R.B. 21/DEZ/10 ''O conselho do presidente para 2011''

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R.B.

"O conselho do presidente para 2011"

São Paulo, 21 de dezembro de 2010 (TERÇA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA deve subir, tentando recuperar as perdas acumuladas no ano (-1,9%) e no mês (-0,6%), já que, mesmo com a manutenção dos sinais positivos da economia interna, fechou em baixa nos 7 dos 14 pregões já realizados em DEZ/10 e está bem atrasada na comparação com as demais bolsas mundiais, como as da Europa que estão no maior patamar em 27 meses e as dos EUA que estão no maior patamar em 2 anos.
- O DÓLAR pode seguir em queda, rumo aos R$ 1,70, seguindo a provável melhora do ''humor'' na Bovespa e o ''crescente e constante'' fluxo positivo de recursos externos oriundos de exportações, captações e principalmente ''investimentos'', já que o Brasil continua com a maior taxa real de juros do mundo.

ONTEM
- BOVESPA -1,1%, abriu em alta, para na máxima avançar 0,3%, porem, com baixo volume de negócios (R$ 10,6bi) para um dia de vencimento de opções, passou a cair na parte da tarde, mesmo com o desempenho positivo das bolsas de NY, anulando os ganhos acumulados em DEZ/10.
- DÓLAR -0,4% à R$ 1,71, abriu em queda e, mesmo com a piora do ''humor'' na Bovespa e os leilões de compra do BC, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, influenciado principalmente pelo forte recuo do risco-Brasil (-10,8%).
- Na ÁSIA, realizando lucros recentes, JAPÃO -0,85%, com os agentes também ansiosos pelos dados econômicos norte-americanos previstos para esta semana, CHINA -1,4%, com destaques de queda para ações de empresas dos setores imobiliário e bancário e CORÉIA -0,3%, diante do temor de uma possível retaliação da Coréia do Norte aos exercícios militares realizados pelo país na segunda-feira,
- Na EUROPA, desdenhando as contínuas preocupações com a crise de dívida soberana dos países da periferia da zona do euro, para fecharem nos maiores patamares dos últimos 27 meses, INGLATERRA 0,3%, FRANÇA 0,4% e ALEMANHA 0,5%, com destaques de alta para ações de empresas do setor de energia, como GDF Suez (2,2%), Suez Environnement (1,6%) e Abengoa (4,6%), que se beneficiam das severas condições de temperatura na região.
- Nos EUA, novamente nos maiores patamares dos últimos 2 anos, já que cada vez mais investidores acreditam que o bom momento continuará em 2011, S&P 0,2%, DJ 0,1% e NASDAQ 0,2%, com destaques de alta para ações dos setores que têm estado na dianteira do forte rali de DEZ/10, como o financeiro, de energia e de matérias-primas.
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Economia:

Após comemorar o recorde histórico de geração de postos de trabalho formais em NOV/10, algo que classificou como "inusitado" e "extraordinário", Lula, ao contrário de DEZ/08, quando apareceu em rede nacional de TV e rádio pedindo que a população consumisse, afirmou que ''o conselho do presidente para 2011'' é evitar dívidas.

Com o Brasil ''lutando por seus direitos'', ontem a Organização Mundial do Comércio decidiu favoravelmente ao pleito brasileiro no processo em que o país questionou medidas antidumping impostas pelos EUA ao suco de laranja brasileiro.

Mostrando que o brasileiro, com mais dinheiro no bolso, está diversificando e até sofisticando suas estratégias de investimento, em NOV/10 as emissões de títulos públicos para pessoas físicas pela internet somaram R$ 192,04mi, volume 27,8% maior que o registrado em OUT/10.

Pressionando o Copom a elevar a Selic em sua próxima reunião, o ''mercado'', mesmo com os recentes sinais de redução da pressão inflacionária, aumentou, desta vez de 5,85% para 5,88%, suas ''apostas'' para o IPCA de 2010 e, de 5,21% para 5,29%, suas previsões para este mesmo índice em 2011.

Dando novos sinas de redução da pressão inflacionária, a primeira prévia do IGP-M de DEZ/10 ficou em 0,75%, ante 1,20% em NOV/10, acumulando com isto uma alta de 11,39% nos últimos 12 meses.

Como este ano, diante da queda do dólar, da desaceleração das economias da Europa e dos EUA e principalmente do bom desempenho da economia brasileira, as importações cresceram 42,5% e as exportações avançaram 31,0%, a balança comercial brasileira acumulava, até o final da semana passada, um superávit de US$ 16,686bi, resultado -29,3% inferior ao apurado em igual período de 2009.

- A Hypermarcas caiu -6,3%, após anunciar que, em uma transação que pode chegar a R$ 2,5bi, comprou o laboratório Mantecorp, fabricante do antigripal Coristina e do antialérgico Polaramine.
- A Paranapanema caiu 7,5%, após anunciar que, após 15 anos sem investimentos em expansão, pretende gastar R$ 510mi até 2013 para ampliar sua produção no País e se tornar líder no mercado interno de cobre refinado.
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Política:

Até agora no controle da situação, ontem Dilma anunciou a indicação de 7 novos ministros, são eles (1) o médico infectologista Alexandre Padilha, que atualmente ocupa a Secretaria das Relações Institucionais, para a Saúde, (2) a artista Ana de Hollanda, irmã do compositor Chico Buarque, para o Ministério da Cultura, (3) Orlando Silva, do PC do B, que permanecerá à frente do Ministério do Esporte, (4) a socióloga Luiza Bairros para a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, (5) a economista Tereza Campelo para o Ministério do Desenvolvimento Social, (6) Mário Negromonte para o Ministério das Cidades e (7) Luís Inácio Lucena Adams que permanecerá no cargo de advogado-geral da União.

Ontem, na última reunião do ano e como presidente do Brasil com a Executiva Nacional do PT, Lula pediu ao partido que se dedique a três prioridades no primeiro ano do governo de Dilma (1) a reforma política, (2) o marco regulatório dos meios de comunicação e (3) programas para a juventude.

Afiando seu bico tucano, Alckmin, como não poderia ser diferente, formou um governo com pessoas de sua extrema confiança, excluindo da composição do primeiro escalão estadual Paulo Renato, que era secretário da Educação de Serra, o que causou a irritação de boa parte da cúpula paulista do PSDB.

Como não quer um ministério de pequeno porte, como Portos ou Integração Nacional, e Dilma não quer lhe entregar o ministério da Saúde, que ficará com Alexandre Padilha, Ciro Gomes não fará parte do próximo governo e pretende passar um tempo no exterior estudando línguas e outras cositas mais.
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Crítica:

Mostrando mais uma vez como é urgente a privatização do sistema prisional brasileiro, entre 2005 e 2007 a população carcerária brasileira cresceu 16,9% e todos os estados brasileiros apresentam defasagem em relação ao número de presos por vaga.

Como os brasileiros perderam a chance de proibir a venda de armas no Brasil durante o ultimo referendo, segundo um estudo divulgado ontem pela ONG Viva Rio, 47,6% das armas existentes no país são ilegais e apenas 20% delas são importadas ilegalmente.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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