R.B. 27/NOV/09 "Efeito Dubai"

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R.B.

"Efeito Dubai"

São Paulo, 27 de novembro de 2009 (SEXTA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA deve seguir em queda, ainda afetada pelos ''temores'' de calote de Dubai, porem deve-se ressaltar que uma forte baixa pode ser uma boa oportunidade de compra, principalmente diante da manutenção das boas perspectivas para a economia interna.
- O DÓLAR pode seguir em alta, também afetado pelo ''efeito Dubai'', porem deve-se ressaltar que a tendência ainda é de queda, já que a proporção de entrada segue muito acima das saídas, posto que os juros real da economia brasileira ainda estão muito ''atraentes''.

ONTEM
- BOVESPA -2,2%, já abriu em queda e, sem escapar da derrocada generalizada que vitimou as principais Bolsas de Valores do planeta, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, para fechar com o segundo pior "tombo" deste mês, diante dos ''temores'' de que Dubai seja responsável por uma das piores moratórias da década.
- DÓLAR 1,4% à R$ 1,75, já abriu em alta e, também pressionado pelo ''efeito Dubai'', manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, para fechar com a maior alta percentual do meses.
- Na ÁSIA, ainda sem saber do possível calote de Dubai, JAPÃO -0,6%, no menor patamar em 4 meses, já que a forte queda do dólar frente a moeda local (o iene) prejudicou as ações das grandes exportadoras, como Toyota (-1,2%) e Canon (-2,1%), CORÉIA -0,8%, com destaques de queda para ações de empresas dos setores eletrônico e automotivo e CHINA -3,6%, pressionada por ações de companhias financeiras e de imobiliárias.
- Na EUROPA, também refletindo os ''temores'' de calote da dívida de Dubai, INGLATERRA -3,1%, FRANÇA -3,4% e ALEMANHA -3,2%, com destaques de queda para ações de empresas do setor bancário.
- Nos EUA, S&P, DJ e NASDAQ permaneceram fechadas devido ao feriado de Ação de Graças.
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Economia:

Indicando que os petrodólares, gastos com a construção de cidades de luxo e obras megalomaníacas, podem ter secado mais rápido do que seus poços de petróleo, Dubai anunciou que quer renegociar uma dívida de bilhões de dólares.

Ontem, durante o jantar de final de ano da Febraban, Meirelles, presidente do BC, ressaltou que, passado o pior momento da crise financeira internacional no País, o Brasil terá que administrar seu sucesso e, provavelmente referindo-se a Octavio de Barros, economista do Bradesco que elevou de 5,4% para 6,1% suas ''apostas'' para o PIB brasileiro em 2010, pediu cautela e calma com a o excesso de euforia e otimismo.

''Apostando'' cada vez mais no Brasil, a Volkswagen, que ainda amarga prejuízos na Europa e nos EUA, anunciou ontem que fará um investimento recorde de R$ 6,2bi na sua filial brasileira para, no período de 2010 a 2014, aumentar a produção.

Dando mais 2 importantes sinais de recuperação da economia interna, (1) a taxa de desemprego caiu de 7,7% em SET/09 para 7,5% em OUT/09 e (2) a atividade da indústria paulista subiu 1,6% em OUT/09 ante SET/09.

Mantendo, na medida do possível e apesar das desonerações tributárias, as contas publicas ''no azul'', em OUT/09 União, Estados e municípios registraram um superávit de R$ 13,8bi, o que representa o segundo melhor resultado para um mês de OUT desde 2001.
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Política:

Para mostrar que ''não está 100% com Lula'', a ala do PMDB contraria a aliança com o PT lançará na próxima terça-feira a pré-candidatura a presidente da República do governador do Paraná, Roberto Requião, em um evento que já conta com a confirmação de representantes de 15 diretórios regionais e que tem apoio do senador Pedro Simon.

Entre uma palestra sobre meio ambiente e um jantar com empresários em SP, a senadora Marina Silva, pré-candidata à Presidência da República, afirmou que o PV não é um partido de esquerda e sim um partido de visão progressista, ressaltando que o PSOL, da vereadora Heloísa Helena, sua mais nova aliada para uma aliança em 2010, sabe disso.

Durante seu discurso na inauguração do gasoduto Coari-Manaus, que aliás nem está 100% pronto, Dilma, a ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT, defendeu, em clima de campanha, a continuidade do governo Lula e destacou os avanços do atual governo em várias áreas.
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Crítica:

Confirmando que o Brasil está disposto a arrumar confusão para mostrar sua importância, contrariando a opinião do governo norte-americano, o chanceler brasileiro Celso Amorim afirmou que o governo brasileiro não irá apoiar o novo governo de Honduras, a ser eleito no próximo domingo.

Enquanto no Brasil o MST destrói o que lhe dá na telha, seja laranjais ou reservas florestais, financiado por muito dinheiro público, no exterior, também financiados por dinheiro público, eles querem passar a impressão de que são um movimento sério, defensor dos fracos e oprimidos do Terceiro Mundo e, para tanto, estão celebrando seus 25 anos de existência acampados em Paris.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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