R.B. 21/DEZ/09 ''Língua afiada''

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R.B.

"Língua afiada"

São Paulo, 21 de dezembro de 2009 (SEGUNDA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA deve subir, acompanhando a melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais para recuperar parte das perdas acumuladas na semana passada (-3,6%) e também influenciada pelas perspectivas, cada dia melhores, para a economia brasileira nos próximos anos.
- O DÓLAR pode cair, seguindo o fluxo positivo de recursos externos e também acompanhando a melhora do ''humor'' nos mercados mundiais para devolver parte da alta acumulada na semana passada (1,5%).

ONTEM
- BOVESPA -0,4%, abriu em alta, para na máxima avançar 0,2%, porem, com volume de negócios (R$ 5,5bi) dentro da média e alguma volatilidade, logo passou a cair, novamente ''temendo'' uma alta dos juros nos EUA e afetada pelo rebaixamento da "nota" da Grécia, que lança uma ''sombra'' sobre as demais economias européias, também às voltas com problemas fiscais.
- DÓLAR -0,4% à R$ 1,78, abriu em alta, para na máxima atingir R$ 1,80, porem, com muita volatilidade e apesar dos leilões de compra do BC, passou a cair na parte da tarde, seguindo o recuo do risco-Brasil (-2,3%).
- Na ÁSIA, seguindo as perdas das bolsas de NY o dia anterior, JAPÃO -0,2%, desta vez pressionada por ações das empresas de comércio exterior e alguns papéis ligados ao setor de matérias-primas, CHINA -2,1%, a quarta baixa consecutiva, com destaques de queda para ações de empresas do segmento imobiliário, como China Vanke (-6,1%) e Poly Real Estate Group (-7,5%) e CORÉIA -0,1%, já que os ganhos em tecnologia e siderúrgicas compensaram as perdas nos bancos.
- Na EUROPA, pressionadas por receios com as novas regras propostas pelo Banco de Compensações Internacionais, que prevêem exigências mais rígidas para o capital dos bancos conforme as condições econômicas melhorarem, INGLATERRA -0,4%, FRANÇA -0,9% e ALEMANHA -0,3%, com destaques de queda para ações de bancos, como Crédit Agricole (-7,1%), Allied Irish Banks (-7,1%) e Lloyds Banking Group (-4,7%).
- Nos EUA, revertendo uma abertura negativa, S&P 0,6%, DJ 0,2% e NASDAQ 1,4%, puxadas principalmente por boas notícias corporativas do setor de tecnologia, como o anuncio da Oracle, cujas ações subiram 6,4%, de um aumento maior que o esperado nas vendas de licenças de softwares.
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Economia:

Mesmo polarizada entre Serra e Dilma, Meirelles, presidente do BC, acredita que a campanha eleitoral no ano que vem trará instabilidade na economia, ressaltando que, como mercado está "excessivamente otimista", qualquer ponto fora da curva pode assustar.

Dando novos sinais de recuperação da economia interna, (1) em NOV/09 a taxa de desemprego no Brasil ficou em 7,4%, ante 7,5% no mês anterior, o que representa o melhor resultado para um mês de novembro desde o início da série histórica, em 2002, (2) no Natal de 2009, segundo expectativas da Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro, está se consolidando uma alta esperada nas vendas da região de até 15% na comparação com o ano passado e (3) nos 11 primeiros meses de 2009 a renda média do trabalhador brasileiro foi de R$ 1.345,18, o que representa o melhor patamar desde o mesmo período em 2002.

Como, diante da crise financeira internacional, não poderia depender das exportações, o Brasil entrou num novo ciclo de investimentos em setores voltados para o mercado interno, como o automobilístico e o de eletrodomésticos, que para 2010 planejam um aumento de capacidade produtiva que não se via desde o Plano Real, o que se confirma em um levantamento do Bradesco feito com 167 empresas que anunciaram investimentos neste final de ano.

O ''pacote de bondades'' de Lula, que são as recentes desonerações para estimular setores específicos da economia anunciadas apenas nos 2 últimos meses pelo governo, terá um impacto de R$ 5,0bi sobre os cofres públicos em 2010.

Apesar de ter reafirmado com a boliviana YPFB, estatal de gás, o acordo que possui para compra do combustível até 2019, a Petrobrás projeta que, até 2013, o consumo brasileiro de gás será triplicado, porem a participação do país vizinho no consumo brasileiro será reduzida dos atuais 50% para não mais que 23%, já que a empresa, com a ampliação dos seus investimentos, espera aumentar sua produção local para até a 72 milhões de metros cúbicos.

- A OGX subiu 3,6%, após anunciar uma nova descoberta de indícios de petróleo em blocos na Bacia de Campos e antes de confirmar o desdobramento de suas ações na proporção de 100 para 1.
- A CSN caiu -5,4%, já que ofereceu US$ 5,5bi pela portuguesa Cimpor, maior produtora de cimento daquele país.
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Política:

Na primeira pesquisa após Aécio desistir de disputar a presidência da Republica em 2010, Serra subiu, de 36% para 37%, Dilma avançou, de 17% para 23%, Ciro recuou, de 14% para 13%, e Marina cresceu, de 3% para 8%.

Projetando internamente e principalmente externamente o Brasil à patamares nunca antes sonhados, Lula entra no último ano de governo com 72% de aprovação, seu recorde de popularidade desde que tomou posse, em 2003.

Confirmando que o governo de SP deve continuar em ''mãos tucanas'', segundo a mais recente pesquisa Alckmin venceria em primeiro turno a eleição para o Palácio dos Bandeirantes em 2010, já que tem 50% ou mais em todos os cenários em que aparece, superando a petista Marta Suplicy, que tem no máximo 19%, Maluf, que não passa dos 10% e Soninha, que tem 7%.

Apesar de ter votado contra os princípios de seus eleitores, Mercadante, com 32% das intenções de voto, lidera a corrida pelo Senado em SP, seguido por Romeu Tuma, que tem 27% dos votos e por Quércia, que apesar do apoio de Serra tem 24% das intenções.

Com o apoio de Heloisa Helena e mostrando uma ''língua afiada'' para criticar Dilma, Marina Silva lançou oficialmente, durante a convenção do PV realizada em SP, sua candidatura à Presidência.
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Crítica:

Como agora sua ''guerra fria'' é com a China, que por sua vez não aceita auditoria e nem observadores para comprovar seus números, os EUA não aceitaram se comprometer com nenhuma redução de gazes poluentes durante a fracassada reunião do clima em Copenhague.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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