R.B. 6/DEZ/10 ''Praticamente só está desempregado quem quer''

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R.B.

"Praticamente só está desempregado quem quer"

São Paulo, 6 de dezembro de 2010 (SEGUNDA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA pode voltar a subir, com ''boas chances'' de fechar o ano próxima dos 75.000pts, seguindo a melhora do ''humor'' externo e impulsionada pela valorização das commodities e pelas boas perspectivas para a economia brasileira.
- O DÓLAR deve seguir em queda, ainda com ''boas chances'' de fechar o ano próximo dos R$ 1,65, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e os mesmos motivos que devem melhorar o ''humor'' na Bovespa.

SEXTA-FEIRA
- BOVESPA 0,3%, abriu em queda, influenciada pela elevação do compulsório e seguindo as perdas das bolsas de NY, para na mínima recuar -0,8%, porem se recuperou e passou a subir ainda no final da manhã, diante do aumento das ''apostas'' de que o Copom não elevará a Selic na reunião desta semana.
- DÓLAR -0,9% à R$ 1,69, já abriu em queda e, mesmo com os leiloes de compra do BC, logo rompeu o ''suporte'' dos R$ 1,70, para fechar no menor patamar em 4 semanas, influenciado pela redução do risco-Brasil (-4,0%) e pelas expectativas de aumento do fluxo positivo de recursos externos.
- Na ÁSIA, com baixos volumes de negócios, diante da expectativa antes da divulgação dos dados de emprego dos EUA, JAPÃO 0,1%, CORÉIA 0,4% e CHINA 0,1%, impulsionadas por compras de ações do setor de tecnologia, que por sua vez foram beneficiadas pelas ''apostas'' de vendas mais fortes nos EUA durante o Natal.
- Na EUROPA, sem uma tendência única, INGLATERRA -0,4%, FRANÇA 0,1% e ALEMANHA -0,1%, divididas entre um relatório de emprego mais fraco que o esperado nos EUA e de dados positivos do setor de serviço norte-americano.
- Nos EUA, revertendo no final do dia uma abertura negativa, S&P 0,3%, DJ 0,2% e NASDAQ 0,5%, com investidores deixando em segundo plano os dados mais fracos que o previsto sobre o nível de emprego no país e se concentrando na melhora econômica sugerida pelos indicadores divulgados ao longo da semana.
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Economia:

Esta semana tem reunião do Copom, a ultima do governo Lula e também a ultima de Meirelles na presidência do BC, e, após a elevação do compulsório na semana passada, cerca de 40% do ''mercado'' já acredita que a autoridade monetária manterá a taxa básica de juros nos atuais 10,75%, deixando o ''ônus político'' de um eventual aumento da selic para a primeira reunião do governo de Dilma.

Com o objetivo de segurar a inflação e conter o ritmo de crescimento da economia, provavelmente evitando a elevação da Selic, o BC anunciou na sexta-feira passada o aumento do recolhimento compulsório dos depósitos bancários, reduzindo assim o volume de crédito disponível no mercado.

Confirmando que atualmente em alguns lugares do Brasil ''praticamente só está desempregado quem quer'', no embalo da forte demanda interna, que puxa a economia, regiões mais prósperas estão alcançando os níveis de desemprego mais baixos já registrados no País, como a região metropolitana de Porto Alegre, que em OUT/10 tinha 3,7% de desempregados, nível comparável com padrões noruegueses, um dos mais baixos do mundo.

Cumprindo uma promessa de campanha, Lula aprovará nos próximos dias mudanças importantes nas licitações públicas que vão colocar em vantagem as empresas brasileiras em um mercado de mais de R$ 120bi, dando a elas a preferência mesmo se oferecerem um preço até 25% maior que suas concorrentes estrangeiras.

Diante das facilidades de acesso ao crédito e do maior interesse dos bancos no mercado imobiliário, em OUT/10 já atingia 62% do valor do imóvel o percentual médio dos financiamentos da casa própria, contra 61,1% no mesmo período de 2009.

Mostrando otimismo, mesmo reclamando da elevação do compulsório, a Fecomercio-SP ''avisou'' que as medidas anunciadas pelo BC não devem afetar as vendas de Natal em 2010, cujas previsões apontam para um crescimento de 10% na comparação com 2009, principalmente entre os consumidores da classe D, que concentrarão suas compras em produtos como geladeiras, máquinas de lavar, fogões, celulares com dois chips e roupas.

Com o objetivo de segurar, em uma economia aquecida, a cada vez mais escassa mão-de-obra qualificada e de qualidade, cada vez mais empresas brasileiras são ''obrigadas'' a dividir seus lucros com seus trabalhadores, que em muitos casos recebem mais de 4 vezes o salário.
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Política:

Cobrando, como já era ''110% esperado'', uma fatura alta, o PMDB vai insistir em uma quinta vaga no ministério para fechar seu espaço na equipe da presidente Dilma, ressaltando que, ao contrário dos demais aliados, está perdendo prestígio na montagem do governo da petista.

Como Dilma quer profissionalizar a gestão da empresa, a Infraero, foco permanente de denúncias de corrupção e uma das mais cobiçadas estatais do país, pelo volume de verbas que movimenta, está fora da partilha política e, portanto, sem chance de ser entregue a um peemedebista, como quer o partido.

Para que Nelson Jobim conclua 2 processos já iniciados, que são a compra dos novos caças da Aeronáutica e a retirada do setor de aviação civil da pasta, Dilma formaliza hoje o convite para que ele permaneça no Ministério da Defesa.
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Crítica:

Como acreditava, assim como Nero, que era Deus e que poderia colocar ''fogo em Roma'' e sair impune, Silvio Berlusconi, que coleciona amantes, muitas delas menores, e nas ''horas vagas'' governa a Itália, começa nesta segunda-feira sua última semana de trabalho como primeiro-ministro antes que uma esperada derrota no decisivo voto de confiança do Parlamento desfira o golpe de misericórdia no seu deplorável governo, abalado por escândalos sexuais temperados com cocaína e revelações de corrupção pelo WikiLeaks.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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