R.B. 27/ABR/10 ''Não cairá calado''

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R.B.

"Não cairá calado"

São Paulo, 27 de abril de 2010 (TERÇA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA deve seguir em queda, acompanhando a trajetória das demais bolsas mundiais e ainda ''temendo'' o Copom, que segundo ''rumores'' pode elevar a Selic em até 1%, porem deve-se ressaltar que o patamar é bom para compras, diante das boas perspectivas para os resultados corporativos que começam a sair já nesta semana.
- O DÓLAR deve seguir em queda, ''testando o BC'', influenciado pelas ''apostas'' de elevação da Selic e por um movimento intenso de entrada de recursos externos oriundos de exportações, captações e ''investimentos''.

ONTEM
- BOVESPA -0,9%, abriu em alta, para na máxima avançar 0,4%, porem, diante do aumento das ''apostas'' de elevação da Selic, que agora vão de 0,50% até 1,0%, passou a cair ainda na parte da manhã, realizando lucros após 3 pregões consecutivos de ganhos e também influenciada negativamente pelo recuo das commodities.
- DÓLAR -1,0% à R$ 1,74, já abriu em queda e, influenciado pelas ''apostas'' de elevação de até 1% da Selic na reunião do Copom esta semana, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, para fechar no menor patamar desde 11/JAN/10, apesar dos leilões de compra do BC.
- Na ÁSIA, repercutindo positivamente pedido de ajuda financeira feito pela Grécia na semana passada, JAPÃO 2,3%, CORÉIA 0,9% e CHINA 1,6%, com destaques de alta para Toyota (3,1%), Tokyo Electron (1,6%), Elpida Memory (2,4%) e Samsung (2,0%).
- Na EUROPA, seguindo a abertura positiva das bolsas de NY, para fecharem nos maiores patamares em mais de 1 semana, INGLATERRA 0,5%, FRANÇA 1,2% e ALEMANHA 1,2%, com destaques de alta para as mineradoras, como BHP Billiton (1,9%), Anglo American (2,2%), Antofagasta (4,3%), Rio Tinto (4,6%), Xstrata (2,1%) e Eurasian Natural Resources (7,1%), diante do otimismo sobre o crescimento econômico e da demanda por commodities.
- Nos EUA, devolvendo boa parte dos ganhos da abertura, S&P -0,4%, DJ 0,1% e NASDAQ -0,3%, com as ações de bancos em baixa por temores de que a reforma financeira em tramitação no Congresso local freie os lucros do setor e os fortes resultados da Caterpillar, cujas ações subiram 4,2%, impedindo que o índice DJ encerrasse no vermelho.
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Economia:

Amanhã começa a reunião do Copom, que muito provavelmente elevará a Selic, que atualmente está em 8,75%, e ontem Meirelles, presidente do BC, ''avisou'' para Lula de que é preciso ''dar uma paulada" na taxa básica de juros da economia, o que indica uma alta de ao menos 0,75%, alegando que o desgaste eleitoral seria menor e o efeito, mais rápido.

Alegando que o dólar e o euro estão depreciados e ressaltando que isto prejudica os países emergentes, Mantega, ministro da Fazenda, criticou ontem, durante um fórum econômico em NY, as políticas cambiais das economias mais avançadas, que segundo ele têm como objetivo reduzir a demanda interna e manter as taxas de juros baixas para estimular uma depreciação cambial de suas moedas e poder assim aumentar a competitividade de suas exportações.

Dando novos sinais positivos da economia interna, em MAR/10 (1) o Brasil atingiu 7,9mi de acessos ao serviço de TV por assinatura, patamar 20,8% maior que em MAR/09, (2) o consumo de energia elétrica no país aumentou 9,3% em relação ao mesmo mês do ano passado e (3) o saldo de contratações no mercado formal no setor varejista da região metropolitana de SP registrou alta de 6,3% na comparação com MAR/09.

Pressionando o Copom a elevar a Selic em até 1%, o ''mercado'' aumentou, desta vez de 5,32% para 5,41%, suas ''apostas'' para o IPCA de 2010, patamar cada vez mais distante do centro da meta do BC (4,5%).

Diante do aumento das importações, causado pelo bom desempenho da economia interna, até o final da semana passada a balança comercial brasileira acumulava um superávit de US$ 1,7bi no ano, cifra quase 70% abaixo do desempenho registrado para o mesmo período de 2009.

- A Telebrás subiu 26,0%, diante de ''rumores'' de que a definição do Plano Nacional de Banda Larga sairá nos próximos dias.
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Política:

Com um discurso cada vez mais ''afinado'' com os desejos e necessidades da população, ontem Serra (1) defendeu o endurecimento das leis criminais e pediu a revisão da progressão de pena, ressaltando que bandido deve ser combatido com dureza, (2) ''alertou'' que a disputa eleitoral deste ano é com Dilma e Marina Silva e não com Lula e FHC, (3) lembrou sua experiência administrativa e eleitoral depois de 8 disputas, (4) defendeu a ampliação do Bolsa Família e a relacionou com a melhora na educação e (5) criticou o apoio do governo Lula ao Irã, que segundo ele é uma ditadura.

Mostrando que aprendeu muito com o PMDB, nas vésperas do dia em que o PSB prometeu jogar no lixo a candidatura presidencial de Ciro Gomes para apoiar Dilma, o PT ''avisou'' que não pode se comprometer com os pedidos de apoio feitos pelo PSB nos Estados.

Como se fosse um disco arranhado, que sempre repete a mesma ladainha, ontem Lula voltou a criticar a política externa do governo FHC, ressaltando que naquela época o Brasil não era um país respeitado e levado a sério no mundo.

Diante dos resultado das últimas pesquisas, dos tropeços políticos e até das gafes durante as primeiras visitas aos estados, o comando da pré-campanha da petista Dilma optou por um recuo estratégico, reduzindo a agenda de viagens para intensificar a oratória e as aulas com uma fonoaudióloga da candidata de Lula.

Apostando que Ciro ''não cairá calado'', Marina Silva, candidata do PV à presidência, deve procurar ex-colega de Esplanada nos próximos dias para lhe pedir apoio, ressaltando que seu eleitorado não pertence ao PSB.
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Crítica:

Como não poderia ser diferente em um país aonde se paga 10 vezes mais por acesso à conexão banda larga do que países desenvolvidos, aonde o cinema é coisa de rico e o teatro é coisa de milionário, segundo um estudo recente 90% dos paulistanos de classe C já compraram produtos piratas.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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