R.B. 20/DEZ/10 ''Um político nato''

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R.B.

"Um político nato"

São Paulo, 20 de dezembro de 2010 (SEGUNDA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA deve seguir em alta, com bom volume de negócios diante do vencimento de opções e seguindo a melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais para provavelmente, também diante das boas perspectivas para a economia brasileira, fechar a semana do Natal acima dos 70.000pts.
- O DÓLAR pode cair, retornando à sua ''trajetória natural'' após a valorização da semana passada, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e o fluxo positivo de recursos externos, para fechar o ano abaixo dos R$ 1,70.

SEXTA-FEIRA
- BOVESPA 1,0%, abriu em queda, para na mínima recuar -0,6%, porem, mesmo com baixo volume de negócios (R$ 5,7bi), passou a subir ainda no inicio da tarde, seguindo a melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais e impulsionada pela valorização das ações da Petrobras (2,3%), que por sua vez foi beneficiada pela alta do petróleo.
- DÓLAR 0,8% à R$ 1,71, já abriu em alta e, mesmo com a melhora do ''humor'' na Bovespa, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, pressionado pelos leilões de compra do BC e pela elevação do risco-Brasil (3,7%).
- Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO -0,1%, já que a valorização da moeda local (o iene) frente ao dólar empurrou para baixo as ações das empresas exportadoras, como a Nissan (-1,5%) e a Toyota (-0,9%), CHINA -0,2%, pressionada pelas empresas de telecomunicações e mineradoras, exacerbando as preocupações sobre medidas de aperto monetário no curto prazo e CORÉIA 0,9%, impulsionada pelas ações de corretoras, diante da divulgação de projeções otimistas para o setor e para a economia local em 2011.
- Na EUROPA, ''alertando'' para o tamanho do déficit do país, a Moody's rebaixou a ''nota'' da Irlanda, com isto, INGLATERRA -0,2%, FRANÇA -0,5% e ALEMANHA -0,6%, também pressionadas pelo fraco desempenho dos papéis do setor bancário, como Royal Bank of Scotland (-5,7%), BBVA (-2,7%), BNP Paribas (-1,7%) e Société Générale (-0,9%).
- Nos EUA, revertendo uma abertura negativa, para fecharem perto das máximas dos últimos 2 anos, S&P 0,1%, DJ 0,1% e NASDAQ 0,2%, com alguns indicadores sugerindo que os investidores estão ficando mais complacentes e com a ala dos otimistas muito satisfeita dia após dia.
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Economia:

Mostrando porque Lula termina seu governo com a melhor avaliação e a maior aprovação da história, segundo o IBGE em NOV/10 a taxa de desemprego nas 6 principais regiões metropolitanas do país ficou em 5,7%, contra os 6,1% registrados em OUT/10, o que representa a menor taxa da série histórica do instituto.

Otimistas com a chegada do 13º salário, que majoritariamente será pago nesta segunda-feira, os lojistas de shopping center aumentaram suas previsões de crescimento das vendas neste Natal e agora esperam uma alta de 14% ante DEZ/09.

Como forma de reagir à crise econômica mundial, iniciada em SET/08, em 2009 a carga tributária foi reduzida consideravelmente na maioria dos países industrializados, porem no Brasil a carga tributária teve queda de apenas -0,2% no mesmo período e com isto o país subiu 4 posições no ranking dos países que mais tributam os contribuintes.

Para suportar o crescimento da economia, o governo Lula encerrará seu ciclo com a contratação de 59.000 MW em energia nova, o equivalente a mais de 4 usinas hidrelétricas de Itaipu, agora o grande desafio do governo Dilma é garantir condições para que esses projetos se transformem em usinas.

Estimulado por investimentos do governo federal, o Nordeste ultrapassou o Centro-Oeste no financiamento ao consumo e, apesar do aumento nas dívidas, a região registra a maior queda na inadimplência que, entre JAN/04 e SET/10 recuou cerca de -40%.

Atingindo seus objetivos de estimular o mercado local de capitais e diversificar as fontes de recursos do banco, na sexta-feira passada a BNDESPar, braço de investimentos do BNDES, concluiu a maior emissão de debêntures da história do banco, com um total de R$ 2,02bi.

Se sentindo ameaçados pela ''invasão de importados'', representantes das indústrias e das centrais sindicais se uniram para tentar convencer o novo governo a adotar medidas de proteção contra as importações e de incentivo fiscal e tributário a setores afetados pelo avanço do processo de substituição da produção local por estrangeiros, como a cadeia de abastecimento do setor automotivo, bens de capital, eletroeletrônicos, calçados e têxteis.
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Política:

Após a confirmação de que permanecerá como ministro de Minas e Energia no governo Dilma, o senador peemedebista Edison Lobão afirmou que Gabrielli, atual presidente da Petrobras, também seguirá no cargo.

Ontem, menos de 15 dias antes de deixar a Presidência, Lula já afirmou, durante uma entrevista para a RedeTV, que poderá ser candidato novamente ao Palácio do Planalto já que é presidente de honra de um partido e se considera ''um político nato''.

Como ainda não encontrou um expoente técnico com capacidade de dar projeção nacional ao Ministério da Saúde, e sob pressão pelo desejo de Ciro de assumir a pasta, Dilma deve dar uma solução política e caseira e nomear para o cargo o petista Alexandre Padilha, atual ministro de Relações Institucionais.

Com a promessa de reduzir o poder do PMDB, Dilma, após vencer a dura batalha pela definição dos Ministérios, vai se dedicar agora à montagem do tabuleiro do segundo escalão mais cobiçado do governo, que é o comando das estatais.
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Crítica:

Após os ''nobres'' senadores e deputados federais aprovarem, de forma rápida e sorrateira, um substancial aumento dos próprios salários, uma organização popular iniciou na sexta-feira passada uma mobilização de assinaturas pela internet que precisa de 1% do eleitorado nacional para propor uma emenda constitucional que vincularia o reajuste dos parlamentares à variação do salário mínimo.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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