e o ministro do Turismo Pedro Novais.

Como que estivesse com vontade de fazer tudo de ruim que já fez para seu partido, o DEM, agora para o PSDB, Rodrigo Maia, presidente dos democratas, está se esforçando cada dia mais em criar um divisor dentro do partido em que parte dos parlamentares está com Aécio e outra com Serra.

Para não encolher ainda mais, faltando apenas 6 dias para a posse do novo Congresso, o DEM ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal pedindo que os partidos fiquem com os votos obtidos por candidatos que, depois das eleições, tiveram seus registros cassados pela Justiça Eleitoral.
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Crítica:

Como os países ''desenvolvidos'' não fizeram aquilo que, através do FMI, eles exigiam que os países em desenvolvimento fizessem, na 41ª edição do Fórum Econômico Mundial, que começa hoje na cidade Suíça de Davos, o foco absoluto é a necessidade de estabilização da economia global, abalada por graves seqüelas da crise, como ''coincidentemente'' o endividamento público dos países da Eurozona e a chamada guerra cambial.

Presidida por FHC, que finalmente arrumou ''alguma coisa útil para fazer'', a Comissão Global sobre Drogas encerrou sua primeira reunião em Genebra com a clara tendência, que certamente vai gerar muita polêmica, de trabalhar pela legalização e regulamentação do uso da maconha como a melhor maneira de combater o tráfico de drogas e suas consequências.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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